Crianças são particularmente
vulneráveis ao trauma e lesões
graves ou fatais
Razões que isso ocorre:
Pelo seu pequeno tamanho,
pouca coordenação física relativa
e capacidade limitada em prever
ou compreender o perigo;
A imaturidade dos seus ossos,
ligamentos e músculos em
desenvolvimento; as suas
paredes corporais finas e as
suas cabeças relativamente
grandes, comparadas à área
da superfície corporal total,
tornam as crianças pequenas
suscetíveis a lesões graves ou
fatais por quedas e colisões
Abordagem à avaliação
emergencial de uma criança
Primeira resposta a uma emergência
pediátrica de qualquer causa é uma
avaliação geral sistemática, rápida do
cenário e da criança para identificar
as ameaças imediatas à criança, aos
socorristas ou outros
Se for identificada uma emergência,
deverá ser ativado o serviço de
resposta emergencial (serviços médicos
de emergência [SME]) imediatamente
Socorristas devem então prosseguir
para as avaliações primária, secundária
e terciária conforme as condições da
criança, a segurança do cenário e os
recursos disponíveis permitam.
Se, em qualquer momento nessas
avaliações, o socorrista identificar um
problema que ameace a vida,
interrompe-se a avaliação e iniciam-se as
intervenções salvadoras da vida.
Avaliação Primária:
Breve avaliação da função e da
estabilidade cardiopulmonar e
neurológica sob a forma de um
exame
(1) Nenhuma frequência respiratória
em criança deve ser superior a 60
incursões respiratórias/minuto por
um período sustentado; (2) a
frequência cardíaca normal é
grosseiramente 2 a 3 vezes a
frequência respiratória para a idade;
e (3) um simples guia para a pressão
arterial pediátrica é que o limite
inferior da pressão arterial sistólica
deve ser ≥ 60 mmHg para os
neonatos, ≥ 70 mmHg para as
crianças de 1 mês a 1 ano de idade, ≥
70 mmHg + (2 × idade) para as
crianças de 1 a 10 anos e ≥ 90 mmHg
para qualquer criança com mais de
10 anos.
Avaliação secundária:
Os componentes de uma avaliação
secundária incluem uma anamnese
e um exame físico direcionados.
Anamnese deve ser direcionada para
informações que possam explicar a
disfunção cardiorrespiratória ou
neurológica e deve tomar a forma de uma
anamnese SAMPLE (Signs/symptoms,
Allergies, Medications, Past medical
history, timing of Last meal, and Events
leading to this situation [Sinais/sintomas,
Alergias, Medicações, Passado Médico,
Última Refeição e Eventos que levaram a
esta situação]).
Avaliação terciária:
Ocorre no contexto hospitalar, onde
avaliações auxiliares laboratoriais e
radiológicas contribuem para uma
compreensão mais completa das
condições da criança.
Hemograma completo, testes de função
hepática, estudos de coagulação e análises dos
gases no sangue arterial fornecem estimativas
razoavelmente amplas (mas algo inespecíficas)
da função renal, do equilíbrio acidobásico, da
função cardiorrespiratória e da presença ou
ausência de choque.
Radiografias do tórax podem ser úteis
para avaliar tanto o coração quanto os
pulmões, embora estimativas mais
detalhadas da função cardíaca e do
débito cardíaco possam ser feitas com o
ecocardiograma. Cateteres arteriais e
venosos centrais podem ser instalados
para monitorizar a pressão arterial e a
pressão venosa central (veja em “Acesso
Vascular”)
Reconhecimento e tratamento da
angústia e da insuficiência respiratória
Vias Aéreas:
Crianças com menos de 5 anos são
particularmente suscetíveis à aspiração
de corpos estranhos e engasgos.
Os líquidos são a causa mais
comum de engasgo em crianças,
enquanto objetos pequenos e
alimentos (p. ex., uvas, nozes,
cachorros-quentes, doces)
constituem a fonte mais comum de
corpos estranhos nas vias aéreas
de crianças pequenas e crianças
mais velhas.
É tratada com uma abordagem sequencial,
começando-se com a manobra de inclinação
da cabeça/elevação do queixo para abrir e
manter as vias aéreas, seguida pela inspeção
procurando-se um corpo estranho e a limpeza
e varredura com o dedo ou a sucção se for
visualizado um corpo estranho.
Sucção ou a varredura do dedo
dentro da boca às cegas não são
recomendadas
Pode ser inserida uma cânula
nasofaríngea ou orofaríngea para o
suporte da via aérea, se indicado.
Deve-se permitir que uma criança
consciente com suspeita de ter uma
obstrução parcial por um corpo
estranho tussa espontaneamente
até que a tosse não seja mais eficaz,
a angústia respiratória e o estridor
aumentem ou a criança fique
inconsciente
Criança inconsciente, ela
deverá ser delicadamente
colocada em superfície rígica,
em decúbito dorsal.
O profissional deverá então abrir as vias
aéreas com a manobra de inclinação da
cabeça/elevação do queixo e tentar uma
ventilação boca a boca.
Se um bebê tiver menos de 1
ano de idade, uma combinação
de 5 pancadas nas costas e 5
compressões torácicas será
administrada.
Após cada ciclo de pancadas nas costas e
compressões torácicas, a boca da criança
deverá ser inspecionada visualmente quanto
à presença do corpo estranho.
Se for identificado ao alcance dos
dedos, ele deverá ser removido com
uma delicada varredura do dedo.
Técnicas de Manuseio
Avançado das Vias Aéreas:
Ventilação com Pressão Positiva
com Bolsa-Válvula-Máscara
Intubação endotraqueal/orotraqueal
(1) a criança é incapaz de manter
a desobstrução ou proteger as VA, contra a
aspiração (conforme ocorre nos casos de
comprometimento neurológico); (2) não está
conseguindo manter uma oxigenação
adequada; (3) falha em controlar os níveis
sanguíneos de dióxido de carbono e manter
um equilíbrio acidobásico seguro; (4) é
necessária a sedação e/ou a paralisia para um
procedimento; e (5) os socorristas antecipam
uma deterioração que eventualmente levará a
uma das quatro primeiras condições.
Mnemônico para o preparo do procedimento é
SOAP MM: sucção (cateter de sucção de Yankauer
conectado a um aparelho de sucção de parede);
oxigênio (tanto a pré-oxigenação do paciente
quanto o dispositivo para administrar o oxigênio,
como um dispositivo bolsa-válvula-máscara); vias
aéreas (tubo endotraqueal de tamanho apropriado
e laringoscópio); pessoas (todas aquelas
necessárias durante e imediatamente depois do
procedimento, como os fisioterapeutas
respiratórios e enfermeiros); monitorização (para
monitorizar a saturação de oxigênio, a frequência
cardíaca e a pressão arterial da criança); e
medicações (para sedar a criança e permitir ao
profissional controlar as vias aéreas).
Seleção do tubo endotraqueal (TE) de
tamanho apropriado é a seguinte: