É a protagonista, uma ingênua jovem 17
anos, inocente, volúvel, pobre, de pele
morena e criada sob a superproteção da
mãe; sendo a única filha viva do casal.
Engrácia
Mãe de Clara, superprotetora e doméstica
Joaquim dos
Anjos
Pai de Clara e marido de Engrácia, carteiro,
flautista e amador das modinhas, um
homem simples e acomodado.
Cassi Jones
de Azevedo
Filho ilegítimo de seus pais, tornou-se boêmio,
um violeiro com 20 e tantos anos. Era um jovem
adulto branco, vistoso, cheio de seduções,
conhecido por colecionar mulheres. Possui
melhor condição social que Clara.
Salustiana Baeta
de Azevedo
Mãe de Cassi, era uma mulher vaidosa e
preconceituosa. Mimava seu filho e
sempre acobertava seus erros.
Antônio da Silva
Marramaque
Era o padrinho de Clara, que a defendia a
todo o custo e, por isso, acabou perdendo a
vida. Era um homem interessado em
discutir política e literatura.
Manuel Borges
Pai de Cassi, não simpatizante das
malandragens do filho
Eduardo Lafões
Homem muito ligado com
questões econômicas com
costume de julgar caráter pela
aparência e linhagem familiar
Dona Vicêntia
Cartomante
Romance
Lançamento: 1948
Pré-Modernismo
Fase de transição entre o
Realismo, Naturalismo,
Simbolismo e o
Modernismo em si.
Belle Époque
Impessoal, onisciente,
onipresente (3°pessoa)
Linguagem: Simples, clara, humorística e
ousada, pois introduziu termos
agressivos e explícitos para época.
Resumo
Inicia-se com a descrição da família de Clara e do local em
que viviam. Clara era a única filha viva de seus pais, viviam
em um bairro do subúrbio, rodeados de casebres e pessoas
pobres como eles. Eram a periferia da cidade do Rio de
Janeiro. O pai, Joaquim, era um simples carteiro e amante de
música, nas horas vagas tocava flauta. A mãe, Engrácia, era
dona de casa e deu à Clara a melhor criação possível, até
exageradamente. Com pais superprotetores, Clara quase
não saía de casa ou sequer tinha contato com outras
pessoas, apenas com o seu padrinho; e, por isso, era muito
ingênua e recatada, volúvel e inocente. A vida da pacata
família começou a tomar outro rumo quando um amigo de
Joaquim, Lafões, sugeriu que convidasse um amigo seu
(Cassi) para incrementar o círculo dos músicos do
aniversário de Clara. Os dois se conheceram na prisão.
Lafões por se envolver em uma briga em um boteco e Cassi
por se relacionar com uma mulher casada mesmo
preferindo as moças morenas e pobres.
Chegado o dia da festa, Cassi adentrou na casa e, ainda que
todos soubessem da sua má fama, seu jeito divertido
ludibriava os convidados. Quando Lafões apresentou Cassi
aos pais de Clara, estes já haviam percebido que o músico
reparava em sua filha. Trataram logo de não permitir que
Cassi retornasse uma segunda vez. Cassi passava na porta da
casa inventando desculpas para estar alí na rua. Tentava se
comunicar com Clara pela janela, mas era arriscado. Tratou
logo de lhe enviar cartas convincentes, dizendo que estava
perdidamente apaixonado. Clara, que pela criação
demasiadamente fechada dos pais não tinha noção de como
as coisas funcionavam na vida real, era tola demais para
perceber as intenções do rapaz ou desconfiar de sua
reputação. O padrinho de Clara até tenta intervir na situação
e protegê-la, mas Cassi tratou logo de matá-lo e ainda
convenceu Clara de que este foi um ato desesperado de
amor por ela. Assim, Clara cede e se entrega a Cassi.
Finalizando a obra, vemos que Clara descobre que está
grávida. Quando avisa Cassi, o rapaz foge como sempre fizera
e deixa a moça só, com toda a responsabilidade sob a criança.
Clara se vê desamparada e não sabe o que fazer. Tenta
conseguir um aborto mas sua mãe lhe sugere que visite a casa
de Salustiana, mãe de Cassi, para reivindicar uma ajuda.
Quando chega lá, Clara é recebida de péssimos modos, ouve
um discurso extremamente preconceituoso da mulher:
alegava que brancos não se casam com mulatos e pobres.
Após todo o drama, finalmente Clara sente o choque de
realidade, entende sua condição naquela sociedade: era
pobre, mulher, jovem, e morena. Termina o livro dizendo à
mãe: Nós não somos nada nesta vida.
Censurou duramente a discriminação
racial americana e demonstrava um
certo nacionalismo, traço
característico do Romantismo, embora
este não seja o movimento literário ao
qual o romance pertence.
Problematização de
preconceito racial,
social e de gênero