Famílias: Filoviridae, Paramyxoviridae,
Bornaviridae e Rhabdoviridae.
A família Rhabdoviridae está subdividida em dois subgrupos de vírus de
plantas, um grupo de vírus de peixes e três grupos de vírus de
mamíferos, este último correspondendo aos gêneros:
Vesiculovirus: relacionado com doença vesicular em
animais;
Ephemerovirus: relacionado com a febre efêmera
dos bovinos;
Lyssavirus: relacionado com encefalomielite fatal em
mamíferos
O que é a Raiva?
A raiva é uma doença aguda do Sistema Nervoso Central (SNC) que pode
acometer todos os mamíferos, inclusive os seres humanos. É caracterizada por
uma encefalomielite fatal causada por vírus do gênero Lyssavirus.
Transmissores
Em países onde a raiva canina é controlada e não existem morcegos
hematófagos os principais transmissores são os animais silvestres terrestres
raposas (Vulpes vulpes), os coiotes (Canis latrans), os lobos (Canis lupus), as
raposas-do-ártico (Alopex lagopus), os raccoon-dogs (Nyctereutes procyonoides), os
guaxinins (Procyon lotor), os skunks (Mephitis mephitis), entre outros.
Onde a doença não é controlada, como ocorre na maioria dos países dos
continentes africano, asiático e latino-americano, o vírus é mantido por várias
espécies de animais domésticos e silvestres.
No Brasil, a principal espécie animal transmissora da raiva ao ser humano
continua sendo o cão, embora os morcegos estejam cada vez mais aumentando a
sua participação, podendo ser os principais responsáveis pela manutenção de vírus
no ambiente silvestre.
raposas (Dusicyon vetulus), jaritatacas (Conepatus sp), guaxinins
(Procyon cancrivorous), sagüis (Callithrix jachus), cachorro-do-mato
(Cerdocyon thous), morcegos hematófagos e não hematófagos.
Patogenia
Porta de entrada:
A inoculação das partículas de vírus da raiva no organismo
de um animal suscetível ocorre por lesões da pele
provocadas, na maioria das vezes, pela mordedura de um
animal infectado, que esteja eliminando vírus na saliva.
É possível, ainda, que a infecção ocorra por feridas ou por
soluções de continuidade da pele, quando em contato com saliva
e órgãos de animais infectados
Período de incubação:
Ser humano,: 20 a 60 dias; em cães, é de 3 a 8 semanas; em bovinos à
campo é de 60 a 75 dias; em caprinos e ovinos é de de 17 a 18 dias; em
asininos é de 92 a 99 dias e em equinos, 179 a 190 dias..
Disseminação
Após um período de incubação variável, seguido de replicação viral no tecido conjuntivo e
muscular circunvizinhos no ponto de inoculação, a infecção se dissemina rapidamente
alcançando o SNC. Em certas circunstâncias, as partículas podem penetrar diretamente nos
nervos periféricos, sem replicação prévia nos tecidos não nervosos.
O receptor da acetilcolina (AchR) por meio da
glicoproteína, liga-se especificamente ao
receptor, atingindo os nervos periféricos,
progredindo centripetamente em direção ao
SNC, seguindo o fluxo axoplasmático retrógrado
Eliminação do vírus
Alcançando o SNC e após intensa replicação, os vírus seguem centrifugamente para o sistema nervoso periférico e
autônomo, alcançando órgãos como o pulmão, o coração, os rins, a bexiga, o útero, os testículos, o folículo piloso e,
principalmente, as glândulas salivares, sendo eliminados pela saliva.
Aspectos Clínicos da Raiva
O sinal inicial é o isolamento do animal, que se afasta do
rebanho, apresentando certa apatia e perda do apetite,
podendo apresentar-se de cabeça baixa e indiferente ao que
se passa ao seu redor.
Seguemse outros sinais, como aumento da sensibilidade e prurido na região da
mordedura, mugido constante, tenesmo, hiperexcitabilidade, aumento da libido,
salivação abundante e viscosa e dificuldade para engolir
Com a evolução da doença, apresenta movimentos desordenados da
cabeça, tremores musculares e ranger de dentes, midríase com
ausência de reflexo pupilar, incoordenação motora, andar
cambaleante e contrações musculares involuntárias.
Após entrar em decúbito, não consegue mais se levantar e ocorrem movimentos de
pedalagem, dificuldades respiratórias, opistótono, asfixia e finalmente a morte, que
ocorre geralmente entre 3 a 6 dias após o início dos sinais, podendo prolongar-se, em
alguns casos, por até 10 dias.
Período de Transmissão
Em cães e gatos, a excreção do vírus na saliva pode ser detectada
de 2 a 4 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos, persistindo
durante toda a evolução da doença, que leva ao óbito.
A morte do animal ocorre, em média, entre 5 a 7 dias após a
apresentação dos sinais. Por isso, cães e gatos suspeitos devem
ser observados por 10 dias, a partir da data da agressão.
Prevenção.
Consiste principalmente na
imunização dos animais susceptíveis.
Diagnostico
Diagnóstico laboratorial:
Não existe, até o momento, um teste diagnóstico
laboratorial conclusivo antes da morte do animal
doente que expresse resultados absolutos.
No entanto, existem procedimentos laboratoriais
padronizados internacionalmente, para amostras obtidas
post mortem de animais ou humanos suspeitos de raiva.
Identificação imunoquímica do antígeno viral
Teste de imunofluorescência
direta
Isolamento viral
Teste de inoculação em camundongo, e
Teste em cultura celular,
Clínico:
A observação clínica permite levar somente à suspeição da raiva, pois
os sinais da doença não são característicos e podem variar de um
animal a outro ou entre indivíduos da mesma espécie.
Não se deve concluir o diagnóstico de raiva somente com a
observação clínica e epidemiológica, pois existem várias outras
doenças e distúrbios genéticos, nutricionais e tóxicos nos quais os
sinais clínicos compatíveis com a raiva podem estar presentes