Farmacologia dos medicamentos
do Sistema Nervoso Autonomo
O Sistema Nervoso Autônomo (SNA) é o responsável por executar ações
sem necessidade da consciência do indivíduo, agindo de forma autônoma.
Dessa forma, regula o que não é voluntário, como a contração de músculo
liso de vasos e vísceras, todas as secreções exócrinas e algumas endócrinas,
os batimentos cardíacos e o metabolismo energético.
Classificação do Sistema Nervoso Autônomo (SNA)
Comumente, classifica-se o Sistema
Nervoso Autônomo em dois estados:
- Estado de luta e fuga (efeitos
excitatórios); - Estado de digestão e
repouso (efeitos inibitórios).
Correspondendo ao simpático e ao parassimpático, respectivamente. Até aí nenhuma
novidade. Você deve se lembrar também que no simpático há atuação da noradrenalina,
da mesma maneira que há atuação da acetilcolina no parassimpático.Entretanto, essa
divisão não corresponde exatamente a realidade, ou seja, nem todo efeito excitatório é
proveniente do sistema nervoso simpático, bem como nem todo efeito inibitório é
gerado pelo sistema nervoso parassimpático. Ademais, a acetilcolina pode atuar no
sistema nervoso simpático, assim como a noradrenalina pode atuar no parassimpático.
Outros neurotransmissores, apesar de pouco mencionados, como a dopamina e o
neuropeptídeo Y podem atuar sobre o sistema nervoso autônomo.
Simpático X
Parassimpático
O impulso nervoso, ao sair da medula espinhal, pode
percorrer dois diferentes caminhos: - Nervo pré-ganglionar
curto, gânglios paravertebrais toracolombares, nervos
pós-ganglionar longos; - Nervo pré-ganglionar longo, gânglio
próximo ao órgão efetor, nervo pós-ganglionar curto.
Isso que definirá se o SNA é simpático ou parassimpático. O
simpático tem porção pré-ganglionar curta, um gânglio próximo a
medula (paravertebral) e um nervo pós-ganglionar longo. Já o
parassimpático tem porção pré-ganglionar longa, um gânglio
próximo ao órgão efetor e um nervo pós-ganglionar curto, no
sistema nervoso simpático, as fibras nervosas pós-ganglionares
podem ser tanto adrenérgicas, como colinérgicas, quanto
dopaminérgicas, e nada disso faz com que esse sistema deixe de
ser simpático.
Farmacologia da Doe e Inflamação
Dor é uma das mais importantes e complexas experiências
humanas, embora represente em muitas das vezes um grande
sofrimento, é provável, que os pacientes com dor, não tenham a
abordagem que mereceriam ter. A Disciplina Farmacologia da Dor
e Inflamação possibilitará o estudo das principais síndromes
dolorosas e um conhecimento sobre os principais fármacos
utilizados na abordagem dos diferentes quadros álgicos.
A dor é conceituada pela Associação Internacional para o Estudo da
Dor (IASP) como uma experiência sensorial, emocional e subjetiva,
que está ligada a um dano real ou potencial. Seu conhecimento
teórico e prático aprofundado se faz necessário, pelo fato de a dor
constituir um dos principais sintomas de uma desordem orgânica,
sendo assim, uma queixa muito frequente de pacientes que
buscam assistência e cuidado no ambiente de saúde.
a inflamação pode ser definida como uma reação circulatória induzida por
uma injúria aos tecidos, com o consequente extravasamento de fluidos,
células e moléculas, para o espaço extravascular. Ela é caracterizada pela
vasodilatação, com consequente aumento do fluxo sanguíneo, acarretando
aumento da permeabilidade vascular e saída de células e moléculas dos
vasos para os tecidos e migração de leucócitos, onde ocorreu a injúria.
A dor e a inflamação estão presentes em grande parte
dos atendimentos farmacêuticos na atualidade. Muitas
vezes, estas condições clínicas estão associadas a
problemas de saúde autolimitados, e são motivos de
automedicação com analgésicos e anti-inflamatórios.
Classificação da dor
Dor Nociceptiva - Compreende dor somática (que se origina da pele, dos ossos,
das articulações, dos músculos ou do tecido conectivo) e visceral (que surge de
orgãos internos, como intestino e outras vísceras). Tem como característica
ocorrer diretamente por estimulação de terminações nervosas livres
(nociceptores), encontradas em estruturas somáticas e viscerais, por estímulos
de origem mecânica, térmica ou química. “A liberação de substâncias, como
bradicinina, prostaglandinas, histamina, interleucinas, fator de necrose tumoral
alfa, serotonina e substância P pode ativar os nociceptores. Essa ativação
desencadeia potenciais de ação que se propagam do local do estímulo nocivo
até a medula dorsal, ascendendo até o tálamo e, através das radiações
talâmicas, chega a estruturas centrais (cortex sensorial), em que o
processamento da dor continua”, explica o professor.
Dor Neuropática - Resulta de alguma lesão ou de
alteração funcional nervosa em nível central - Sistema
Nervoso Central (SNC) ou Sistema Nervoso Periférico
(SNP) -, apresentando como característica o curso crônico,
de difícil tratamento, marcada pela presença de
hiperalgesia (respostas dolorosas exageradas a estímulos
normalmente nocivos) e alonidia (repostas dolorosas a
estímulos geralmente não nocivos).
Dor Aguda - Apresenta como característica o início súbito, estando relacionada a
injúrias de origem traumáticas, infecciosas ou inflamatórias. Quanto à sua
duração, ela tende a desaparecer com a intervenção na causa – resposta à terapia
medicamentosa, cura da lesão ou ainda a imobilização. “A dor aguda pode levar a
manifestações como aumento da pressão arterial, crise de ansiedade, alteração
da frequência cardíaca, taquipnéia (elevação da frequência respiratória) e
agitação psicomotora. Geralmente é relatado pelo paciente ser de intensidade
forte, impactando diretamente nas atividades laborais e sociais”, explica Tavares.
Dor crônica - É marcada por estímulos nociceptivos repetidos que
determinam uma variedade de modificações no SNC. Enquanto dor
aguda é marcada por alterações que cursam com resposta do
sistema nervoso autônomo simpático, com taquicardia,
hipertensão e midríase, a dor crônica permite uma adaptação a
esta condição. Apresenta-se mal delimitada no tempo e no espaço,
tem carater persistente e recorrente. A despeito da ausência de
respostas neurovegetativas associadas, observa-se respostas
emocionais e afetivas (ansiedade e depressão) frequentes.