A Caatinga abrange cerca de 70% das terras nordestinas e uma
porção minoritária do território mineiro, cobrindo, ao todo, 11%
do território brasileiro, o menos úmido de todos os encontrados
no Brasil, predominam as espécies xerófilas, com médias de
temperaturas anuais elevadas e chuvas pouco abundantes e
irregulares.
Durante o período da seca, a sua condição ressecada faz jus à
sua denominação de “mata branca’’; na estação chuvosa, a
paisagem é radicalmente transformada, com vegetação
verdejante e similar à do Cerrado. Bioma composto de
ecossistemas predominantemente abertos e arbustivos. Entre
os animais, já foram catalogadas 1 487 diferentes espécies,
muitas também endêmicas.
As espécies desse bioma possuem diversas adaptações para
superar a deficiência hídrica. Caducifólias (perdem as folhas ao
longo da maior parte da estação seca); espinhosas (ajuda a
reduzir a evapotranspiração); suculentas (capazes de reterem
água do período chuvoso no seu interior para atravessar a longa
estiagem)
A Mata dos Cocais é um importante ecossistema de transição
entre a Caatinga e a Floresta Amazônica. É nesse ambiente que
se encontra a palmeira babaçu e a carnaúba. O clima nessa
região é mais úmido do que na Caatinga, vegetação mais
exuberante.
Os solos da Caatinga é rasa e pedregosa. Essas condições estão
associadas às particularidades do clima Semiárido. As milhões
de pessoas que moram nos territórios desse bioma
desenvolveram técnicas para lidar com a escassez hídrica,
dentre elas a construção de açudes, que são grandes
reservatórios de água, e a construção de cisternas para o
armazenamento da água da chuva.
Atividades agropecuárias ocorrem na Caatinga há séculos, o
modelo do agronegócio de agricultura intensiva que se
expandiu no Cerrado não é replicado nesse bioma. A limitada
oferta de água não é uma justificativa para a baixa
produtividade da agropecuária regional. A questão mais li-
mitante para o pleno desenvolvimento econômico da região da
Caatinga é a falta de acesso a tecnologias
Essa dificuldade de acesso a tecnologias modernas e práticas
agropecuárias sustentáveis não apenas prejudica os resultados
econômicos, como perpetua certos costumes, mais de 45% da
Caatinga já tenham sido destruídos, ocasionando perdas
irreparáveis à sua biodiversidade.
A desertificação pode ser um processo natural. Porém, o que
vem ocorrendo no Brasil é majoritariamente resultado da ação
antrópica e do uso insustentável dos recursos da Caatinga. O
processo é iniciado com o desmatamento predatório da
vegetação, principalmente da lenha, que foi, durante séculos, a
principal fonte de energia, e atualmente é utilizada para a
produção de carvão vegetal .
O pisoteio excessivo do gado sobre um solo suscetível à erosão
contribui de forma decisiva para que aos poucos ele perca a
capacidade de sustentar vida vegetal, reduzindo a capa- cidade
de percolação da água ou mesmo de ventilação, que são
condições básicas para um solo saudável.