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MAMAS - LESÕES BENIGNAS

Anomalias do Desenvolvimento
1. Frequentes as diferenças de tamanho e volume
2. As verdadeiras anomalias são de mamas ausentes, rudimentares, assimetria grosseira, hipertrofia ou glândula e mamilo acessórios
3. Anomalias de volume
  1. Hipomastia: pequeno volume, uni ou bilateral, costuma não responder a hormônio e solução é silicone
  2. Hipertrofia: grande volume, uni ou bilateral, gera danos psicológicos e de postura, se > 1kg é detectado gigantomastia; manejo é sempre cirúrgico
  3. Simastia: presença de confluência medial das mamas, tecido na linha média que une as 2 mamas; causa congênitas
4. Anomalias de Número
  1. Amastia: ausência total da glândula mamária uni ou bilateral (associada com agenesia ovariana); rara; se acompanhada de hipotrofia ou agenesia do grande peitoral - Sd. Poland
  2. Amazia: ausência do tecido mamário com a presença areolomamilar; adquirida ou congênita
  3. Atelia: ausência areolomamilar; extremamente rara
  4. Polimastia: mais de 2 glândulas mamárias, podendo ser completa (com aréola e mamilo) ou só com parênquima; forma mais comum - mama axilar (abaulamento na região); conduta é cirúrgica por questões estéticas
    1. Geralmente aparecem ao longo da linha láctea; se fora dela - mama aberrante
  5. Politelia: presença de um mamilo acessório; retira-se só se dano estético
Ginecomastia
1. Hipertrofia de 1 ou mais glândulas mamárias no homem
2. Pode ser transitória
3. 1˚ pico na adolescência; 2˚ pico com 50 e 80 anos
4. Induzida por anabolizantes, estrogênios, digitálicos, metildopa, isoniazida, doenças orgânicas
5. Avaliação inicial medir: HCG, LH, testosterona, estradiol
  1. De exame de imagem usar mamografia e não US
6. Afastadas causas iatrogênicas ou endócrinas, o manejo é sempre operar
7. Na adolescência dá pra esperar reversão espontânea, mas pelas consequências emocionais pode-se fazer uma intervenção precoce
8. Fluxograma de investigação
Processos Inflamatórios
1. Mastite aguda
  1. + frequente no puerpério
  2. 70% por estafilococo penicilinase-resistente
    1. Restante: estreito, anaeróbios e colibacilos
  3. História de fissura do mamilo ou queimadura da pele = quebra dos mecanismos de defesa
  4. Podem chegar ao mamilo pela roupa, mãos ou nasofaringe do bebê
  5. Fatores predisponentes: mamas ingurgitadas, fissura mamilar, infecção rinofaringe do bebê, anomalia no mamilo, primiparidade, má higiene, escabiose
  6. Sinais e sintomas: estase láctea, sinais de inflamação, adenopatia axilar e às vezes sinais gerais
  7. Profilaxia: higiene, evitar fissuras e ingurgitamento mamário
  8. Tratamento: analgésico, antitérmico, suspensão das mamas, drenagem manual do leite, antibiótico - cefalexina 7d
    1. Se a infecção persistir depois de 2-3d após tratamento -> suspeitar de abscesso (5 a 10% dos casos)
  9. Não se recomenda calor local por conta da perda da sensibilidade o que pode gerar queimaduras
2. Abscesso Mamário
  1. Mesmos sinais de inflamação, + flutuação, pele brilhantes e descamativa
  2. Puérpera (50%)
  3. Tratamento: drenagem, exploração digital e colocação de dreno de Penrose (anestesia geral)
    1. + ATB - Cefalexina 7d pra reduzir infecção sistêmica e celulite local
  4. Maioria S. aureus
  5. Após desconforto não há contraindicações pro aleitamento
  6. Abscessos superficiais podem ser drenados só com agulha mais calibrosa
  7. US em caso de dúvida ou pra guiar punções
3. Abscesso subareolar crônico recidivante (ASCR)
  1. Episódios de Infecção aguda e flutuação seguidos de drenagem intermitente por fístula na junção cutaneoareolar
    1. Drenagem pode ser espontânea ou necessitar de cirurgia pela dor que causa
  2. Também chamado doença de Zuskas
  3. Depois de 2-3 semanas há reagudizações
  4. Secreção cremosa ou escura
  5. Bactérias anaeróbias ou estafilocócicas
  6. Comum a presença de retração e invaginação da papila
  7. Hipóteses etiológicas
    1. 1. Inversão do mamilo com obstrução e maceração dos dutos lactíferos
    2. 2. Metaplasia escamosa que predispõe obstrução dos canalículos e formação de ASCR
  8. Correlação com tabagismo
  9. Tratamento: anti-inflamatório não hormonal, ATB (cefalexina+metronidazol 7d) drenagem simples
    1. Se a drenagem simples não resolver -> excisão dos ductos, fistulectomia e cicatrização por 2˚ intenção
    2. + suspender tabagismo
4. Ectasia ductal
  1. Dilatação dos ductos terminais com acúmulo de detritos celulares podendo causar derrame papilar
  2. Relação com tabagismo
  3. Formas clínicas
    1. Derrame papilar
      1. Mais comum na peri ou pós-menopausa
      2. Secreção amarelo-esverdeada, purulenta
      3. Se for nociva pra paciente -> exérese do sistema ductal terminal
    2. Tumoral
      1. Pode gerar uma ruptura dos ductos e inflamação circundante - sinais típicos de mastite
      2. Ao se cronificar pode surgir uma massa dura e retração do mamilo - simulando carcinoma
      3. Incidência aumenta com o aumento da idade
5. Eczema areolar
  1. Dermatite descamativa e exsudava do complexo areolomamilar
  2. Pode ser bilateral e pruriginosa
  3. Causas: psoríase, dermatite seborreia, de contato, atópica ou por alergia a tecido sintético
  4. Tratamento da aguda: solução de Thiersch + corticoterapia
  5. Tratamento crônico: só corticoterapia
  6. Se não regredir em 1-2 semanas, faz-se biópsia do mamilo pra descartar carcinoma de Paget
6. Necrose gordurosa
  1. Sinônimos: cistoesteatonecrose ou granuloma lipofágico
  2. Áreas expostas ao trauma
  3. Resultado da saponificação asséptica da gordura por lipases do sangue e do tecido
  4. Mais comum em obesas e em peitos flácidos
  5. Surge como uma lesão firme, imóvel, maldelimitada e indolor - simula um câncer
  6. Assintomática: calcificações redondas com centro translúcido (casca de ovo) sem significado pré-neoplásico
  7. Sintomática: tumor detectável clinicamente; massa com história prévia de trauma, equimose, dor e retração; mais comum em mamas adiposas pós-menopausa ou após cirurgias de mamas
7. Doença de Mondor
  1. Tromboflebite superficial das mamas
  2. Rara
  3. Associada a traumas
  4. Dor aguda (desaparece em 2-3 semanas) + cordão fibroso no local
  5. Pode imitar carcinoma
  6. Autolimitado - não precisa de biópsia
  7. Tratamento de suporte - analgésico e anti-inflamatório
8. Galactocele
  1. Obstrução dos canalículos da mama = acúmulo de leite
  2. Diagnóstico: anamnese + ex. físico + punção
    1. Tumoração sem sinais inflamatórios com característica cística e amolecida
    2. Se há algum tempo - material mais duro, necessária uma agulha mais calibrosa
    3. Se esvaziamento completo, terapêutica finalizada
    4. Se conteúdo muito espesso impossibilitando aspiração -> incisão e drenagem cirúrgica

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