Independência do Brasil, desde a chegada da família real, até a declaração de D.Pedro às margens do Rio Ipiranga
Feito por: Lucas Mendes Dall'Oca / 8º ano 2
Quando Napoleão determinou o bloqueio continental, a
situação de Portugal era extremamente delicada: de um lado,
a pressão napoleônica para adesão ao bloqueio e, de outro, a
pressão inglesa para que os portugueses não aderissem a ele.
1ºA
Frente a indecisão do governo português, Napoleão assinou o Tratado
de Fontainebleau com a Espanha, e invadiu Portugal, assim, a
Inglaterra pressionou a Corte portuguesa a ir pro Brasil, para que
pudessem continuar com suas alianças comerciais e militares.
1ºB
Viagem até o Brasil
2º
Em novembro de 1807, D.João decide transferir a Corte para o Brasil, como a viagem
era muito complexa e D.João não tinha muito tempo, por conta da chegada das
tropas Napoleônicas, historiadores contam que o embarque foi um caos, pois além
da forte chuva que caia em Lisboa naquele dia, muitas coisas como carruagens e
bagagens foram esquecidas o que complicou ainda mais a ida até o Brasil.
2ºA
Durante a viagem, os portugueses contavam com embarcações inglesas para apoio e proteção, além da
frota que estava fortemente armada para a defesa da Corte portuguesa no caso de eventuais ataques.
Apesar disso, nas embarcações, faltavam lugares para dormir e ocorreu uma possível infestação de piolhos
(o que levou mulheres a terem que raspar seus cabelos) pela falta de higiene, assim como tiveram que
enfrentar tormentas na costa da Ilha da Madeira, o que levou o desmembramento do grupo.
2ºB
Chegada da
Corte no Brasil
3º
Após cerca de dois meses de viagem, a família real portuguesa
chegou a Salvador, na Bahia em janeiro de 1808, e então, D.João
assinou o decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas.
3ºA
Naquele momento a única nação europeia aliada a Portugal era a Inglaterra, pois as demais
nações estavam sob domínio francês. Assim os portos brasileiros passaram a recebar
produtos de origem europeia sem ter que passar, necessariamente, por Portugal, portanto,
isso fez com que terminasse o monopólio comercial da metrópole sobre a colônia.
3ºB
Após Salvador, a Corte dirigiu-se para o Rio de Janeiro, a capital
da colônia, onde, em março de 1808 D.João instalou-se com toda
a Corte e mais algumas centenas de pessoas.
3ºC
Corte portuguesa no
Rio de Janeiro
Ao Rio de Janeiro, chegaram, de uma só vez, quase 15 mil pessoas e era necessário acomodá-las
imediatamente, no início a população carioca teve o maior prazer em receber a Corte em suas casas, mas
como as requisições eram exageradas, começaram a surgir reações de desagrado. Pra pior a situação em
pouco tempo a Corte havia tomado as casas, os escravos, o mobiliário e as roupas dos cariocas
4ºA
4º
Com a modernização da capital, o uso de carruagens, por exemplo, expandiu-se e o comércio carioca cresceu com o
recebimento de mercadorias inglesas de todo tipo, em decorrência da abertura dos portos. Com isso, o aumento da
população aumentou as oportunidades de trabalho, assim como, os hábitos dos moradores da cidade,
principalmente a elite carioca, que passaram a sofrer influência dos europeus, principalmente em relação as roupas
4ºB
Relacionamento de Portugal
com os Países europeus
Em 1785, havia sido assinado um alvará por D.Maria I, que
proibia a instalação de manufaturas no Brasil, mas esse
documento foi revogado por D.João, o que levou um pequeno
surto industrial no Brasil, logo sufocado pela Inglaterra
5ºA
5º
A aliança entre Portugal e Inglaterra materializou-se em 1810, por meio da assinatura de dois
tratados, o primeiro foi o de Comércio e Navegação, que estabeleceu impostos privilegiados para as
mercadorias inglesas, o que monopolizou o mercado interno brasileiro. O segundo tratado foi de
Aliança e Amizade, em que Portugal propunha extinguir o tráfico negreiro paulatinamente
5ºB
Em 1815, para garantir o dirito de participação no Congresso de Viena sem ter que voltar para
Portugal, D.João assinou um decreto elevando o Brasil ao nível de uma nação. Essa medida
representou, de um lado, descontentamento para os metropolitanos, e de outro, o início do
caminho para a independência política do país, retirando o Brasil de sua condição de colônia
5ºC
Província Cisplatina
Em 1821, após longas batalhas, as tropas joaninas dominaram o Uruguai, que foi
anexado aos domínios portugueses sob o nome de Província Cisplatina. Essa
ambição imperialista incentivou o surgimento de um grande clima de instabilidade
política entre Brasil e Argentina, que disputaram a região por muito tempo
6ºA
6º
Revolução
Pernambucana
7º
Apesar das várias modificações ocorridas com a vinda da família real portuguesa para o
Brasil, muitas semelhanças com o Antigo regime colonial permaneciam. No nordeste, os
comerciantes portugueses monopolizavam os principais postos e mercados e exploravam
os senhores rurais, que estavam em crise por conta da decadência do açúcar
7ºA
Em 1817, a crise econômica agravou-se mais ainda em decorrência da queda dos preços internacionais do açúcar e do
algodão, assim como, os pesados impostos que tinham que pagar. Isso levou os pernambucanos a se rebelarem e
instaurarem um governo autônomo em relação à Coroa portuguesa, esse movimento também se expandiu pela Paraíba,
Alagoas e Rio Grande do Norte. Os rebeldes conseguiram tomar o governo de Recife, mas foram derrotados pelas tropas
portuguesas, e, apesar disso, as diferenças de interesse entre os portugueses e os brasileiros, ainda estavam evidentes
7ºB
Volta de D.João
para Portugal
8º
Desde que a família real mudou-se para o Brasil, Portugal estava sendo governado pelo lorde Beresford,
isto é, estava sob tutela britânica, o que trazia certas insatisfações à população portuguesa. A liberdade
econômica proporcionada ao Brasil contribuiu para o agravamento dessa crise em Portugal, pois
prejudicou o comércio português e diminuiu os lucros da burguesia metropolitana
8ºA
Em 1820, em Porto, essa insatisfação explodiu em um movimento inspirado em ideias iluministas, conhecido
como Revolução Liberal do Porto. Os portugueses exigiram uma monarquia constitucional, liberdade política e
livre-comércio, além da volta de D.João ao país e restauração do pacto colonial em relação ao Brasil.
8ºB
Em 1821, D.João retornou à Portugal, pressionado, a fim de preservar seu trono, entretanto, seu herdeiro, o príncipe
D.Pedro, permaneceu no Brasil como príncipe regente. Com o retorno do rei, as Cortes portuguesas exigiram a
restauração do pacto colonial e a volta de D.Pedro a Portugal. Dessa forma o Brasil teria que fechar seus portos ao
comércio internacional e, relacionar-se apenas com a metrópole, voltando a ser a principal fonte de renda para Portugal
8ºC
Proclamação da Independência
A pressão para que D.Pedro retornasse para Portugal continuou, mas em janeiro de 1822, D.Pedro recusou as ordens e permaneceu no
Brasil, episódio que ficou marcado como Dia do Fico. A Corte portuguesa até tentou anular sua autoridade mas isso não deu certo.
Nesse contexto, no Brasil, surgiram dois grupos antagônicos, de um lado o Partido Português ( formado pelos portugueses, em sua
maioria comerciantes e militares) que declarava fidelidade à metrópole e apoiavam o fechamento dos portos. E o Partido Brasileiro
(formado, em sua maioria, por latifundiários brasileiros) que defendia a liberdade econômica e autonomia administrativa. É importante
destacar que nenhum dos grupos questionava a independência política nem discutia a estrutura escravista colonial
9ºA
9º
Diante disso, surgiu outra corrente contrária às outras duas: a dos liberais radicais, que representavam as camadas médias urbanas e
contavam com alguns membros da elite nordestina, inconformados com o crescente prestígio político dos latifundiários do eixo Rio-São
Paulo. Em meio às discussões políticas, D.Pedro começou a adotar medidas que demonstravam uma tendência à emancipação do Brasil,
convocando uma Assembleia Constituinte para elaborar a Constituição do Brasil, ou seja, um conjunto de leis que regeria a vida
político-administrativa do país, garantindo direitos e estabelecendo deveres aos cidadãos e a Estado.Contudo, somente uma nação pode ter
uma Constituição, pois, enquanto ela for colônia, deve obedecer às normas determinadas pela metrópole
9ºB
Em setembro de 1822, a Corte portuguesa enviou o recado de que o príncipe regente deveria voltar a Portugal, sob a pena de ser
levado de volta à força. D.Pedro estava em viagem (havia ido a Santos) e foi informado, no caminho, sobre a pressão portuguesa
e, com o apoio de grupos da elite brasileira, decidiu declarar a independência em 7 de setembro de 1822. De príncipe regente,
D.Pedro passou a ser imperador, sob o título de D.Pedro I, iniciando o Período Imperial, que durou até 1889. É importante
perceber que a independência política do Brasil não alterou significativamente as condições já existentes. O Brasil continuou
sendo um país agrário, exportador de gêneros tropicais, estruturado no latifúndio e na manutenção do sistema escravocrata