Esse mapa mental tem o objetivo de descrever uma concepção universalista da salvação do ser humano, isto é, de que todos por estarem em Adão e em Cristo, estão sob a vontade soberana e Deus para a salvação não sendo, portanto, a vontade humana absolutamente passiva neste sistema de entendimento da narrativa bíblica.
CONCEITO: Sistema teológico filosófico que
compreende a redenção a partir da
predestinação de toda a humanidade em
Adão e em Cristo.
"[...] Portanto, é dever daqueles que receberam de Deus mais luz do
que os demais assistir o simples e , portanto, estender-lhe a mão
para guiá-lo e ajudá-lo a encontrar tudo o que Deus agradou nos
ensinar em sua palavra. Ora, a melhor forma de fazer isso consiste
em se debruçar sistematicamente sobre todos os principais temas
da filosofia cristã" (João Calvino, Institutas da Religião Cristã,
Edição 1559).
Annotations:
Citado por Alister McGrath
É necessário que se entenda que qualquer doutrina
compõe-se de um "sistema", pelo qual se opta. O
sistema é uma "disposição fundamental que se
irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o
espírito e servindo de critério para sua exata
compreensão e inteligência. Algo que lhe confere a
tônica e lhe dá sentido harmônico. É o
conhecimento dos princípios que preside a
intelecção das diferentes partes componentes do
todo". (Celso Antônio Bandeira de Melo - 1936)
Violar um princípio é bem mais
grave que transgredir uma
norma qualquer.
A teologia é um conjunto de sistemas e escolas:
protestante ou católica, tomista ou calvinista, barthiana ou
rakneriana; teologia romana, teologia feminista, teologia
da libertação, etc.
"A doutrina representa a tentativa humana de organizar as ideias
das Escrituras, classificando-as de maneira lógica, de modo que
sua mútua relação possa ser mais bem compreendida." (Alister
McGrath, "Apologética cristã no século XXI". p. 40).
Karl Rahner (teólogo católico mais importante do século XX)
dizia que a teologia é a reflexão científica e sistemática da
igreja sobre a sua fé.
CRENÇAS: São expressões teológicas da fé cristã que podem ou não ser o
ensinamento oficial da Igreja. DOUTRINAS: São crenças que se tornaram
ensinamentos oficiais , em geral por serem enunciadas com autoridade dos
dirigentes da igreja quer em um concílio, quer por um documento da igreja.
"A Bíblia é um sistema teológico não mais que a natureza é um
sistema químico ou mecânico. [...] E assim a bíblia contém as
verdades que o teólogo precisa coligir, autenticar, organizar e
demonstrar em sua relação natural uma com as outras".
"Não podemos saber o que Deus revelou em sua Palavra a menos que
entendamos, pelo menos numa medida plausível, a relação em que as
verdades dispersas nelas compreendidas mantém umas com as outras.
Solucionar o problema concernente à pessoa de Cristo, isto é, ajustar e
produzir um arranjo harmonioso de todos os fatos que a Bíblia ensina
sobre esse tema, custou à Igreja séculos de estudo e controvérsia."
(Charles Hodge. "Teologia Sistemática" p. 1-2).
Temos portanto: (1) A bíblia é um "objeto" de estudo; (2) Que há uma necessidade de organização da bíblia, assim como ela mesma está
organizada a partir de um critério (lei, históricos, poesia, profetas, evangelhos, cartas, etc); (3) Que as doutrinas são construções humanas e
não divinas, posto que decorrem de interpretação (exegese) e sistematização (ordenamento racional); (4) Que há múltiplos pontos de vista
(vide correntes teológicas); (5) Que a estabilidade teológico-doutrinária é garantida externamente por autoridade e não por uma
fundamentação metafísica (Deus disse, porém, a igreja interpreta); (6) Diante da multifacetada forma de enxergar a bíblia (correntes
teológicas, denominações, métodos interpretativos, etc) temos de escolher um ponto de vista ou nos contentamos em seguir segamente
algum quando nos filiamos a um grupo, seja acadêmico ou religioso, o que é mais comum.
Toda a raça humana entrou passivamente em Estado de pecado por estar representada em Adão (Cabeça Federal). Esta é uma condição, um estado e não uma
opção voluntária individual. Deus soberanamente (unilateralmente) decidiu (escolheu) que pela representação de um único homem toda a raça humana estaria
sujeita à condição de pecado ou santidade. De igual modo, Deus escolheu a Cristo para ser o único por meio de quem a salvação seria eficaz para a humanidade. Assim como a eficácia do pecado é universal, a salvação também o é..
Estamos em Cristo (Segundo ou Último Adão) tão involuntariamente como estamos em Adão (Primeiro Adão). A Salvação é Graça agindo soberanamente pela
humanidade. Pecado e Graça são Imputados e de modo algum fazem parte de uma liberdade (opção) humana concedida por Deus. Toda humanidade foi criada
em seu primeiro homem (Adão), assim como toda ela foi redimida em seu único Salvador (Cristo).
A natureza da Imputação é a mesma, isto é, a
Imputação do pecado de Adão e da justiça de
Cristo. Não foi permitida a Queda de um só ou
só de alguns deles. Pelo contrário, todos
caíram de igual maneira, decorre logicamente
por conseguinte que também em Cristo a
justiça será imputada.
A liberdade de pecar é ato soberano de
Deus exclusivamente em Adão. Após a
chamada "Queda" de Adão já não há mais a
Liberdade humana. O ser humano nasce em
Pecado e está sob esse Estado até morrer
(segundo a doutrina do Pecado Original).
Nem mesmo a nossa predestinação em
Cristo nos livra dessa condição. Portanto,
prevalecem dois Estados quer seja, o de
Pecado e o da Graça.
Adão (ser humano) possuía: (1) Capacidade para
Pecar (posse peccare) e (2) Capacidade para Não
Pecar (posse non peccare). Adão não possuía (3)
Incapacidade para Pecar (non posse peccare).
Estes são exemplos das Liberdades que Adão
(Raça Humana) possuia vicariamente.
Quando da restauração da humanidde,
teremos a "non posse peccare" - desse
modo, nossa incapacidae para pecar no
futuro não se dará porque Deus nos fará
divinos, mas porque não teremos como
Adão a Liberdade de poder pecar.
Adão tinha a
"possibilidade" de pecar e
não a "necessidade" de
pecar.
O Pecado é um Mal específico diferindo de
todas as outras formas de mal. Quando cada
ser humano nasce, não nasce apenas em
Estado de Pecado, mas igualmente em Estado
de Redenção, tendo em vista que Cristo é
Salvador antes da fundação do mundo.
"Nossos primeiros pais caíram em desobediência aberta porque já eram secretamente corruptos; porque o ato
mau nunca [teria] sido feito não tivesse uma vontade má o precedido. E qual é a origem do mal a não ser o
orgulho? Porque o orgulho é o início do pecado' [Ec.10.13]. E o que é o orgulho senão o desejo por exaltação
imprópria? e isto é exaltação imprópria, quando a alma abandona aquele a quem deve se apegar como seu fim
e se torna um tipo de fim em si mesma. Isto acontece quando ela se torna sua própria satisfação... Esta queda
é espontânea; porque se a vontade tivesse permanecido fixa no amor daquele bem maior e imutável pela qual
foi iluminada para a inteligência e incitada para o amor, não teria se afastado para encontrar satisfação em si
mesma... o ato mau, então - isto é, a transgressão de comer o fruto proibido - foi cometido por pessoas que já
eram más." (Agostinho, "A Cidade de Deus").
A presença o orgulho já é mal. O
primeiro pecado foi cometido por
pessoas que já tinham caído. Eles
caíram antes de comerem o fruto.
"[peccatum originale] Não é um apropriado
designativo da da culpa original, pois esta
não é herdada, mas, sim, é-nos imputada."
(L. Berkhof,. "Teologia Sistemática". p. 246).
Agostinho comentou que o pecado original,
porquanto passe para a descendência de
Adão, é, em si mesmo, um castigo para o
pecado. Todos os que estavam "em Adão"
foram, subsequentemente, punidos com ele.
Todos os descendentes de Adão foram
colocados sob sua maldição. Há evidente
solidariedade corporativa da raça humana
com Adão. A narrativa bíblica pressupõe uma
unidade orgânica da raça.
"Na época da Reforma, os socinianos seguiram
os pelagianos, em sua negação do pecado
original, e no século XVII os arminianos
romperam com a fé reformada e aceitaram
o conceito semipelagiano do pecado original."
(L. Berkhof, "Teologia Sistemática". p. 247).
De acordo com Pelágio, Adão agiu como um
indivíduo e as consequências e sua ação
atingiram somente a si mesmo. Para
Agostinho, Adão agiu como um representante
da raça humana.
Adão agiu de modo substituto (vicário)
pela humanidade natural de uma
forma análoga à obra substituta
(vicária) de Cristo para redimir a
humanidade (vide Santo Anselmo
Os teólogos Reformados tem admitido dois pactos relacionados à salvação do ser humano: Diferem estes pactos sob os
nomes de (1) Pacto da Graça e (2) Pacto da Redenção. Nestes as partes diferem. No Pacto da Graça as partes são Deus e
Cristo. No Pacto da Redenção as pasrtes são Deus e seu povo. No primeiro, Cristo é a Oferta (Propiciação, Sacrifício), no
segundo é o Intercessor (Mediador). Destarte, note-se, em caso algum, o ser humano tem parte ativa ou faz sua escolha
na definição de sua Culpa ou Remissão. Somente Adão pôde escolher entre comer do fruto e somente Cristo pôde
escolher não pecar. Estes tipos de liberdade o ser humano não possui, a não ser em seus representantes Federias
(Adão/Cristo). São, pois, tipos de liberdades que estão somente nestes tipos Vicários.