Nietzsche dedicou-se a estudar a
moral judaico-cristã e operou uma
espécie de comparação das
sociedades antes e depois do
cristianismo, tendo classificado este
como o fator central do
enfraquecimento do ser humano na
era moderna.
"super-homem nietzschiano"
alguém além do bem e do mal, depreendido de uma cultura decadente para gênese de uma nova elite,
não corrompida pelo cristianismo e pelo liberalismo.
Os valores do mundo estão, portanto, baseados em nada – a
cultura que não supera isso é uma cultura niilista.
Niilismo é a inversão dos valores vitais pelo cristianismo, que transforma em afirmação de poder o
sofrimento e a lassidão de uma vida diminuída. O niilismo, assim, é a doença dos tempos modernos, a vida
depreciando a vida. Paradoxalmente, niilismo é também a denúncia desses valores.
Para Nietzsche, a filosofia, representada por Sócrates (o “homem de uma visão só”), instaura o predomínio da
razão, da racionalidade argumentativa, da lógica, do conhecimento científico e do “espírito apolíneo” – derivado
de Apolo, deus da ordem e do equilíbrio. Assim, perde-se a proximidade da natureza e de suas forças vitais, da
alegria, do excesso e do “espírito dionisíaco” – derivado de Dionísio, o deus do vinho e das festas. A história da
filosofia é, portanto, a história do triunfo da razão contra a “afirmação da vida”. Seria preciso, assim, resgatar
o elemento dionisíaco da vida.