Clarice Lispector nasceu na aldeia de
Tchetchelnik, na Ucrânia, no dia 10 de
dezembro de 1920.
Ao chegarem ao Brasil, fixaram residência em Maceió,
Alagoas, onde morava Zaina, irmã de sua mãe. Por
iniciativa de seu pai, todos mudaram o nome. Então
Haya Lispector, passou a se chamar Clarice.
filha de Pinkouss e Mania Lispector, casal de
origem judaica que fugiu de seu país diante
da perseguição aos judeus durante a Guerra
Civil Russa.
Em 1941, Clarice ingressou na Faculdade Nacional de Direito,
e empregou-se como redatora da Agência Nacional.
Em 1944, Clarice publica seu primeiro romance, Perto do
Coração Selvagem, que retrata uma visão interiorizada do
mundo da adolescência
Em 1960 trabalhou no Diário da Noite com a coluna "Só Para
Mulheres" e nesse mesmo ano lançou Laços de Família, livro de
contos que recebeu o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro.
Em 1946, morando em Berna, Suíça, publicou O Lustre. Em
1949 publica A Cidade Sitiada. Nesse mesmo ano, nasceu seu
primeiro filho, Pedro. Dedicou-se a escrever contos e em 1952
publica Alguns Contos
Em 1967 publicou O Mistério do Coelhinho Pensante, seu primeiro
livro infantil, que recebeu o Prêmio Calunga, da Campanha Nacional
da Criança. ao dormir com um cigarro aceso, Clarice Lispector sofreu
várias queimaduras no corpo e na mão direita. Passou por várias
cirurgias e viveu isolada, sempre escrevendo
Clarice passou a integrar o Conselho Consultivo do Instituto Nacional
do Livro. Era considerada uma “pessoa difícil”. Em 1976, pelo
conjunto de sua obra, Clarice ganhou o primeiro prêmio do X
Concurso Literário Nacional de Brasília.
Em 1977 Clarice Lispector escreveu Hora da Estrela, sua
última obra publicada em vida, onde conta a história de
Macabea, uma moça do interior em busca de sobreviver
na cidade grande.
Clarice Lispector faleceu no Rio de Janeiro, no dia 9
de dezembro de 1977, um dia antes de seu
aniversário.
Laços de família
Em cada um dos contos de Laços de família o projeto de escrita de Clarice vai
criando e consolidando uma paisagem extraordinariamente expressiva sustentada
pela força de um discurso que parece muitas vezes escapar dos limites da ficção
propriamente dita para ingressar no terreno do ensaio filosófico.
AMOR
Ele vai mostrar o que aconteceu durante uma tarde de Ana, nossa protagonista. Ela é uma
dona de casa feliz, de classe média, mãe e esposa. Certo dia, Ana decide fazer um jantar para
reunir alguns parentes. ela vê um cego mascando chicletes enquanto pega um bonde. Aquela imagem provoca uma
epifania, a personagem conta com uma revelação enorme para si. Um pequeno fato provocou
uma reação avassaladora em Ana. A partir dessa visão, ela vai começar a refletir sobre o amor
e os rumos que sua vida levou. Ela sofre um susto, deixa sua bolsa cair e parte dos seus ovos
se quebram. Quando volta para casa, Ana ainda está aérea, pensativa e um pouco arrependida
de ter se questionado durante a tarde. Ela abraça seu filho com muita força – a ponto de
quase machucá-lo – e diz ao marido “não quero que lhe aconteça nada, nunca”.