Epidemiologia e Bioestatística

Origem
1. Teve vários conceitos e definições através dos tempos
  1. Epidemia
    1. Termo antigo, a referência mais remota é de um texto espanhol sobre a peste, do século XVI.
      1. Antigamente todas as definições estavam ligadas as doenças transmissíveis.
2. Disciplina científica alcançado na metade do século XX
  1. EPIDEMIOLOGIA
    1. Estudo dos eventos relacionados com a saúde das populações.
    2. Campo de ciência que trata de fatores e condições que determinam a frequência e ocorrência de doenças e agravos entre grupos”
    3. Estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas” (Associação Internacional de Epidemiologia - IEA, 1973).
    4. Objetivos
      1. Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas.
      2. Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como estabelecimento de prioridades
      3. Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como estabelecimento de prioridades
Aplicações da epidemiologia
1. Descrever as condições de saúde da população. Investigar os fatores determinantes da situação de saúde. Avaliar o impacto das ações para alterar a situação de saúde.
  1. A lei 8080/90 que regulamenta o SUS no art. 7 parágrafo VII recomenda: ü “Utilização da Epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e orientação programática”.
    1. Determinantes Sociais de Saúde: são "as características sociais dentro das quais a vida transcorre”./não são uma rede de causalidade e sim um complexo de fenômenos sociais interligados que produzem riscos diferenciados à saúde de comunidades e indivíduos.
      1. Determinantes estruturais :governança; políticas macroeconômicas; políticas sociais; políticas públicas.
        Determinantes intermediários: circunstâncias materiais da vida; sistema de saúde; fatores comportamentais e biológicos; fatores psicossociais.
        Formas de distribuição das doenças na população
        Endemia : Doença infecciosa que ocorre habitualmente e com incidência significativa em dada população ou região.
        Epidemia: Doença de caráter transitório, que ataca simultaneamente grande número de indivíduos em uma determinada localidade.
        Pandemia: Enfermidade epidêmica amplamente disseminada.
        VETOR : Atua como agente transportador do parasita que irá carrear o parasita externamente ao seu corpo.
Áreas temáticas
1. Divididas em três
  1. Doenças infecciosas e enfermidades nutricionais.
  2. Doenças crônico-degenerativas e outros danos à saúde
  3. Serviços de saúde – a assistência aos doentes e as práticas preventivas representam fatores que intervêm na distribuição e ocorrência de doenças.
    1. Princípios Básicos
      1. A distribuição desigual dos agravos à saúde é produto da ação de fatores que se distribuem desigualmente na população
      2. O conhecimento dos fatores determinantes das doenças permite a aplicação de medidas preventivas e curativas, direcionadas a alvos específicos, cientificamente identificados, o que resulta em aumento da eficácia das intervenções.
Métodos de Investigação
1. Analíticos = investigar a associação entre dois eventos, como medida da circunferência abdominal e diabetes
2. Descritivos= descrever a variação de mortalidade e morbidade numa determinada população
3. Não-experimentais = também chamados estudos observacionais, o investigador não interfere na situação, por exemplo: estudo comparativo entre de incidência de cardiopatias em indivíduos vegetarianos e não-vegetarianos.
4. Experimentais = também chamados estudos de intervenção, o pesquisador cria uma situação artificial para estudar seu tema, como eficácia de uma droga
XVI os conhecimentos científicos estavam baseados na ideia de semelhante
1. I. conveniência ,II. emulação, III. analogia, IV. simpatia
século XIX, Princípios da pesquisa epidemiológica:
1. Uso de taxas. Comparação entre grupos. Busca por explicações objetivas passíveis de verificação empírica. Quantificação como recurso para evidenciar relações que não podem ser imediatamente observadas. Teorias causais que transcendem os aspectos naturais incluindo a organização social na explicação
  1. Em 1850 é criada a London Epidemiological Society em Londres indicando o princípio da institucionalização dessa disciplina
    1. Em 1919 foi criado o departamento de Epidemiologia na Universidade Johns Hopkins - EUA. ü Em 1928 Major Greenwood estabelece o departamento na London School of Tropical Medicine and Hygiene
      1. Início do século XX, Bradford Hill e Major Greenwood passam a utilizar testes de hipóteses e estimações por intervalos, estreitando os vínculos entre estatística e epidemiologia
        Eles também usam as análises estratificadas e os procedimentos de padronização de taxas tornando as investigações epidemiológicas mais exatas.
        Sistematização de métodos de investigação: “Epidemiologic Methods” 1960 MacMahon, Pugh, Ibsen ,Raciocínio baseado no conceito de risco , Hegemonia de métodos analíticos e relativa perda de prestígio da epidemiologia descritiva , Experiência acumulada em grandes inquéritos e estudos de coorte ,Postulados causais de Bradford Hill e Richard Doll , Teoria causal – “Causal Thinking in the Health Sciences” 1970
        Epidemiologia atual : Epidemiologia genética; Epidemiologia molecular; Epidemiologia da população; Epidemiologia clínica; Epidemiologia social; Recuperação da epidemiologia descritiva na avaliação de políticas de saúde.
Epidemiologia histórico - John Snow (1813-1858) - por ocasião de uma epidemia de cólera em Londres, constatou que havia uma associação entre o consumo da água contaminada e a ocorrência de cólera.
1. Louis Pasteur (1822-1895) – pai da microbiologia, entre seus feitos estão a pasteurização e a vacinação antirrábica.
  1. Oswaldo Cruz (1872-1917), renomado sanitarista que estudou no Instituto Pasteur em Paris, fundou em 1900, no RJ, o Instituto Manguinhos, atual FIOCRUZ (Fundação Osvaldo Cruz), importante centro formador e de pesquisa.
    1. Conceito de Saúde: Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença ou incapacidade. “ (WHO, 1973).
      1. Saúde Geral
        Físico – regular as variações do organismo
        Psíquico – lidar com o desejo de cada um na organização de sua vida
        Social – interferir individual e coletivamente nas estruturações do trabalho.
        Doença - A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece.
        Processo Saúde / Doença
        A ideia dominante que adoecer estaria condicionado exclusivamente a herança genética, estilo de vida maus hábitos, a descobertas médicas e, ainda que controverso, a “castigos divinos”.
        A saúde passa de um objeto médico para um objeto ético, político e social
        As inter-relações do agente, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até às alteração que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte”
        Importante- conhecimentos para instruir ações que visem modificar o curso natural das doenças; Para detectar as doenças em fase mais inicial de sua historia natural e tornar o tratamento mais eficaz.
        História Natural da Doença
        Pré-patogênese: também considerado período epidemiológico, diz respeito à interação entre os fatores do agente, do hospedeiro e do meio ambiente
        Fatores sociais: socioeconômicos; sociopolíticos; socioculturais; psicossociais.
        Fatores ambientais: físico; humano; biológico
        Patogênese: corresponde ao momento em que o homem interage com um estímulo externo, apresenta sinais e sintomas e submete-se a um tratamento.
        Interação estímulo-suscetível
        A doença nessa etapa ainda não está desenvolvida, porém todos os fatores necessárias para sua ocorrência estão presentes.
        Alterações Bioquímicas, Histológicas e Fisiológicas
        A doença já está implantada no organismo, porém não há manifestações clínicas. (estágio subclínico) A doença pode ser detectada por exames clínicos ou laboratoriais orientados.
        SINAIS E SINTOMAS -É o estágio clínico da doença/Cronicidade Incapacidade por tempo variável, Invalidez permanente ,Morte.
        NÍVEIS DE PREVENÇÃO:
        Prevenção Primária : Imunização, Saúde ocupacional, Higiene pessoal e do lar, Proteção contra acidentes, Aconselhamento genético, Controle dos vetores.
        Prevenção Secundária: Detecção precoce de precursores da doença (fase sub-clínica) , Detecção precoce da doença (fase clínica) , Tratamento imediato ,Limitação dos danos.
        Prevenção Terciária : Reabilitação , Fisioterapia ,Terapia ocupacional ,Redução da dependência familiar e social, Melhoria da qualidade de vida do sequelado.
        Prevenção Quarternária : Não está relacionado ao risco de doença, mas ao risco por excesso de intervenção desnecessária; Conjunto de medidas para evitar intervenções desnecessárias e diminuir efeitos adversos dos tratamentos
        Doenças transmissíveis
        Período de Latência: Desde a exposição até se tornar infeccioso-Período de Incubação: Desde a exposição até desenvolver sintomas-Período de transmissibilidade-Período de manifestações clínicas.

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