Vetorial, vertical, via oral, transfusional, transplante de órgãos e acidentes laboratoriais
Tratamento
O tratamento etiológico para a doença de Chagas está restrito a duas drogras nitroheterocíclicas
introduzidas nos anos 60-70: benznidazol (fármaco de escolha disponível) e nifurtimox (usado como
alternativa quando há intolerância ou quando o indivíduo não responde ao benznidazol).
O tratamento é indicado para todos os casos (fase aguda ou reativação da doença)
Na fase crônica, deve ser reavaliado a depender da forma clínica, de maneira individual
Definição
Doença de Chagas ou tripanossomíase é qualquer doença causada pela infecção por protozoários do
gênero Trypanosoma, que parasitam o sangue e o tecido de seres humanos e de animais.
Características gerais
Vetor
Insetos da subfamília Triatominae (barbeiros, chupão, procotó ou bicudo)
Agente etiológico
Protozoário flagelado Trypanossoma Cruzi
Amastigota, Epimastigota e Tripomastigota
Reservatórios
Várias espécies de mamíferos (presença dos parasitos no sangue periférico em quantidades suficientes para infectar o vetor
Diagnóstico
Fase aguda
Métodos parasitológicos diretos são os mais indicados nessa fase: Pesquisa a fresco de
tripanossomatídeos, métodos de concentração, lâmina corada de gota espessa ou de esfregaço
Métodos sorológicos: realizados quando os exames parasitológicos forem negativos e a suspeita persistir:
HAI, IFI, ELISA
Fase crônica
Diagnóstico essencialmente sorológico
Teste de alta especificidade com outro de alta especificidade: HAI, IFI, ELISA e quimiluminescência
(CMIA): confirmação quando dois testes distintos são reagentes
Resultados sorológicos inconclusivos: métodos parasitológicos indiretos (hemocultura e
xenodiagnóstico)
Sintomatologia específica: uma ou mais das seguintes manifestações: miocardite difusa,
pericardite, derrame pericárdico, insuficiência cardíaca, derrame pleural, edema, dispneia,
hepatomegalia e/ou esplenomegalia.
Sinais patognomônicos: sinal de Romaña, chagoma de inoculação
Fase crônica
Forma indeterminada: longo período assintomático (10-30 anos), sorologia e/ou parasitologia + ECG
normal, coração esôfago e cólon radiologicamente normais
Forma sintomática: Miocardiopatia dilatada: ICC; Megaesôfago: disfagia, desnutrição, refluxo,
sialose; Megacólon: constipação, risco de ruptura (peritonite)
Ciclo de vida
Em triatomíneos
Triatomíneo se alimenta do sangue do homem/outros mamíferos -> ingestão de tripomastigotas
sanguíneas pelo vetor -> conversão para formas epimastigota e multiplicação na porção média do
intestino -> diferenciação para a forma tripomastigota metacíclica -> liberação das formas
tripomastigotas metacíclicas junto com as fezes e urina do triatomíneo durante o repasto sanguíneo
Em humanos/outros mamíferos
Tripomastigotas invadem células hospedeiras no sítio de inoculação -> se transformam
em amastigotas e se multiplicam -> amastigotas intracelulares se transformam em tripomastigotas e,
com o rompimento de suas células entram na corrente sanguínea e linfática -> difusão dos
tripomastigotas pela corrente sanguínea e linfática -> infecção de outras células -> outra
transformação em amastigotas intracelulares
Epidemiologia
O Trypanosoma Cruzi circula entre humanos e animais do sul dos EUA até a Argentina
América Latina: presente em 21 países
Brasil: presente em mais de 2450 municípios, estima-se 1 a 2,4% da população
infectada