Os ligamentos do joelho são constituídos de tecido conjuntivo fibroso, dispostos sobre esta
articulação e desempenhando a função de impedir uma movimentação excessiva ou anormal dela.
Eles são auxiliados pelos meniscos, atuando também como amortecedores das cartilagens, absorvendo
impactos e choques mecânicos. A localização de cada ligamento é que irá determinar a direção em que
ele será capaz de resistir com o deslocamento do joelho.
Esses ligamentos possuem uma sensibilidade proprioceptiva, pois são capazes de transmitir
informações ao cerebelo que responde através de ordens motoras.
Os ligamentos são ricos em receptores nervosos sensitivos que são capazes de perceberem a
velocidade, o movimento, a posição da articulação, estiramentos e dores.São 4 ligamentos que
compõem a articulação do joelho, formando um elo entre as peças articulares e os moduladores dos
movimentos.
Os ligamentos colaterais medial e lateral irão atuar evitando os movimentos laterais da anatomia do
joelho. Já os ligamentos cruzados anterior e posterior trabalham limitando o deslizamento para frente
e para trás do fêmur sobre o platô tibial durante a flexão e a extensão do joelho, eles também limitam
a hiperextensão.
Ligamento Cruzado Anterior(LCA):
Origina-se anteriormente à eminência intercondilar da tíbia e sobe posteriormente para a face interna
do côndilo femoral lateral. Possui função de estabilizar o joelho em extensão, impedir o deslizamento
anterior da tíbia, rotação externa anormal, executar movimentos finos dessa articulação, controlar, a
hiperflexão, a hiperextensão, a rotação interna e mobilidade lateral em flexão e extensão.
é uma das principais estruturas que, mantém a estabilidade do joelho. E evita o deslizamento anterior
da tíbia sobre o fêmur.
Ligamento Cruzado Posterior(LCP):
Origina-se posteriormente à eminência intercondilar, cruzando por trás do ligamento cruzado anterior
e inserção na face interna do côndilo femoral medial. Possui função de estabilizador do joelho quando
flexionado e impedir o deslizamento posterior da tíbia.
evita o deslizamento posterior da tíbia e deslizamento anterior do fêmur, quando o joelho é
flexionado, como, por exemplo: descer degraus ou uma ladeira íngreme.
Ligamento Colateral Medial(LCM):
Insere-se na região superior do epicôndilo femoral medial, inferiormente na tíbia abaixo da cartilagem
articular. Função de estabilidade látero-lateral em extensão.
Ligamento Colateral Lateral:
É localizado no epicôndilo lateral do fêmur e estende até a cabeça da fíbula. Possui a mesma função do
ligamento colateral medial, estabilizador látero-lateral.
Ligamentos Complementares:
Ligamento colateral tibial:
reforça a face medial da articulação.
Ligamento colateral fibular:
reforça a face lateral da articulação.
Ligamento da patela:
reforça a parte anterior da articulação.
Ligamento poplíteo oblíquo:
reforça a parte posterior da articulação.
Flexores:
Durante a flexão irá ocorrer a proximidade das faces posteriores da perna e da coxa – que são
subdivididas em ativas e passivas. No movimento de flexão ativa, durante a contração dos músculos
flexores irá formar uma na parte de trás da coxa limitando a flexão. A movimentação passiva, em
contrapartida, é mais ampla, permitindo durante o movimento a nádega tocar o calcanhar.
*Flexores primários:
isquitibiais, semitendinoso, semimebranoso e bíceps femoral;
*Flexores acessórios:
Grácil, sartório, gastrocnêmio e poplíteo.
Extensores:
A extensão permite o afastamento da face posterior da perna e da face posterior da coxa.
*Rotação medial: semitendinoso, semimembranoso, poplíteo, grácil e sartório;
*Rotação lateral: bíceps
femoral.
O movimento de rotação da tíbia sobre o fêmur só é possível com a flexão de joelho e sem carga, pois
somente assim irá haver um relaxamento dos ligamentos cruzados e colaterais. O músculo poplíteo é
conhecido como liberador da trava do joelho, pois possui uma ação de rodar lateralmente o fêmur em
relação à tíbia.
Histologia do joelho:
*cápsula articular corresponde a uma estrutura fibrosa que contorna a epífise distal do fêmur e a epífise
proximal da tíbia mantendo-as em contato e formando as paredes não-ósseas da articulação.Sua camada
mais profunda é recoberta pela membrana sinovial.
*a membrana sinovial é um tecido delgado que junto com a cartilagem hialina envolve toda a cavidade sinovial da
articulação.A cartilagem hialina é nutrida pelo líquido sinovial que tem origem no exsudato dos capilares sinoviais e
tem como propriedades principais à viscosidade e lubrificação da articulação.
*A articulação e ligamentos do joelho além de possuir células nervosas junto aos vasos possui terminações nervosas especializadas no periósteo,osso e tecido fibroso denso.As fibras nervosas no tecido fibroso denso têm a função de percepção da dor,eferência
vasomotoras e mecanoreceptora,protegendo a articulação de estiramentos e distorções.
Componente articular:
Bolsas:
Situadas nos locais onde há atrito dos tendões contra o osso.
(fibrocartilagem praticamente circular em formato próximo de um O incompleto).
Cápsula articular:
une os ossos da articulação do joelho.
Liquido sinovial:
lubrifica as superfícies sinoviais para facilitar o deslizamento do tendão.
Lesões ligamentares do joelho:
Ligamento Colateral Lateral(LCL):
Lesões deste ligamento são menos comuns se comparadas às ocorrências do medial. Entretanto,
quando ocorrem, geralmente são mais graves e raramente são lesões isoladas. Por consequência, o
tratamento destas lesões é bem mais difícil.
Ligamento Colateral Medial(LCM):
Essa é a lesão ligamentar mais comum do joelho. Quando o paciente é acometido de maneira isolada
por uma lesão nesse ligamento, tende a apresentar dor e inchaço localizado, hemartrose (derrame de
sangue dentro da articulação). Em caso de suspeita dessa lesão, todos os ligamentos e meniscos do
joelho devem ser examinados, pois podem existir lesões associadas. Tratamento cirúrgico destas
lesões é raramente necessário.
Ligamento Cruzado Anterior(LCA):
São lesões ligamentares mais comuns nos esportes em que o pé está fixo ao solo e a perna é rodada
com o corpo, como acontece no futebol, basquetebol e esqui, por exemplo. Com a rotação no joelho,
o paciente acometido pela lesão poderá ouvir um som (“pop”) no momento exato em que ela ocorrer
e não conseguirá prosseguir com a atividade normalmente. Pessoas acima de 30 anos são as mais
suscetíveis a incidência desta lesão.
Ligamento Cruzado Posterior(LCP):
A sua lesão é muito menos comum que a do cruzado anterior. Lesão isolada usualmente é resultado
de queda sobre o tubérculo tibial, ou trauma diretor do tubérculo tibial contra o painel em acidente
de automóvel.
• 1º Grau:
Entorse do ligamento sem instabilidade;
• 2º Grau:
Entorse com instabilidade detectável, porém com continuidade das fibras;
• 3º Grau:
Ruptura completa do ligamento.
Causas e Sintomas:
Mas as lesões ligamentares não surgem somente em virtude de práticas esportivas, também podem
ser causadas por ocasião de acidentes de trânsito ou mesmo quedas.
O paciente também ouve um estalido no joelho acompanhado de dor. Se o ligamento acometido for
um dos cruzados, o derrame articular conhecido como “água no joelho” pode acontecer, levando a
instabilidade antero/posterior e rotacional. Caso a lesão seja nos ligamentos colaterais, o inchaço pode
se instalar no joelho associado a instabilidade médio/lateral. Depois da lesão do LCA, a lesão
ligamentar mais frequente no joelho é a lesão do LCM – na região interna do joelho -, que ocorre
quando o joelho é forçado para dentro e a perna para fora, mecanismo em valgo.
Luxação do joelho: Deslocamento da tíbia em relação ao fêmur.
Ruptura de ligamento: movimento de flexão, extensão e rotação do joelho fora do eixo fisiológico.
Articulações do joelho:
Articulação Patelofemoral:
É uma articulação que liga a patela ao fêmur, mais especificamente, do tendão patelar ao sulco
troclear entre os côndilos femorais, e para reduzir o atrito entre essas duas estruturas, a região
posterior da patela é recoberta por cartilagem articular.
A patela realiza uma série de funções biomecânicas, como:
1.Aumentar o ângulo de tração do tendão do músculo quadríceps femoral – com isso, melhora a
mecânica dos músculos que formam o quadríceps femoral ao realizar a extensão do joelho;
2.Centralizar a tensão divergente dos músculos extensores de joelho – tensão que é transmitida ao
tendão patelar; 3.Aumentar a área de contato entre o tendão patelar e o fêmur – diminui o estresse
por contato da articulação patelofemoral; 4.Proteger a face anterior da anatomia do joelho e o tendão
do quadríceps femoral contra os ossos adjacentes.
Articulação Tibiofemoral:
É uma articulação do tipo gínglimo, pois permite apenas movimentos de flexão e extensão, e alguns
rotacionais e laterais.
Os côndilos laterais e medias da tíbia e do fêmur formam duas articulações chamadas de elipsoideas,
onde uma extremidade côncava entra em contato com uma convexa limitando o movimento. Os
côndilos da tíbia são os platôs tibiais e formam pequenas depressões chamadas de eminência
intercondilar.
A tíbia gira lateralmente sobre o fêmur nos últimos graus do movimento de extensão, que é
conhecido como movimento de pivô para permitir um certo bloqueio do joelho, um travamento em
sua extensão completa.
As curvaturas desses platôs tibiais são assimétricas e irão apresentar diferenças de um indivíduo para
o outro. Por isso algumas pessoas apresentam uma maior estabilidade no joelho e uma resistência
maior à certos tipos de lesões.
Tibiofemoral do tipo giglomoide.
Diartrose: articulação de livre movimento.
Estruturas do joelho:
A anatomia do joelho é considerada a mais complexa em relação às outras articulações do corpo
humano. Trata-se de uma articulação do tipo sinovial (responsáveis por realizar comunicação entre duas
extremidades ósseas permitindo movimento), composto por três estruturas ósseas:
Tíbia;
Fêmur;
Patela.
Movimentos do Joelho:
Flexão;
Extensão;
Ligeira rotação medial e lateral com a perna fletida.
Lesão de LCA mais comum em mulheres do que me homens:
• Pequeno espaço entre o côndilo femoral nas mulheres que limita o espaço para o movimento do
LCA.
• Pelve mais larga das mulheres que cria um ângulo maior entre o fêmur e a tíbia e aumenta o risco
de ruptura de LCA.
• Hormônios femininos que dão maior flexibilidade aos ligamentos, músculos e tendões.
Referências do Grupo C-Subgrupo 2:
Anatomia orientada para clinica. Moore, 2014.
•TORTORA, Gerard. J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de anatomia e fisiologia. 14º edição
GUYTON& HALL, Tratado de Fisiologia médica, 13 Ed, 2017.
NEUMANN D. A. Cinesiologia do Aparelho Musculoesquelético. Rio de Janeiro, 2ª ed. Guanabara
Koogan, RJ, 2011.
BALDON, Rodrigo de Marche et al. Diferenças biomecânicas entre os gêneros e sua importância nas
lesões do joelho. Fisioter. mov. (Impr.), v.24, n.1, p.157-166, Curitiba, 2011.
SILVA, Elias et al. Lesões ligamentares do joelho, Rev. Bras. Ortop. v.48, n.1, p. 80-86, Curitiba, 2013.
Artigos: *Anatomia do joelho” fisioterapia específica e fisioterapia motora, Marlon Bluner, 2018. *”
Reconstrução do ligamento cruzado anterior: escolha de enxerto” SBOT, São Paulo, 2007. *Estudo da
relação entre a espessura do ligamento cruzado anterior, os dados antropométricos e as medidas
anatômicas do joelho. *Reabilitação do joelho, Texeira Luiz, 2008. *Reabilitação com angulação de
proteção no pós operatório de ligamento cruzado anterior. Siqueira, 2020. *Scielo-Lesões
ligamentares do joelho: estudo biomecânico comparativo de duas técnicas de sutura em tendões:
análise in vitro em tendões de bovinos-Elias Marcelo Batista da Silva. *ORLANDO,Nilton. Diagnóstico
das lesões do joelho: comparação entre o exame físico e a ressonância magnética com os achados da
atroscopia. Rev Bras Ortop.Manaus, 2015. *Lesões em ligamentos do joelho; Elias Marcelo Batista da
Silva; 2013. *Lesão do ligamento cruzado anterior; Ana Pinheiro ; Rev. Port. Ortop. Traum. vol.23 no.4
Lisboa dez. 2015.
Músculos da perna:
Grupo anterior: tibial anterior, extensor longo do hálux, extensor longo dos dedos, fibular terceiro
Grupo lateral: fibular longo, fibular curto
Grupo posterior: - Camada superficial: gastrocnêmio, sóleo, plantar - Camada profunda: poplíteo, tibial
posterior, flexor longo dos dedos, flexor longo do hálux