Os povos songhais habitavam
territórios às margens do Rio
Níger. Aos poucos, conseguiram
centralizar o poder político e
consolidar relações de comércio
com os povos berberes.
Importantes e populosas cidades
comerciais, como Tombuctu e Jenné,
possuíam certa autonomia
administrativa e muitos funcionários
à disposição
No início do século XVI, Cunta Quenta, governante do estado de Kebbi,
rebelou-se contra o ásquia Muhamed Turê. Após enfrentar e vencer as tropas
songhais, Cunta Quenta conquistou a independência de Kebbi. Em 1528,
Muhamed Turê foi destronado por um de seus filhos, Musa, e, a partir daí,
iniciou-se o processo de decadência do Império Songhai, conquistado pelo
Marrocos, em 1591.
O filho de Soni Muhamed Dao, Sunni Ali, governou os songhais por 28
anos e foi o principal responsável pela expansão do império, passando a
explorar a agricultura e o comércio com as importantes cidades de
Tombuctu e Jenné, além de consolidar o controle sobre rotas comerciais
na região de Gao.
O Império Songhai possuía uma organização bastante
centralizada, sendo administrado pelo rei, por um
vice-rei e por parentes próximos ao rei. Nos territórios
e províncias conquistados, contudo, o governo era
exercido por chefes nomeados e demissíveis a qualquer
momento pelo ásquia. Esses chefes exerciam um poder
bastante autônomo, exceto nas questões de justiça, que
eram entregues a funcionários conhecidos como cádis.
O cádi, era encarregado da justiça, o koy,
era chefe da cidade, e havia inspetores de pesos e
medidas, coletores de impostos, mestres de diversas
profissões, inspetores alfandegários, comissários dos
subúrbios e o asara mondzo
Após a morte de Sunni Ali, houve violentos conflitos entre a nobreza
militar e os membros da família real para a escolha do novo líder, o que
provocou a divisão do reino. Abu Bacre Dao, filho de Sunni Ali,
tornou-se líder do Império de Songhai, mas foi derrubado por um líder
militar chamado Muhamed Turê. Adotando o título de ásquia,
Muhamed Turê governou os songhais com base na religião islâmica,
embora grande parte dos nobres songhais e de seus súditos tenha
conservado as crenças tradicionais.