No meio rural, diversas industrializações se faziam, em
família. Aí se faz o pão e se fabrica o vinho.
Industrializam- se, caseiramente, os figos e o leite.
Artesãos especializados trabalham o ferro, a pedra, a
madeira, a argila. E a família cultiva sua porção de terra.
Na cidade, os ofícios se organizavam e
dependiam da importância dos mercados.
Algumas cidades são até especializadas
Depois de Herodes, o Grande, a construção civil se desenvolveu muito, em
Jerusalém. Por causa de sua posição geográfica, Jerusalém não era,
certamente, bem favorecida sob o ponto de vista de mercado de trabalho.
Mas tornou-se rica de empregos por causa de sua importância política no
tempo de Herodes, o Grande, e por causa de sua importância religiosa.
evolução técnica
propriedade das oficinas
organização das profissões
Valorização do trabalho manual
importância do templo
4. O INTERCÂMBIO
O transporte das
mercadorias
O comércio se fazia, normalmente, por via
marítima. Dor e Jafa eram portos bastante
modestos. Cesaréia (obra
As vias terrestres
O jumento era o meio mais comumente usado para o transporte
de mercadorias. Camelo e cavalo eram pouco utilizados pelos
judeus. A carroça era raramente empregada!
Segurança.
Nunca se viajava sozinho. Os comerciantes até pagavam um
tributo aos chefes de bando para conduzirem
tranqüilamente suas mercadorias, até mesmo assegurando
o serviço de um bandido contra o outro.
A moeda
Na época de Jesus, ainda se praticava a troca nas pérmutas
locais. Só as peças de bronze que os romanos permitiam
aos judeus cunhar na Judéia eram de uso corrente.
O comércio
Comércio local
mercados e feiras permitiam aos produtores a venda de suas
mercadorias. Fiscais, designados pelas assembléias locais,
impediam a subida exagerada de preços e velavam sobre as
medidas falsas. Vendedores ambulantes passavam de cidade
em cidade e se reuniam para as festas. Os artesãos e os
lojistas tinham suas barracas, na rua de sua profissão.
A importação-exportaçào
Podem-se indicar importações vindas da Grécia (uma porta do
templo era de bronze de Corinto), do Líbano (madeiras, pratos e
taças de Sídon, peixes e púrpura de Tiro, escravos sírios passados
por Tiro), de Babilônia (tecidos preciosos e especiarias), das índias
( tecidos), da Arábia ( aromas, pedras preciosas, çobre, ouro e
ferro), do Egito (trigo). Verdadeiros representantes judeus
1 . A propriedade
Privada
A terra pertence a Deus. Esta convicção, no entanto,
não dispensa os homens de se organizarem. O sistema
de Israel passou de nômades do deserto para o clã
sedentário, proprietário de um quinhão de terreno.
A estrutura patriarcal e as leis sobre troca de mulheres visavam a favorecer a conservação dos bens. Só os filhos de sexo
masculino tinham direito à herança. Uma dupla parte cabia ao mais velho. Parece provável que as terras ou ficavam
todas com o mais velho ou permaneciam sem divisão. As filhas que herdavam, quando não havia descendentes
masculinos, deviam se casar no clã.
2. AS ATIVIDADES
AGROPECUÁRIAS
A agricultura
Cultura de cereais
Cultura do linho e do cânhamo na Galiléia
Frutas: uvas, olivas, figos, tâmaras, romãs
Legumes: entre outros, citam-se alface e o grão-de-bico
A pecuária
Gado de grande
porte
os bezerros da planície costeira de Saron e os bois da
Transjordânia eram célebres
O gado
miúdo
encontravam-se rebanhos de ovelhas e cabras, sobretudo nos
montes da Judéia.
Aves
Galinhas e pombos nas montanhas da Judéia
A pesca
O peixe tinha maior importância que a carne para a
alimentação do povo em geral.
5. OS IMPOSTOS
Herodes, o Grande (37-4 aC), tinha implantado um regime de terror
fiscal. A administração fiscal dos romarios se revelou de grande
criatividade para descobrir novos objetivos sujeitos a taxas regulares
e extraordinárias.
Os impostos romanos
A situação na Judéia sob
os governadores era mais
ou menos a seguinte:
Os impostos diretos eram recebidos por agentes do
fisco imperial e comportavam duas formas: o imposto
de terra que atingia todos os produtores, especialmente
os 2 - Jesus e as estruturas dô seu tempo. proprietários
Os impostos indiretos eram recebidos sob diversas
formas. Direitos de alfândega, impostos de barreira em
certas pontes e váus, em certas encruzilhadas de
grandes estradas, nas entradas de cidades e mercados.
OS impostos judaicos
O imposto do templo
Era uma verdadeira renda ou tributação do culto, destinada à
manutenção do santuário e às despesas dos sacerdotes em
serviço. Era um dever de todo israelita maior de 13 anos.
O primeiro dízimo
Representava a décima parte de todo produto da terra e de toda compra
de produto agropecuário, “pois Javé é proprietário da terra” . Os
sacerdotes cobravam-no, estritamente, e encarregavam os levitas de
recebê-lo. Exigiam que a menor coisa fosse taxada com o dízimo.
O segundo dízimo
verificava-se no primeiro, no segundo, no quarto e no quinto ano de uma
semana de anos. E consistia no dízimo dos produtos da terra e do gado.
O terceiro dízimo ou dízimo dos pobres
realizava-se no terceiro e sexto anos de uma semana de anos.
Substituía o segundo dízimo, nestes anos, e devia ser
distribuído aos órfãos, às viúvas e aos prosélitos, em Jerusalém.
As rendas do quarto ano
Em Israel, não se devia colher frutos durante os três primeiros
anos. A colheita do quarto ano de produção era consagrada a Javé.
6. A BENEFICÊNCIA
Na sociedade judaica do século I, a beneficência
voluntária e as prescrições da Lei protegiam os pobres. A
aplicação da Lei dependia muito do fervor individual.
Leis em favor dos pobres
Em princípio, no ano sabático, as dívidas eram
anuladas. Na realidade, havia uma cláusula, introduzida
por Hillel, que dispensava esta obrigação. O terceiro
dízimo era para ajudar os pobres.
A esmola individual
“ Muitas esmolas, muita paz” , sentenciava Hillel. A esmola era recomendada
ao pobre peregrino, especialmente, quando estava a caminho de Jerusalém.
As instituições públicas de beneficência
A Qüppah ou cesto dos pobres era
distribuído, cada semana, em
Jerusalém: alimentos e roupas.
O Tamhüy ou “ prato dos pobres”
7. CLASSIFICAÇÃO
SOCIAL EM FUNÇÃO
DA RIQUEZA
Judeus
medianamente
favorecidos
Esta categoria se compunha, sobretudo em Jerusalém, de artesãos proprietários de oficinas
e casas de comércio. De todos os que viviam do afluxo de peregrinos. De sacerdotes que
não se contentavam com as rendas do templo e exerciam profissões lucrativas.
Os pobres
Diaristas
que recebem um denário e alimento, por dia, mas
não sabem, hoje, o que o amanhã lhes reserva.
Escravos judeus
Reduzidos à escravidão por causa de um roubo ou por decisão
voluntária para saldar uma dívida. A duração da escravidão é para
eles, rio máximo, de seis anos. No sétimo ano, devem ser libertados.
Escravos pagãos
Comprados por famílias ricas. Sua libertação depende da boa vontade
do patrão, salvo em certas faltas, como a mutilação do escravo.
Alguns são assistidos
Dentre eles, o Mendigo e o Escriba
Os ricos
Inicialmente, a corte de Herodes Antipas, na Galiléia, com sua criadagem, seus funcionários e oficiais,
com parentes e amigos. Os outros representantes da população rica são os grandes negociantes de trigo,
de vinho, de óleo, de madeira que tinham, em Jerusalém, importantes depósitos e que eram membros do
conselho. Ricos são também os grandes proprietários de terra. E & nobreza sacerdotal que recebe
rendimentos regulares, tirados do tesouro do templo, que possui terras e que, provavelmente,
comercializa animais para os sacrifícios no templo e que explora os sacerdotes comuns.
8. IMPORTÂNCIA
ECONÔMICA E
FINANCEIRA DO
TEMPLO
Depois do exílio, pouco a pouco, o poder da
aristocracia sacerdotal substituiu o poder
real. Mas não se modificou o modo de
produção da Palestina. Tudo, no templo,
desfrutava de considerável sacralização.
As receitas
A didracma, os dízimos, as partes sacerdotais tiradas,
antecipadamente, dos sacrifícios, os resultados do
comércio de animais consagrados ao altar, as ofertas
regulares de certas famílias, os donativos de
peregrinos vindos de todo mundo romano
Suas despe
As rendas dos chefes dos sacerdotes, certos gastos do culto público,
os pagamentos pelos trabalhos no templo e certas despesas
públicas, sobretudo, com a beneficência. Seu papel de cofre para
fundos públicos e privados: segundo Flávio Josefo, o tesouro do
templo sempre suscitou a cobiça dos conquistadores e ocupantes.
A administração sacerdotal destes fundos
Os três grandes tesoureiros saíam de famílias
sacerdotais aparentadas com o sumo sacerdote.