Cotidiano, Conhecimento e Crítica. Netto & Carvalho
Conhecimento da vida cotidiana: fonte de conhecimento e prática social
Nossa prática como assistentes sociais se faz na vida de todos os dias dos
grupos sociais oprimidos
1º Vida Cotidiana: o centro de atenção de hoje
Vida Cotidiana, é sobretudo o centro de atenção do Estado e da produção capitalista;
Para a produção capitalista, tratasse de uma base de rentabilidade êconomica inesgotável
Espaço modelado (pelo Estado e Capitalismo) para erigir o homem em robô
Fonte de exploração, espaço a ser controlado, organizado e programado
2º O que é via cotidiana?
É aquela vida dos mesmos gestos, ritos e ritmos de todos os dias
As regularidades da vida cotidiana se distinguem em cada época histórica
É heterogênea e também hierárquica.
Se altera em função de valores de uma dada época histórica
A vida cotidiana é o conjunto de atividades que
caracteriza a reprodução dos homens
singulares que, criam a possibilidade da
reprodução social
História: continuidade de valores
3º A vida cotidiana em nosso mundo: algumas questões relevantes
A revolução passiva do pós guerra
Virada significativa das estruturas sociais, dos
processos de acumulação capitalista, das
estruturas e relações sociais de dominação
A classe dominante pare se manter no poder
revoluciona suas próprias bases materiais e
políticas
uma teoria da subalternidade social e
política que excede o campo classista da
exploração de classe
O pensamento Keynesiano forneceu as bases
teóricas a este processo de revolução passiva
Estado-Providência
as relações de dominação e poder tomam
uma forma corporativista, funcional,
triangular (sindicatos, Estado, burguesia
monopolista)
Pacto social com as classes trabalhadoras,
expansão e fortalecimento do
Estado-Providência
forte expansão das funções do Estado: funções
de mediação entre capital e trabalho
Evolução de um capitalismo selvagem para um
capitalismo transnacional, monopolista
despolarização das relações capital/trabalho e
Estado/ Classe dominante, com o fortalecimento
das relações classe trabalhadora/Estado
Um mundo partido, fragmentado passível de alianças mercantis e
políticas onde o poder econômico sobrepuja quaquer outro ingrediente
possível nessa relação
Permitiu uma plena expansão da economia, da técnica, do saber científico
e do progresso, introduziu uma melhoria real das condições de vida das
classes trabalhadoras, consagrou uma série de conquistas trabalhistas e
produziu maior equidade social nos países capitalistas desenvolvidos
Mas ao mesmo tempo introduziu novas contradições e efeitos perversos, por
exemplo a desigualdades gritante entre países desenvolvidos e o Terceiro Mundo
O esvaziamento progressivo do exercício
da cidadania;
a substituição quase total de um processo
de solidariedade espontânea por um de
solidariedade mecânica emanada do Estado;
Perda de visibilidade dos valores essenciais ao
desenvolvimento do homem enquanto ser singular e
social e, com eles, a perda de referencias para a
transformação da sociedade.
A voz das bases trabalhadoras, a voz do coletivo, perdeu muito de
sua importância à medida que um processo ativo de negociações
sociais passou a operar via Estado e de forma corporativista. Com
esse mecanismo, um processo democrático de "baixo para cima"
se converteu, progressivamente, em processo democrático de
"cima para baixo".
É assim que as bases perderam também progressivamente
seu alimento vivo que é a reflexão e a participação real no
processo de construção da sociedade
Por outro lado o Estado moderno reificou seu complemento
fundamental: o indivíduo e, com ele a afirmação do indivíduo
total, descartando o coletivo e atomizando o social
O cidadão deixa de ter significado e expressão
Passividade, individualismo exacerbado, ainda não se reconheceram como
coletivos oprimidos, inibição de um pensamento inovador capaz de fornecer a
motivação, a pouca visibilidade dos valores fundamentais à emergência do ser
total
O ritmo da modernização é tal que parece que nada de antigo se mantém e nada de novo chega a criar raízes
A alienação contamina e sufoca a vida cotidiana, na objetivação do trabalho, na objetivação das relações sociais
Sagrado e o espiritual no cotidiano: motores de transformação
4º O cotidiano e a prática social dos assistentes sociais
É na vida cotidiana que se consolidam, se perpetuam ou se transformam, no mundo
moderno, as condições de vida mais amplas. E é nela e sobre ela que realizamos nossa
prática.
O assistente social é um dos mediadores privilegiados na relação entre
população dominada, oprimida ou excluída, e o Estado
Um caráter eminentemente político
A mediação se refere a processos existentes na realidade objetiva, presentes nas relações que ocorrem
entre partes, forças e fenômenos de uma totalidade
É preciso compreender que forças e relações contraditórias existem e coexistem no processo, na totalidade, produzindo o movimento
Duas dimensões: a de usuários dos serviços do Estado e a de satisfação de necessidades
A provisão ou negociações da provisão das necessidades básicas da população pauperizada é uma das funções do Serviço Social
O assistente social atua no cotidiano dos grupos sociais oprimidos, introduzindo, na maioria das vezes, mesmo sob a roupagem de
uma ação revolucionária, o progresso, o conforto, como fins em si próprios
Confiança social, os indivíduos e grupos estão deixando de creditar confiança no saber teórico, nas ideologias, nas grandes
instituições, no Estado, a confiança parece ser creditada no próximo, no local, nas pequenas organizações que os próprios
indivíduos controlam e, proque controlam, parecem escapar de manipulações maiores
Práxis Social, uma direção mais profunda e global. Um nível superior de consciência, que se expressa em ação criadora,
transformadora, realizante. É a expressão do sujeito coletivo.
Uma práxis social é sempre movida por uma visão de homem-mundo