O presente artigo busca resgatar a teoria da população em Marx. Após observar a contribuição metodológica de Marx para a compreensão da dinâmica populacional e sua crítica a Malthus, apresentamos a teoria da população de Marx encerramos com uma reflexão sobre sua atualidade, refutando as críticas endereçadas á sua teoria.
"A dinâmica populacional não pode
ser compreendida se extraída,
arrancada para for, do conjunto das
relações sociais nas quais emerge."
"Uma lei populacional abstrata
só existe para a planta e animal,
á medida que o ser humano não
interfere historicamente."
Resgatar a contribuição
teórico metodológica de Marx
sobre a questão da
população.
Necessidade de se buscar
compreender os fenômenos
como totalidades históricas
concretas.
Marx crítico de Malthus.
A "lei da população" de Malthus é
metafísica e contrapõe a ela sua
concepção dialética.
Marx (1985, p.112) diz
que a concepção de
Malthus é "totalmente
falsa e pueril".
Marx critica o caráter abstrato-metafísico,
portanto histórico, da lei populacional
malthusiana, pois a população possui uma
dinâmica diferente em sociedades e épocas
diferentes.
Marx realiza uma crítica á lei da
população de Malthus e em
oposição a ela irá apresentar sua
própria teoria da população. Ele irá
analisar a dinâmica populacional
no interior do modo de produção
capitalista, pois cada modo de
produção possui sua dinâmica
populacional própria
Marx ressalta que o crescimento
do capital provoca um crescimento
da demanda por força de trabalho.
A população “excedente” Marx chama
de “superpopulação relativa”. “Ela
constitui um exército industrial de
reserva disponível, que pertence ao
capital de maneira tão absoluta, como se
ele o tivesse criado à própria custa”
(MARX, 1988a, p. 191)6.
As necessidades da acumulação capitalista
podem superar o crescimento do número de
trabalhadores, e, isto ocorrendo, mantidas as
mesmas condições do processo de acumulação,
cria-se a tendência de elevação dos salários.
Com o crescimento capitalista, há um
crescimento de produtividade e este tem como
uma de suas condições de possibilidade o
crescimento tecnológico e a incorporação de
um quantum maior de meios de produção no
processo de trabalho. Marx chama isto de
"composição técnica do capital constante(meios
de produção) em relação ao capital
variável(massa de força de trabalho).
A dinâmica do capital, portanto, é o que
gera a proporção entre população
empregada e superpopulação relativa, e
esta última cumpre um papel fundamental
para a acumulação capitalista, que é o de
pressionar os salários para baixo.
A superpopulação relativa constante é
constituída pela população trabalhadora rural,
que, com o processo de mudança tanto no
campo quanto na cidade, tende continuamente a
se transferir para o mundo urbano e a ingressar,
em alguns casos, no proletariado urbano e, em
outros, no exército industrial de reserva.
A teoria da população
em Marx pode ser
questionada sob os
mais variados
aspectos.
Um segundo questionamento se
refere ao fato de que sua análise
se referia ao período do
capitalismo concorrencial, e não
do período posterior, do
capitalismo oligopolista (ou
monopolista).
Por fim, um terceiro questionamento
se refere às diferenças entre a
dinâmica populacional nos países
capitalistas superdesenvolvidos
(imperialistas, o chamado “primeiro
mundo") e os países capitalistas
subordinados ("terceiro mundo") não
abordadas por Marx.
O primeiro questionamento pode
ser encontrado no fato de Marx
abordar o crescimento migratório
e vegetativo apenas da população
trabalhadora.