Um dos princípios fundamentais do SUS é a universalidade: todos os cidadãos têm o mesmo direito
de acesso aos cuidados de saúde, que significa o atendimento ao alcance de todos, sem distinção ou
restrição de qualquer tipo. A pessoa que procura o atendimento público não precisa possuir carteira
de identidade, endereço fixo, ou carteira de trabalho.
O caráter de universalidade estabelece o atendimento indistinto a qualquer pessoa, contudo vimos a
distinção ocorrer cotidianamente nos equipamentos de saúde por outras vias, através da diversidade de
concepção do que seja o doente, a doença e as formas de cuidar
Aos usuários vistos como dependentes do SUS, parece restar a resignação
com a assistência ofertada, herdam o mesmo status da “Lei dos Pobres”,
como se lhes fosse destinado apenas o precário ou desqualificado como única
alternativa de tratamento como o nome sugere: “SUS dependente”.
No entanto o que se preconiza no SUS é um modelo assistencial de ponta, em que deve ser
garantido o acesso universal aos tratamentos, a integralidade que garante a atenção a todas as
áreas da saúde, e a equidade que determina o atendimento de forma igualitária a todo cidadão.
A marca da exclusão atravessa necessariamente o trabalho da clínica no SUS, em função da realidade social
e psíquica da clientela atendida, que perdeu na maioria dos casos, referências fundamentais de
pertencimento a uma família, um grupo, um gênero, a sua condição humana.
Os termos inserção, re inserção e inclusão social estão presentes no discurso cotidiano das práticas
institucionais, nas portarias ministeriais, em artigos científicos, em fóruns e encontros de saúde
mental. No entanto ainda é um desafio pensar numa clínica da inclusão.