“ Provindo de áreas inconsciente do
nosso ser, as associações compõe a
essência de nosso mundo imaginativo.
São correspondências, conjecturas
evocadas a base de semelhanças,
ressonâncias intimas em cada um de
nós com experiências anteriores e com
todo um sentimento de vida.”
“As associações nos levam para o mundo da fantasia.[...] Geram nosso
mundo de imaginação. Geram um mundo experimental, de um pensar
e agir em hipótese.”
- De forma espontânea , as
associações fazem interligações das
ideias e dos sentimentos, leva o ser
humano a fantasiar e imaginar uma
serie de associações possíveis entre
objetos e eventos, mesmo sem que
o objeto esteja presente
fisicamente.
Ser consciente-
sensível- cultural
“ ... O homem será
um ser consciente e
sensível em qualquer
contexto cultural.”
- Essa
característica
do homem é
algo natural,
uma herança
biológica.
“ O comportamento de
cada ser humano se
molda pelos padrões
culturais, históricos, do
grupo em que ele,
individuo, nasce e
cresce.”
- A cultura onde o individuo se insere sempre será a
referencia para tudo que ele desenvolver, mesmo um
desenvolvimento biológico que se dá a longo prazo,
parte de uma mudança cultural que houve
anteriormente. Por tanto a cultura sempre será a base
para tudo que o ser humano faz.
Ser sensivel
“ Inata ou até mesmo inerente à constituição do
homem, a sensibilidade não é peculiar somente a
artistas ou alguns poucos privilegiados. Em si, ela é
patrimônio de todos os seres humanos. [...] Uma
grande parte da sensibilidade, a maior parte talvez,
incluindo as sensações internas, permanece
vinculada ao inconsciente.[...] Uma outra parte,
porem, também participando do sensório, chega ao
nosso consciente.[...] É a nossa percepção.[...] A
percepção delimita o que somos capazes de sentir e
compreender, porquanto corresponde a uma
ordenação seletiva dos estímulos e cria uma barreira
entre o que percebemos e o que não percebemos.”
- Esse trecho nos leva a refletir sobre o ato criador que
como citado não é algo apenas para alguns, todos nós
possuímos a capacidade de criar , pois somos seres
sensíveis. E dentro do campo da sensibilidade, temos
então a percepção, que é responsável pela
elaboração mental das sensações, ou seja, a
percepção seleciona os estímulos que recebemos e
constrói estruturas em níveis do consciente, nos
dando a capacidade de compreender o mundo e
refletir sobre as nossas ações e as consequências.
Ser cultural
“ ... o homem surge na historia como um ser
cultural. Ao agir, ele age culturalmente, apoiado
na cultura e dentro de uma cultura.”
- O homem nasce
inserido em uma
cultura e passa a agir a
partir dessa cultura
apreendida e
portanto, ele através
da sua ação também
passa a produzir
cultura.
"cultura: são as formas materiais e espirituais com que os
indivíduos de um grupo convivem, nas quais atuam e se
comunicam e cuja experiência coletiva pode ser
transmitida através de vias simbólicas para a geração
seguinte."
A linguagem e as
ferramentas como
símbolo e
mediação: “Os
homínidas deviam
poder comunicar
suas experiências.
Por meios
rudimentares que
fossem, em parte
imitativos talvez,
deviam ter
mostrado aos
jovens quais as
pedras que
serviam, como
lascá-las e como
caçar. Sua
sobrevivência
dependia disso. Só
o poderiam ter feito
usando algum tipo
de expressão
simbólica que
designasse o objeto
presente, a pedra, e
também o objeto
ausente, a
finalidade da ação,
o animal.”
Ser conciente
“ Ao se tornar consciente de sua existência individual, o
homem não deixa de conscientizar-se também de sua
existência social, [...] Nos processos de conscientização do
individuo, a cultura influencia também a visão de cada
um.”
- Partindo da reflexão do ser e estar no
mundo, o homem se apropria dos
valores vigentes da sua cultura e age a
partir desse contexto. A cultura orienta
os interesses e também o desejo de
agir socialmente.
Valores: “A própria
natureza em suas
manifestações
múltiplas é filtrada
no consciente
através de valores
culturais,
submetida a
premissas que não
se isentam das
atitudes
valorativas de um
contexto social.
Fenômenos sociais: “a sensibilidade se converteria em criatividade
ao ligar-se estreitamente a uma atividade social significativa para o
indivíduo. No enfoque simultâneo do consciente, cultural e sensível,
qualquer atividade em si poderia tornar-se um criar.”
Potencial
“Criar é basicamente, formar. É poder dar uma
forma a algo novo.[...] O ato criador abrange,
portanto, a capacidade de compreender; e esta por
sua vez, a de relacionar, ordenar, configurar,
significar.”
- Podemos identificar o
ato criador em simples
tarefa, pois para
construí-lo
necessitamos passar
por essas fazes supra
citadas de,
compreender,
relacionar, ordenar,
configurar e significar.
Tarefa esta que,
apenas o homem é
capaz de realizar.
“... o homem é um ser formador. [..]Nas perguntas
que o homem faz ou nas soluções que encontra,
ao agir, ao imaginar, ao sonhar, sempre o homem
relaciona e forma.”
- Como um sujeito
integral, ou seja, o
homem como ser
afetivo, racional,
histórico, etc, o
homem sempre
relacionará e
formará
significados a
partir da sua
vivencia e da
cultura a qual está
inserido.
“ ... Em cada ato nosso no exercê-lo, no compreendê-lo e no
compreender-nos dentro dele, transparecer a projeção de
nossas ordem interior. Constitui uma maneira específica de
focalizar e de interpretar os fenômenos, sempre em busca de
significados. Nessa busca de ordenações e de significados reside
a profunda motivação humana de criar.”
- O ato criador do
homem, sempre
partirá da sua
necessidade.
“... a percepção consciente na
ação humana se nos afigura
como uma premissa básica da
criação, pois além de resolver
situações imediatas o homem é
capaz de a elas se antecipar
mentalmente.”
- A percepção se dá como o ponto de partida
para o ato criador do homem. Através da
percepção podemos identificar ou reconhecer
certos problemas e suas soluções antes
mesmo deste acontecerem. Essa imagem
mental é uma característica que distingue a
criatividade humana.
“O homem surge dotado de um dom singular: mais do
que homo faber”
– O ser humano como
ser capaz de fabricar
ou criar a partir de
ferramentas e
inteligência.
Memoria
“ Em nosso
consciente
destaca-se o papel
desempenhado pela
memoria. Ao homem
torna-se possível
interligar o ontem e o
amanhã. As
intenções se
estruturam junto com
a memoria. São
importantes para o
criar.
- A memoria toma um papel fundamental para a
evolução do homem, pois a partir dela é possível
interligar o passado e o futuro. E se utilizando da
memoria o homem pode criar mentalmente soluções
como por exemplos para alguma fracasso do passado,
gerando novas experiências.
“Supõe-se que os processos de memoria se
baseia na ativação de certos contextos e não fatos
isolados, [...] Nossa memoria seria, portanto, uma
memoria não factual. Seria uma memoria de vida
vivida. Sempre com novas interligações e
configurações, abertas as associações."
- A memoria cria uma estrutura com as
situações vividas, interligando-os. Por
serem interligados, os fatos e
situações se dão conforme o contexto
e se associam a fatos anteriores que
sejam semelhantes.
Falar, simbolizar
“ Grande parte das associações liga-se à fala, [...]
Mas o pensar e falar só se tornam possível dentro
do quadro de ideias de uma língua.
- O ser humano pensa falando, é
uma fala silenciosa. Faz essas
associações a partir da sua língua,
da sua cultura, pois essas ideias se
dão no contexto afetivo, portanto
parte da cultura.
“usamos palavras.[...] as palavras
representam unidades de significação. Sua
função é variada, porquanto são variados os
relacionamentos em que as palavras
formulam o conhecimento que temos do
mundo. Entre outros, podem funcionar como
signos e símbolos. Nos relacionamentos
semânticos, o signo se coloca anterior ao
símbolo,”
- O homem possui a capacidade de, a partir da palavra trazer um
objeto para o real por intermédio da noção que se tem dele. Não
precisa mostrar uma cadeira para poder se falar dela, apenas
falando temos a noção do que é uma cadeira e relacionar ao que
esta sendo falado.
“ As línguas são experiências coletiva, no
sentido de nelas a experiência e a criatividade
individual se tornarem anônimas. No mesmo
sentido, as línguas são criação cultural;
constituem o ambiente humano que age
sobre individuo, o qual por sua vez atua sobre
o ambiente. Por isso, ainda que a capacidade
de falar e de simbolizar seja um potencial
inato, o aprendizado da fala implica um
aprendizado cultural; o potencial natural da
língua, cada individuo o realiza num dado
contexto cultural.
A dificuldade em traduzir
uma determinada língua
se dá exatamente por
esta ser rodeada de
contexto cultural.
Formas simbólicas e ordenações anteriores
“Existem, na faixa de mediação significativa entre nosso mundo
interno e o externo, outras linguagens além das verbais.
Diríamos que, ao simbolizarem, as palavras caracterizam uma
via conceitual. Essencialmente porém, no cerne da criação está a
nossa capacidade de nos comunicarmos por meio de
ordenações, isto é, através de FORMAS.”
“ No que o homem faz, imagina, compreende,
ele faz ordenando. Tudo se lhe dá a conhecer
em disposições, nas quais as coisas se
estruturam.[...] Na medida em que entendemos
o sentido de ordenações, respondemos com
outras ordenações que são entendidas, por sua
vez, justamente no sentido de sua ordem.
Potencial criador
“ O potencial criador é um fenômeno de ordem
mais geral, menos especifica do que os
processos de criação através dos quais o
potencial se realiza.
"O potencial criador elabora-se nos múltiplos
níveis do ser sensível-cultural-consciente do
homem , e se faz presente nos múltiplos
caminhos em que o homem procura captar e
configurar as realidades da vida.”
Tensão psíquica
“ ... no acumulo
energético
necessário para
levar a efeito
qualquer ação
humana, já se
assinala a
presença de uma
tenção. No
homem, em
função de sua
percepção
consciente, o
fenômeno não
seria apenas de
ordem física e sim
se faria sentir em
repercussão
psíquicas.”
“ E m cada atuação nossa,
assim como também em
cada forma criada, existe
um estado de tensão.
"A tensão psíquica é vista as vezes como
conflito emocional.[...] o conflito é
condição de crescimento."
"não acreditamos que seja o conflito
emocional o portador da criatividade. O
que o conflito faria, dada a sua área e
sua configuração particular em cada
caso, ao intervir na produtividade de um
artista, seria eventualmente propor a
temática significativa por ser ela tão
imediata e relevante para a pessoa.
Poderia também, junto ao assunto assim
selecionado, influir na escolha, ainda que
inconsciente, Formas simdos meios e das
formas de configurar.”