Galego exprime o seu amor infeliz em uma cantiga a uma senhora.
Estes meus olhos nunca perderan, senhor, gran coyta, mentr’ eu vivo fôr; e direy-vos, fremosa mia senhor, d’estes meus olhos a coyta que an: choran e cegan, quand’alguen non veen, e ora cegan por alguen que veen. Guisado teen de nunca perder meus olhos coyta e meu coraçon, e estas coytas, senhor, mias son: mays los meus olhos, por alguen veer, choran e cegan, quand’alguen non veen, e ora cegan por alguen que veen. E nunca ja poderey aver ben, poys que amor já non quer nen quer Deus; mays os cativos d’estes olhos meus morrerán sempre por veer alguen: choran e cegan, quand’alguen non veen, e ora cegan por alguen que veen.
Cantiga de amigo.
Pessoa simples do campo, expressa em uma cantiga a saudade por uma amiga.
Ai flores, ai, flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo? ai, Deus, e u é? Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado? ai, Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pos comigo? ai, Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi a jurado? ai, Deus, e u é? Vós me perguntades polo voss’amigo? E eu ben vos digo que é viv’ e sano ai, Deus, e u é? Vós me perguntades polo voss’amado? E eu ben vos digo que é viv’e sano ai, Deus, e u é?
Cantiga Satírica.
Cantiga de escárnio.
Critica a uma pessoa com palavras de duplo sentido
Ai, dona fea, foste-vos queixar que vos nunca louv[o] em meu cantar; mais ora quero fazer um cantar em que vos loarei toda via; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia!…
Cantiga maldizer.
Critica ofensiva, baixo calão diretamente a pessoa.
Roi queimado morreu con amor Em seus cantares por Sancta Maria por ua dona que gran bem queria e por se meter por mais trovador porque lhela non quis [o] benfazer fez-sel en seus cantares morrer mas ressurgiu depois ao tercer dia!…