Recomendações da coleta do exame citopatológico do
colo do útero diante de situações especiais
Sem história de atividade
sexual
Não há indicação para rastreamento do câncer
de colo do útero e seus precursores nesse grupo
de mulheres.
Gestantes
Apesar de não haver evidências de que a coleta de espécime endocervical aumente o
risco sobre a gestação quando utilizada uma técnica adequada, outras fontes
recomendam evitá-la devido ao risco em potencial. Recomenda-se análise caso a caso,
pesando riscos e benefícios da ação. Gestantes aderentes ao programa de rastreamento
com últimos exames normais podem ser acompanhadas de forma segura sem a coleta
endocervical durante a gravidez. Por outro lado, para mulheres com vínculo frágil ao
serviço e/ou não aderentes ao programa de rastreamento, o momento da gestação se
mostra como valiosa oportunidade para a coleta do exame, devendo, portanto, ser
completa
Climatério e
pós-menopausa
Devem ser rastreadas de acordo com as orientações
para as demais mulheres. • Na eventualidade de o
laudo do exame citopatológico mencionar dificuldade
diagnóstica decorrente de atrofia, realizar
estrogenização, conforme o protocolo
Histerectomizadas
Em caso de histerectomia subtotal (com permanência do colo do útero), deve seguir rotina de
rastreamento. • Em caso de histerectomia total: não se faz mais rastreamento, pois a possibilidade de
encontrar lesão é desprezível. Exceto se a histerectomia foi realizada como tratamento de câncer de
colo do útero ou lesão precursora, seguir o protocolo de controle de acordo com o caso (lesão
precursora – controles cito/colposcópicos semestrais até dois exames consecutivos normais; câncer
invasor – controle por cinco anos (trimestral nos primeiros dois anos e semestral nos três anos
seguintes); se controle normal, citologia de rastreio anual. • Na requisição do exame, informar
sempre a lesão tratada (indicação da histerectomia).
Imunossuprimidas
É parte deste grupo: mulheres infectadas pelo vírus HIV,
imunossuprimidas por transplante de órgãos sólidos, em
tratamentos de câncer e em uso crônico de
corticosteroides. • O exame citopatológico deve ser
realizado após o início da atividade sexual, com
intervalos semestrais no primeiro ano e, se normais,
manter seguimento anual enquanto se mantiver o fator
de imunossupressão. • Em mulheres HIV positivas com
CD4 abaixo de 200 células/mm³, deve ter priorizada a
correção dos níveis de CD4 e, enquanto isso, deve ter o
rastreamento citológico a cada seis meses.
Considerando a maior frequência de lesões
multicêntricas, é recomendado cuidadoso exame da
vulva (incluindo região perianal) e da vagina.