As deficiências e o trabalho do psicólogo na
comunicação do diagnóstico às famílias
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 10% de qualquer
população apresentam algum tipo de deficiência.
Os fatores de risco e as causas pré-natais (anteriores ao nascimento) podem ser agrupados em fatores
ambientais, psicológicos e sociais. Os fatores psicológicos envolvem distúrbios psiquiátricos e
dificuldades para aceitação da gestação. E os fatores sociais incluem renda familiar muito reduzida e
falta de assistência médica durante o pré-natal.
Já os fatores de risco pós-natais incidem do 30º dia de vida do bebê até o final da adolescência. São eles: a)
condições do bebê: doenças intensas, manifestações clínicas de anormalidades congênitas que não foram
diagnosticadas no período pré-natal, reação diminuída ao som e ao estímulo, etc. b) condições sociais: abandono e
maus tratos, desorganização familiar, organização inadequada do ambiente, etc.
Uma questão que tem sido muito discutida se refere à Síndrome Alcoólica Fetal, relacionada às
alterações cromossômicas e comumente conhecida nas deficiências intelectual e física, instaladas
durante a gestação.
Alguns estudos epidemiológicos mostram que a prevalência da DI varia “em função da definição adotada e dos
critérios de diagnóstico utilizados, da representatividade da população estudada e da influência de variáveis como
a idade, o nível socioeconômico e cultural ou as condições educativas e de saúde da população. Alguns estudos
epidemiológicos mostram que a prevalência da DI varia “em função da definição adotada e dos critérios de
diagnóstico utilizados, da representatividade da população estudada e da influência de variáveis como a idade, o
nível socioeconômico e cultural ou as condições educativas e de saúde da população.
Rodrigues (2008) aponta que, dentre os aspectos preventivos para a ocorrência das deficiências, encontram-se as ações que podem
ocorrer junto à população, ou seja, quanto antes iniciarem as intervenções preventivas, maiores as chances de se obter qualidade
de vida, com um decréscimo no número de casos.
As ações preventivas são divididas em 3 fases:
Primária
Secundária
Terciária
O diagnóstico de deficiências por parte da crinça envolve uma via de mão dupla, pois a família busca o profissional para resolução da
situação, e o profissional ao comunicar sobre o diagnóstico, carece de habilidades sociais para explicar da melhor forma possível aos
pais, além de dispor de informações que contribuam com os encaminhamentos de intervenções importantes para o desenvolvimento da
pessoa diagnosticada.
Após a comunicação do diagnóstico, é fundamental que o profissional forneça à família informações
sobre os seus direitos.
A humanização do diagnóstico tem sido a melhor estratégia para
comunicar à família sobre a deficiência do familiar.
Fluxograma das quatro fases de reações mais frequentes
das famílias quando constatam a deficiência do filho:
Choque ⟶ Negação ⟶ Reação ⟶ Adaptação.
Possibilidades de intervenção do psicólogo na Educação Especial na perspectiva da Educação
Inclusiva
Inicialmente, a Psicologia Escolar previa um trabalho clínico, com enfoque psicométrico, a partir da aplicação de testes psicológicos, em ambiente escolar, centrado
no estudante. Atualmente, a proposta visa suprir as demandas da instituição escolar, com o propósito de valorizar os aspectos sociais, culturais, econômicos e,
sobretudo, pedagógicos, que interferem no processo de ensino e aprendizagem.
No site do Conselho Regional de Psicologia (CRP) há recomendações para cada área de atuação do psicólogo.
No tocante à atuação do psicólogo escolar junto ao público-alvo da Educação Especial, tal profissional pode
contribuir com orientações sobre a elaboração e aplicação das atividades de ensino a serem propostas para
cada estudante.
Eles devem: Aplicar conhecimentos psicológicos na escola; Analisar as relações entre os diversos
segmentos do sistema de ensino e sua repercussão no processo de ensino para auxiliar na elaboração
de procedimentos educacionais capazes de atender às necessidades individuais analisar as relações
entre os diversos segmentos do sistema de ensino e sua repercussão no processo de ensino para
auxiliar na elaboração de procedimentos educacionais capazes de atender às necessidades individuais; etc.
O Sistema Conselhos de Psicologia entende que educar para a diversidade é um princípio axiológico, portanto não se refere
apenas a um grupo de pessoas com deficiências específicas, mas a todas as pessoas indistintamente, envolvendo todos os
grupos que historicamente foram excluídos da sociedade e incluídos de forma marginal nos diferentes espaços educacionais
brasileiros.
Um dos desafios postos na atual conjuntura política, econômica e social em nosso país se refere à importância de
desenvolvermos um trabalho que vise à promoção da importância das equipes multidisciplinares em ambiente escolar “para
atuar de forma preventiva, propositiva e de proteção aos alunos, que estão em fase de formação
O psicólogo escolar pode apresentar diferentes atuações em uma equipe multidisciplinar, em conjunto com pedagogos, assistentes sociais e outros profissionais.
Exemplos dessas atuações envolvem: a) contribuir com a formação de professores em assuntos demandados por eles próprios; b) criar condições para envolver a família
no processo escolar dos filhos; c) auxiliar os professores e coordenadores no processo de ensino e aprendizagem, a partir de discussões que envolvam as demandas
curriculares e a atualização do projeto político pedagógico da instituição; d) contribuir com a redução dos problemas de comportamentos a partir de intervenções em
conjunto com os professores e os familiares.
As equipes interdisciplinares se referem àquelas que trabalham com uma variedade de profissionais, para promover a aprendizagem de todos os estudantes, e
que seguem uma mesma abordagem de atuação, independentemente de sua formação acadêmica, diferenciando-se das equipes multidisciplinares que utilização
atuações diferentes.
Estratégias para intervenção do psicólogo na elaboração de currículos de
ensino
O estudo da funcionalidade parte da premissa de que o funcionamento humano apresenta uma
congruência entre a pessoa e o ambiente em que está inserido (ou melhor, o ambiente em que
funciona)Estudar como o organismo funciona em seu ambiente é uma forma de identificar quais suportes
ele precisará para agir de maneira autônoma.
Entende-se que a deficiência pode ser compreendida como uma condição que pode ser
aprimorada com a introdução de suportes/apoios individualizados que viabilizem a
autonomia de cada pessoa, ao invés da compreensão de uma deficiência estática e imutável
que perdura ao longo de toda a vida
Com essa perspectiva, foi traduzida e adaptada a Escala de Intensidade de Suportes (SIS) para o contexto
brasileiro. A SIS tem como objetivo avaliar a intensidade de suporte/apoio que uma pessoa carece para viver
em sociedade, de maneira autônoma. Dessa maneira, antes do psicólogo propor uma intervenção junto ao
estudante público-alvo da Educação Especial, é necessário avaliar o desempenho inicial do aluno para a
proposição da intervenção.
Com os resultados promissores de aplicação do currículo, na década de 1980, um centro no Peru propôs
modificações de tal currículo para ser empregado em pessoas com deficiência intelectual e transtorno do
espectro do autismo.
As habilidades que se deseja alcançar por meio do Currículo Funcional Natural foram divididas em três categorias: 1. habilidades com
utilidade básica generalizada (seguir instruções, imitar os outros etc.); 2. habilidades utilizadas em diversas atividades (lavar, ordenar etc.); 2.
habilidades utilizadas em diversas atividades (lavar, ordenar etc.); 3. habilidades relacionadas a sequências de tarefas específicas
(alimentar-se, vestir-se, banhar-se etc.).
Outra maneira de propor a elaboração de currículos se dá por meio da Análise do Comportamento Aplicada (do termo original em
inglês, Applied Behavior Analysis – ABA).