Posicionamento do doente em decúbito dorsal com exposição do pescoço e extensão cervical (se possível)
Identificação das marcas anatómicas da superfície i.e. cartilagem tiroide, cartilagem cricoide e membrana cricotiroideia
Preparação de um campo estéril
Infiltração da pele e do lúmen laríngeo através da membrana cricotiroideia com 1% lidocaína com
adrenalina 1:100 000 para anestesiar e suprimir o reflexo da tosse (se existir tempo suficiente)
Imobilizar a cartilagem tiroide com os 1º e 3º dedos da mão não dominante deixando o 2º dedo livre para localizar a membrana cricotiroideia
Com a mão dominante puncionar a membrana cricotiroideia com um cateter 14g adaptado a uma seringa preenchida com soro fisiológico,
angulado na direção caudal a 45º Angular a porção distal da agulha condutora pode ajudar a encaminhar o cateter no lúmen traqueal
Aplicar pressão negativa na seringa, puxando o êmbolo, enquanto avança o cateter. Assim que a ponta da agulha
atravessa a membrana cricotiroideia e entra no lúmen laríngeo, bolhas de ar aparecem no soro no interior da seringa.
Avançar o cateter e retirar a agulha
Adaptar o ventilador a jacto e ventilar com 15 L/min
Avaliar a ventilação pelos movimentos torácicos, por auscultação pulmonar, e por oximetria de pulso
Contraindicações
pneumotórax, enfisema subcutâneo ou
mediastínico, hemorragia, perfuração esofágica, e
acidose respiratória por hipoventilação.
Uma obstrução completa da via respiratória
proximal à cricotirotomia é também
contraindicação para a cricotirotomia por
punção por poder causar barotrauma pulmonar.
Indicações
utilizada apenas em situação de
emergência extrema em crianças, e
quando não for possível realizar a
cricotirotomia aberta.
Indicações
Via aérea difícil
Trauma maxilo-facial extenso
Obstrução respiratória por corpo estranho
TCE
Contraindicações
Contraindicado em menores de 12 anos
Traumas bucomaxilofaciais grave
Politraumas
Infecção ou tumor maligno
Inabilidade de identificar as estruturas
Cricotiroidotomia aberta: protocolo cirúrgico
Técnica
Colocação do doente na posição supina com exposição da região anterior do pescoço e extensão do mesmo (se possível)
Identificação dos pontos de referência na superfície cervical, por exemplo, cartilagem tiroide, cartilagem cricoide e membrana cricotiroideia
Preparação de um campo esterilizado
Injeção de lidocaína 1% com epinefrina 1:100000 na pele, tecidos moles e no interior da via
aérea através da membrana cricotiroideia de forma a anestesiar a via aérea (se existir tempo)
Se a anatomia superficial estiver bem definida, utilizar a mão dominante para, com um bisturi, fazer uma incisão transversal com 1-2 cm
diretamente sobre a membrana cricotiroideia na margem superior da cricoide utilizar a dissecção romba com o dedo indicador não
dominante ao longo da membrana cricotiroideia; mover o dedo de lado a lado para sentir claramente a membrana cricotiroideia
Realizar uma incisão transversal com 1 cm através da membrana cricotiroideia ao longo do bordo superior da cricoide, angulando o
cabo do bisturi na direção cefálica de forma a evitar lesar as cordas vocais; aguardar por uma sensação “pop” assim que o bisturi
perfurar a membrana e entrar na laringe; o espesso corpo da cricoide encontra-se imediatamente na parede posterior do lúmen
Dilatar a via com a passagem de uma pinça hemostática curva através da incisão, angulando na direção caudal através do anel cricoideu e ao longo da
traqueia com o cuidado de não perfurar a parede posterior da traqueia em alternativa introduzir um dilatador através do trajeto criado na via aérea
Fixar a cartilagem tiroideia com o 1º e 3º dedos da mão não dominante deixando o 2º dedo livre para palpar a membrana cricotiroideia
Introduzir um tubo de traqueostomia ou endotraqueal (<7mm ID), diretamente ou seguindo sobre o dilatador
Se utilizar um tubo com balão, insuflar com ar
Começar a ventilação
Confirmar o correto posicionamento do tubo através da observação do movimento do tórax, auscultação e, se disponível, avaliação do CO2 expirado
Fixar o tubo de traqueostomia suturando-o à pele e/ou utilizando a fita de traqueostomia em torno do pescoço
Aluno: Francisco Hildebrando Moreira de Oliveira Filho
Referências
Dover K, Howdieshell TR, Colborn GL. The dimensions and vascular anatomy of the cricothyroid
membrane: relevance to emergent surgical airway access. Clin Anat. 1996;9(5):291-5 / Bennett JD,
Guha SC, Sankar AB. Cricothyrotomy: the anatomical basis. J R Coll Surg Edinb. 1996 Feb;41(1): 57-60 /
Little CM, Parker MG, Tarnopolsky R. The incidence of vasculature at risk during cricothyroidostomy.
Ann Emerg Med. 1986 Jul;15(7):805-7