O parto corresponde a expulsão de um
ou mais conceptos a termo (com
capacidade de sobrevivência fora do
ambiente materno) resultante da ação
conjunta neuro-hormonal e mecânica
que prepara a mãe (via materna) para a
expulsão do feto.
No período que antecede o parto
(pré-parto) ocorre a maturidade
feto-placentária em sincronismo
com a função glandular mamária
garantindo a vida do recém nato.
Quando este parto ocorre de forma
natural ou fisiológica (eutocia) segue-se
um pós-parto caracterizado por uma
rápida involução uterina e um rápido
retorno da atividade ovariana cíclica.
No parto normal ou
laborioso, pode ocorrer
um atraso na involução
uterina e retorno à
ciclicidade normal.
Existem várias teorias para explicar o desencadeamento do parto,
no entanto, se aceita-se um desencadeamento dependente da
maturação do eixo hipotámo-hipofisário-adrenal do feto que
responde adequadamente ao estresse percebido por ocasião do
fim da gestação produzindo cortisol que desencadeia uma
cascata de eventos que culmina com a expulsão do feto.
O estresse do feto é gerado pelo desconforto
existente no ambiente uterino dado ao seu
volume e o pouco espaço disponível.
Fisiologicamente o feto responde ao
estresse produzido e liberando o
Hormônio de liberação de corticotrofina
que age sobre as células corticotróficas da
hipófise determinando a liberação de
ACTH (Hormônio adrenocorticotrófico)
que age sobre a adrenal fetal resulatndo
no aumento de cortisol na circulação fetal.
SUÍNOS
Na espécie suína, a progesterona é o hormônio responsável pela
preservação das contrações uterinas e manutenção da gestação
a termo. A manutenção dos corpos lúteos e consequentemente
produção da progesterona requer a contribuição de fatores
luteotróficos, tais como LH e prolactina, bem como a prevenção
da secreção de PGF2alfa, responsável pela luteólise.
CANINOS
Ocorre o aumento de cortisol fetal em um período
de 8 a 24 horas antes do parto, além disso ocorre
uma diminuição de progesterona horas antes do
parto. A partir da presença do cortisol fetal ocorre a
produção placentária de esteroides, que leva a
liberação de prostaglandina F2 alfa em resposta ao
cortisol fetal que leva a luteólise.
Fatores hormonais: CRH, ACTH,
cortisol, baixa de P4, alta de E2,
PGF2 alfa, ocitocina e relaxina.
Fatores mecânicos: contrações
miométricas e abdominais, compressão de
feto sobre a cervix.
Fatores nervosos: são os
estímulos originados na
cervix que atigirem o
hipotálamo.
A medida que o parto se aproxima a
concentração de cortisol cresce de forma
gradual. O nível aumentado de cortisol na
circulação ativa o sistema que converte a
progesterona e pregnenolona até então
produzidas pela placenta em estradiol.
O aumento na concentração de Estradiol
pela placenta inicia os eventos que vão
levar a lise do corpo lúteo gestacional e
preparar o útero para uma maior
propriedade de contractilidade.
Isso se faz pela estimulação no útero para a
produção da luteolisina (PGF2 alfa) e pelo aumento
na sensibilidade dos receptores uterinos a
ocitocina.
Neste momento ocorre a ação
hormonal da PGF 2 alfa que além de
lisar o corpo lúteo tem propriedade
mio-contrátil uterina determinando a
compressão e lançamento do feto de
encontro com a cérvix.
Isso leva o desencadeamento de
impulsos nervosos que agem nos
centros medulares espinhais e dalí são
transmitidos ao Hipotálamo que
responde produzindo e liberando
grandes quantidades de ocitocina.
Para que se aumente as
contrações uterinas ocorre o
aumento de E2, diminuição de P4,
aumento de ocitocina, receptores
mais sensíveis e as tornam mais
coordenadas e mais frequentes a
medida que se aproximam do
momento do parto.
Junto ao preparo do útero para garantir maior
capacidade de contração ocorre o preparo do canal do
parto com relaxamento da cérvix, dos ligamentos
pélvicos e uma dilatação generalizada do canal do parto
se faz evidente entre 1 e 2 dias antes do parto.
Deve ser considerado ainda a relaxina de origem
ovariana que é produzida pelas células
luteinizadas da granulosa, que tem sido implicada
na regulação deste processo de relaxamento das
partes moles, assim como o estrogêno e a PGF2
alfa.
Nos 15 a 20 dias que antecedem o parto,
sob a ação do E2, PGF2 alfa e relaxina
inicia-se o relaxamento dos ligamentos
sacroisquiático e sacroilíaco, provocando
uma parente elevação da inserção da
cauda, além do aumento de volume da
glândula mamária.
Um a dois dias antes do parto estes
sinais se intensificam e os tecidos
moles, vulva e vagina tornam-se
aumentadas, edematosos, flácidos
e relaxados.
EQUINOS
A ocitocina aumenta progressivamente
próximo do parto, então uma liberação maciça
acionada por um estímulo mecânico que
promove a síntese de PGF2 alfa. A ação
conjunta desses hormônios resulta na expulsão
do feto.
Paula Andresa da Silva
Nery-04033820-8NMA/Manhã.
RUMINANTES
O parto é iniciado pela luteólise
induzida pela PGF2 alfa. O cortisol
fetal estimula a liberação de PGF2
alfa no útero. E, ocorre outras
trocas endócrinas como em ovinos
e caprinos.