A cultura é um patrimônio que vai além do espaço familiar. É um
conjunto de costumes, tradições, valores, hábitos,
comportamentos, receitas, fórmulas e palavras que definem
tanto a identidade de uma família como a de uma comunidade
inteira. É de sua parte fundamental da memória e circula no
imaginário das pessoas, configurando sua identidade, a
linguagem, seu senso de pertencimento e sua rede de interações
que alimentam continua- mente as práticas no cotidiano.
No entanto, é mais sensato falar em várias culturas e não em
uma cultura. Uma característica marcan- te desse fenômeno
sociológico é sua pluralidade. A cultura é uma confluência de
culturas. Ela é fundada na diversidade biológica, humana, social,
etc. Ao tratarmos do termo “cultura”, é preciso pensá-lo na
pluralidade, na diversidade e na multiplicidade de experiências.
Para a Unesco, a diversidade cultural é um valor para a
comunidade mundial, assim como o respeito às diferenças é um
alicerce para a dignidade da pessoa humana. O encontro entre
diferentes povos possibilita a convivência entre as culturas, o que
faz com que os padrões culturais envolvidos nessas interações se
transformem continuamente. Ao longo da História, o encontro
entre as culturas não foi sempre amistoso. Muitas vezes, levou à
violência, ao conflito, às guerras e ao genocídio de base étnica e
cultural.
. A ideia de patrimônio cultural começou a fazer parte das
políticas públicas de preservação da memória nacional. A
Constituição passou a considerar a cultura um fator
identitário e base para o desenvolvimento social e
econômico. Em resumo, o Estado passou a reconhecer as
culturas de- finidas pela identidade e pela memória dos
diferentes grupos sociais e étnicos que constituem o país. A
memória popular e a formação histórica das comunidades
passaram a representar não apenas as culturas locais, mas
também o que torna a pessoa um cidadão brasileiro.
Os bens culturais de natureza material, também chamados de
cultura material, são físicos e concretos. Entre eles, estão:
pinturas, esculturas, documentos escritos, objetos de cerâmica,
vestígios arquitetônicos, etc. Nesses objetos, é possível
observar características da identidade coletiva e da memória
de um povo. Um dos principais exemplos de cultura material
são as pinturas rupestres e os fósseis humanos.
Os bens culturais de natureza imaterial, também chamados de
cultura imaterial, são as maneiras de fazer, os comportamentos
e as ideias, isto é, os bens que não são concretos. Entre eles,
estão: manifestações artísticas, mitologia, festas, celebrações,
danças, etc. O que define um bem de natureza imaterial é a
forma como ele contribui para atualizar a memória no
imaginário popular e romper fronteiras geográficas.
Bens de natureza material e imaterial. São bens muito
especiais, pois se constituem com complexas formas de
manifestação artística e cultural que carregam a memória de
um povo. Um exemplo desse tipo de bem cultural é a literatura
de cor- del.
A sociedade brasileira apresenta uma enorme diversidade
cultural. Essa variedade pode ser consi- derada típica, pois o
Brasil se formou a partir de um vasto território com diferentes
tipos de processo migratório. Tanto as matrizes étnicas como o
processo de regionalização são fatores importantes para
entendermos nossa cultura.
A formação da cultura brasileira envolve a mistura entre
indígenas, europeus e africanos. Ocupar o território e
transformá-lo em uma nação não foi um processo simples. A
principal razão do sucesso na ocupação de tão vasto território
foi a mestiçagem, o cruzamento genético e cultural ocorrido no
contato entre as etnias.