Gilberto Freyre, Oliveira de Vianna, Monteiro Lobato, Roberto
DaMatta, Euclides Cunha foram alguns dos nomes que
tentaram responder a grande pergunta, "O que é o Brasil?".
Sérgio Buarque de Holanda, foi uma das maiores figuras de intérpretes
da nação. Em seu livro, Raízes do Brasil, publicado pela 1ª vez em 1936,
ele analisa a sociedade brasileira desde seus primórdios, retornando
ao período colonial e vindo até o presente. A partir de sua análise ele
propõe a interpretação sociológica do "Homem Cordial".
Por conta do sentido de afetuoso palavra cordial na linguagem comum
a interpretação de Buarque foi fortemente criticada, pois foi associada
à concepção de que o brasileiro era gentil, hospitaleiro e pacífico.
A palavra "cordial" provém do Latim cordialis, que significa "relativo ao coração. Portanto, a
real intenção de Sérgio ao usar a palavra cordial era expressar que o brasileiro é um sujeito
que age de acordo com o "fundo emotivo transbordante", ou seja, com o coração, movido
pela emoção ao invés de se orientar pelos códigos das boas maneiras e da civilidade.
Entre as formas pelas quais Sérgio
representou a cordialidade dos brasileiros
está a utilização de diminuitivos ("inho") como
meio de aproximação com pessoas e coisas.
Para Max Weber, a burocracia era indispensável para o funcionamento do Estado. Numa
sociedade regida pela lógica legal-burocrática, o Estado é controlado pela impessoalidade,
pelo formalismo e pelas leis baseadas em critérios universais. Já numa sociedade organizada
segundo o patrimonialismo, ao contrário, os homens públicos atuam na esfera estatal com
base em regras e valores da esfera doméstica como laços sentimentais e familiares.
De acordo com a Antropóloga Livia Barbosa, o "jeitinho
brasileiro" é uma reação comum do brasileiro quando
confrontado com um "não pode e seria uma forma
"especial" de resolver uma situação difícil.
Para Roberto DaMatta, em seu livro Carnavais, malandros
e heróis, o brasileiro convive um dilema no qual por um
lado crer ser importante respeitar a lei, por outro acha
igualmente lícito recorrer ao famoso "jeitinho".