O romance romântico e a identidade nacional. O romance
Indianista
A Independência do Brasil
trouxe perguntas como: O que
é ser brasileiro?
Os escritores românticos tomaram para si o
compromisso de definir nação, povo, língua e cultura
brasileira.
os romancistas assumiram o papel de buscar a identidade nacional
No século XIX, o público consumidor da
literatura romântica era formada
principalmente pela burguesia
o romance, por relatar acontecimentos da vida cotidiana e
por dar razão ao gosto burguês pela fantasia e pela aventura,
tornou-se o mais importante meio de expressão artística
dessa classe
Sob um ponto de vista o romance
substituiu a epopeia
Enquanto a epopeia narra um
fato passado -geralmente um
mito- o romance narra o
presente, os acontecimentos
comuns, numa linguagem
simples e direta.
Os primeiros romances surgiram na
Europa, identificados como
revolução romântica
A palavra romance originou-se do termo medieval
"romanço", que designava as línguas usadas pelos
povos sob domínio do Império Roamano. Essas línguas
eram uma forma popular e evoluída do latim.
O romance brasileiro e a busca do nacional
Nas décadas após a
Independência, os romancistas
se empenharam no projeto de
construção da uma cultura
brasileira autônoma.
Nessa busca do nacional, o romance voltou-se para os espaços nacionais,
identificados como selva, campo e cidade, que deram origem ao romance
indianista histórico (a vida primitiva) ao romance regional (a vida rural) e
ao romance urbano (a vida cotidiana).
Romance folhetinesco: o pai da telenovela
o romance sob a forma de folhetim,
publicação diária, em jornais, de capítulos de
determinada obra literária.
Para garantir que o leitor
comprasse o jornal do dia seguinte,
os autores do folhetim faziam uma
técnica de interromper a narração
no momento culminante de uma
cena.
O romance indianista
Enquanto o branco era identificado como o colonizador
europeu, o negro como o escravo africano, o indígena era
considerado o único e legítimo representante da América.
O romantismo encontrou
no indígena uma autêntica
expressão da nacionalidade,
tanto na prosa tanto na
poesia
como o Brasil não teve Idade Média o seu herói medieval passou a ser o indígena.
José de Alencar e o romance indianista
José de Alencar (1829-1877), foi o principal
romancista brasileiro da fase romântica,
cearense, cursou direito em São Paulo e viveu a
maior parte da vida no Rio de Janeiro.
Na política foi eleito várias vezes como
deputado e chegou a ocupar o cargo de
Ministro da Justiça.
Escreveu romances indianistas, históricos, urbanos e regionais
Realizações em prosa: O Guaraní, Iracema e Ubirajara.
O ambiente é sempre a selva. O guaraní: o indígena
vive próximo as brancos, Iracema: o branco é que vive
entre os indígenas e Ubirajara é o único romance que
trata apenas da vida entre os indígenas
O Guaraní: o mito da povoação
publicado pela primeira
vez sob a forma de
folhetim no Diário do
Rio de Janeiro em 1857
1. D. Antônia de Mariz, fidalgo português muda-se para
o Brasil com a família; D.Lauriana, sua esposa; Cecília
e D. Diogo, filhos do casal; e Isabel, oficialmente
sobrinha de fidalgo, mas, na verdade, filha dele com a
indígena. Acompanha a família o jovem cavaleiro D.
Álvaro de Sá, além de muitos outros empregados.
2. A obra se articula a partir de
alguns fatos essenciais; a
devoção e fidelidade de um
indígena goitacá, Peri, a Cecília;
o amor de Isabel acidental de
uma indígena aimoré,
provocada por D.Diogo, e a
consequente revolta e ataque
dos aimorés, ocorrido
simultaneamente a uma
rebelião dos homens de D.
Antônio, liderados pelo ex-frei,
Loredano, homem ambicioso e
devasso que queria saquear a
casa e raptar Cecília.
Iracema
Iracema, que o autor chamou de "lenda do Ceará", é uma das mais belas
realizações indianistas de nossa prosa romântica. O romance narra a lenda
(criada pelo próprio Alencar) da origem do Ceará, estado natal do autor, que
teria surgido dos amores proibidos entre o guerreiro português Martim, que
se encontrava em expedição no Brasil, e a virgem Iracema, uma jovem
indígena, filha de pajé Araquém, Iracema estava impossibilitada de casar,
porque conhecia o segredo da Jurema-bebida mágica utilizada nos rituais
religiosos da tribo- e deveria manter-se virgem e fiel a Tupã. Desobedecendo
as tradições da tribo, Iracema relaciona-se com Martim , dando origem, pela
perspectiva da obra, a civilização brasileira.