Doença infecciosa que acomete animais domésticos principalmente eqüinos, bovinos e suínos, além de outras espécies de
mamíferos silvestres, podendo também afetar o homem. É uma doença economicamente importante devido às graves
conseqüências sócio-econômicas e de saúde pública, uma vez que os animais acometidos pela enfermidade apresentam queda
na produção, tanto de leite como de carne, além da mesma ser considerada uma zoonose..
O agente etiológico é um RNA-vírus, pertencente à Família Rhabdoviridae, gênero Vesiculovirus, onde existem
dois tipos imunologicamente distintos do vírus da EV, classificados como New Jersey (NJ) e Indiana, sendo
esse último classificado em três subtipos: Indiana Clássica (Indiana I), COCAL (Indiana II) e VSAV (Indiana III /
Alagoas).
Doença com incidência sazonal ocorrendo no verão em climas
temperados e, imediatamente, após as chuvas em regiões de clima
tropical. O vírus é inativado pela luz solar, não sobrevive por
longos períodos no ambiente, exceto em lugares frescos ao abrigo
da luz.
O período de incubação da estomatite é de 24-72h e a infecção
geralmente é inaparente, atingindo apenas 10-15% dos animais e
caracteriza-se por causar lesões vesiculares na cavidade oral, tetos e
coroa do casco, levando à salivação excessiva, dificuldade de se alimentar
e andar. Há aumento no consumo de água e redução no consumo de
alimentos e, consequentemente, perda de peso.
A impossibilidade de se fazer um diagnóstico clínico diferencial de outras doenças
vesiculares, exige o apoio laboratorial para a confirmação do diagnóstico, tais como
os testes sorológicos e o PCR usado para a detecção rápida do vírus nas amostras
clinicas. O material de eleição é formado por fragmentos de epitélio vesicular,
incluindo as bordas das lesões.
O vírus pode ser biologicamente transmitido pelo borrachudo (Simulium ssp. Dípeteros), mecanicamente
pelas moscas e pelo contato direto ou indireto por meio da ingestão de materiais contaminados,
principalmente no uso de cochos e bebedouros de uso comum.
Controle dos insetos vetores para ajudar na
prevenção da disseminação da doença com a
utilização de inseticidas..
Realizar a limpeza e desinfecção de criadouros e
currais, bem como ordenhadeiras e bebedouros.
Os desinfetantes
empregados são éter,
formalina 1%, hipoclorito de
sódio 1%, etanol 70%,
solução de hidróxido de
sódio a 2% (soda cáustica),
solução de carbonato de
sódio a 4%..
Realizar o isolamento dos animais sintomáticos e
restringir a movimentação de animais na
propriedade por pelo menos 21 dias após a cura de
todas as lesões.
O tratamento raramente é realizado, mas os anti-inflamatórios não-esteróides podem contribuir
para o conforto do animal e a rapidez da recuperação, evitando infecções secundárias em razão das
lesões típicas da estomatite. A mortalidade é geralmente baixa e os animais se recuperam em uma
ou duas semanas.