PARASITOSES INTESTINAIS

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Teobaldo  Santos
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Resource summary

PARASITOSES INTESTINAIS
  1. Transmissão
    1. A via fecal-oral é a principal forma de transmissão, a partir da água ou alimentos contaminados.
      1. São transmitidos pela ÁGUA OU ALIMENTOS contaminados
        1. • Entamoeba histolytica
          1. • Giardia intestinalis
            1. • Hymenolepis nana
              1. • Taenia solium
                1. • Ascaris lumbricoides
                  1. • Trichuris trichiura
                    1. • Enterobius vermicularis
                  2. Epidemiologia
                    1. • As parasitoses intestinais estão entre as infecções mais comuns em todo o Mundo, principalmente nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos.
                      1. • No mundo, segundo dados da OMS, existem 84 milhões de doentes, principalmente nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos.
                        1. • No Brasil, é endêmica e acomete cerca de seis milhões de pessoas por ano.
                          1. • A espécie Ascaris lumbricoides é uma das mais prevalentes em todo o mundo.
                            1. • Os ancilostomídeos (Ancylostoma duodenale e Necator americanus) têm ampla distribuição geográfica e elevada prevalência16, constituindo uma infecção mais comum em zonas rurais.
                              1. • A giardíase é comum em crianças menores de 10 anos de idade17, apresentando alta prevalência em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos.
                                1. • A amebíase (Entamoeba histolytica) leva ao óbito cerca de 100.000 pessoas por ano, sendo superada apenas pela malária em número de mortes por protozoários.
                                  1. • A esquistossomose (Schistosoma mansoni) é uma parasitose intestinal de ampla distribuição.
                                  2. Manifestações Clinicas
                                    1. A maioria das parasitoses intestinais é bem tolerada pelo hospedeiro imunocompetente.
                                      1. Assintomatico
                                        1. Sintomatico
                                          1. Sintomas gastrointestinais inespecíficos
                                            1. o Dor abdominal
                                              1. o Vômitos
                                                1. o Diarreia
                                                  1. o Frequentemente associados a perda de peso.
                                              2. + M. Clinicas
                                                1. GIARDIA LAMBLIA: Possui um amplo espectro clínico incluindo ausência de sintomas, diarreia aguda com ou sem vómitos e diarreia crónica. A diarreia crónica associa-se frequentemente a sintomas de mal absorção intestinal (fezes fétidas, flatulência, distensão abdominal), anorexia, má progressão ponderal ou perda de peso e anemia.
                                                  1.  ENTEROBIUS VERMICULARIS: Predomina o prurido anal nocturno, por vezes com agitação importante. São causa frequente de vulvovaginite. A eventual relação causal com alguns sintomas como bruxismo, enurese noturna e perda de peso nunca foi confirmada.
                                                    1.  ASCARIS LUMBRICOIDES: Pode cursar com queixas inespecíficas de dor ou desconforto abdominal e sintomas de mal absorção quando a infecção é prolongada. Na fase de migração larvar pode haver envolvimento pulmonar, sob a forma de pneumonite transitória aguda, com febre e eosinofilia (Síndrome de Löffler), que pode ocorrer semanas antes da sintomatologia gastrointestinal. A obstrução intestinal alta é a complicação mais frequente em parasitações volumosas. A migração dos vermes adultos através da parede intestinal pode provocar colecistite, colangite, pancreatite de causa obstrutiva.
                                                      1.  TRICHIURA: Os indivíduos afetados podem manter-se assintomáticos, desenvolver um quadro disentérico (dor abdominal, tenesmo, diarreia mucosanguinolenta) ou colite crónica, frequentemente com tenesmo e prolapso Pode manifestar-se por anemia.
                                                        1.  ENTAMOEBA HISTOLYTICA: A infecção pode variar de estado de portador assintomático (até 90% dos casos) a doença invasiva grave4. A forma aguda pode cursar com diarreia sanguinolenta, associada a dor abdominal, tenesmo e desidratação. Nesta fase podem surgir complicações graves incluindo megacólon tóxico, colite necrosante fulminante e perfuração intestinal. As formas crónicas manifestam-se por queixas intermitentes de dor abdominal e diarreia não sanguinolenta, associadas a perda de peso. Pode ainda ocorrer ameboma ou abcesso hepático.
                                                          1.  CRYPTOSPORIDIUM: Manifesta-se por diarreia aquosa profusa, por vezes com muco, sem sangue, com vómitos, náuseas, dor abdominal tipo cólica e por vezes febre. A infecção pode ser assintomática, auto-limitada ou arrastada.
                                                            1.  TÉNIAS: A infecção é frequentemente assintomática, mas pode cursar com sintomas gastrointestinais ligeiros incluindo náuseas, diarreia e dor abdominal. A passagem das proglótides através do ânus, pode originar desconforto e sensação de tenesmo. A infecção por Diphyllobotrium latum pode manifestar-se com sintomas de anemia por carência de vitamina B12 como fadiga, palidez, glossite ou parestesias.
                                                              1.  ANCILOSTOMAS (AMARELÃO): A infecção habitualmente ocorre pela penetração da larva através da pele, podendo posteriormente atingir os pulmões, originando pneumonite normalmente ligeira. A infecção também pode ocorrer por ingestão, sendo que a presença de vermes adultos no tubo digestivo se manifesta de forma inespecífica por dor abdominal. A infecção intestinal pode levar à formação de úlceras com consequente perda crónica de sangue e anemia microcítica hipocrómica moderada a grave. Pode também associar-se a hipoproteinémia e edema.
                                                              2. Diagnostico
                                                                1. • Exame de fezes
                                                                  1. • Exame de sangue
                                                                    1. Tem pouca utilidade para o diagnóstico.
                                                                      1. Pode ser detectada EOSINOFILIA (> 500 eosinófilos/mm3) ou hipereosinofilia (> 1500 eosinófilos/mm3) quando se trata de helmintas com envolvimento extra-intestinal, especialmente Strongyloides stercoralis, Ancilostomas, Schistosomas.
                                                                        1. A Giardia lamblia e os outros protozoários NÃO provocam eosinofilia, bem como o helminta Enterobius vermicularis
                                                                        2. • A radiografia do abdómen com contraste opaco pode mostrar imagens cilíndricas, sem preenchimento, correspondentes a Ascaris lumbricoides.
                                                                          1. • Técnica de Graham - que consiste no toque das margens anais com a parte aderente da fita-cola com a ajuda de uma espátula, logo de manhã e antes de qualquer manipulação, para fazer a recolha dos ovos.
                                                                            1. Referencias
                                                                              1. ALVES, J. A.; SANTOS FILHO, Eladio. Parasitoses intestinais na infância. Pediatr Mod, v. 41, p. 7-15, 2005.
                                                                                1. BACELAR, Polyanna Araújo Alves et al. Parasitoses intestinais e fatores associados no estado do Piauí: uma revisão integrativa. 2018.
                                                                                  1. DE ANDRADE, Elisabeth Campos et al. PARASITOSES INTESTINAIS: UMA REVISÃO SOBRE SEUS ASPECTOS SOCIAIS, EPIDEMIOLÓGICOS, CLÍNICOS E TERAPÊUTICOS. Revista de APS, v. 13, n. 2, 2010.
                                                                                    1. FERNANDES, Sofia et al. Protocolo de parasitoses intestinais. Acta Pediátrica Portuguesa, v. 43, n. 1, p. 35-41, 2012.
                                                                                      1. Wang LJ, Cao Y, Shi HN. Helminth infections and intestinal inflammation. World J Gastroenterol. 2008 Sep 7;14(33):5125-32. doi: 10.3748/wjg.14.5125. PMID: 18777588; PMCID: PMC2744001.
                                                                                    2. Tratamento
                                                                                      1. Terapêutica anti-protozoária
                                                                                        1. GIARDIA LAMBLIA
                                                                                          1. Metronidazol: 15 mg/kg/dia (máx. 750 mg), 3 tomas diárias, 5-7 dias.
                                                                                            1. Albendazol: 15 mg/kg/dia (máx. 400 mg), toma diária única, 5 dias.
                                                                                              1. Tinidazol: 50 mg/kg (máx. 2 g), dose única, após refeição
                                                                                              2. ENTAMOEBA HISTOLYTICA
                                                                                                1. Metronidazol: 35-50 mg/kg/dia (máx. 750 mg), 3 tomas diárias, 7-10 dias.
                                                                                                  1. Tinidazol: 50 mg/kg/dia (máx. 2 g), toma diária única, 3 dias.
                                                                                                    1. Cotrimoxazol: 800 mg sulfametoxazol + 160 mg trimetoprim, 4 tomas diárias, 7 dias.
                                                                                                    2. CRYPTOSPORIDIUM PARVUM
                                                                                                      1. Nitazoxanide: 100 mg (1-3 anos), 200 mg (4-11 anos) ou 500 mg (> 11 anos), 2 tomas diárias, 3 dias.
                                                                                                        1. Albendazol: 400 mg, 2 tomas diárias, 7-10 dias.
                                                                                                        2. ISOSPORA BELLI
                                                                                                          1. Cotrimoxazol: 50 mg/kg/dia sulfametoxazol + 10 mg/ kg/dia trimetoprim (máx. 160 + 800 mg), 2 tomas diárias, 10 dias.
                                                                                                        3. Terapêutica anti-helmíntica
                                                                                                          1. ENTEROBIUS VERMICULAR
                                                                                                            1. Mebendazol / Flubendazol: 100 mg, dose única
                                                                                                              1. Albendazol: 400 mg, dose única
                                                                                                                1. Pamoato de pirantel: 11 mg/kg, dose única (máx. 1 g)
                                                                                                                2. ASCARIS LUMBRICOIDES
                                                                                                                  1. Albendazol: 400 mg, dose única
                                                                                                                    1. Pamoato de pirantel: 11 mg/kg (máx. 1 g), toma diária única, 3 dias
                                                                                                                      1. Mebendazol / Flubendazol: 100 mg, 12/12h, 3 dias ou 500 mg, dose única
                                                                                                                        1. Citrato de piperazina 75 mg/kg/dia (máx. 3,5 g), toma diária única, 2 dias.
                                                                                                                        2. TRICHURIS TRICHIURA
                                                                                                                          1. Mebendazol / Flubendazol: 100 mg, 12/12h, 3 dias ou 500 mg, dose única
                                                                                                                            1. Albendazol: 400 mg, dose única (3 dias se infestação abundante)
                                                                                                                            2. TAENIA SAGINATA, TAENIA SOLIUM, DIPHYLLOBOTRIUM LATUM, HYMENOLEPSIS NANA
                                                                                                                              1. Praziquantel: 5-10 mg/kg, dose única (25 mg/kg, dose única, para H. nana)
                                                                                                                              2. ANCYLOSTOMA DUODENALE, NECATOR AMERICANUS
                                                                                                                                1. Albendazol: 400 mg, dose única
                                                                                                                                  1. Mebendazol / Flubendazol: 100 mg, 12/12h, 3 dias
                                                                                                                                    1. Pamoato de pirantel: 11 mg/kg (máx. 1 g), toma diária única, 3 dias.

                                                                                                                                Media attachments

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