Nietzsche: A recusa do projeto clássico da filosofia

- A crítica à filosofia tradicional Nietzsche rejeita o projeto clássico da filosofia A revelação da natureza das coisas pela razão; Admissão da verdade como objetivo das especulações teóricas; Aceitação da verdade e dos valores morais a partir de pressupostos metafísicos. Nietzsche ataca frontalmente dois elementos fundamentais do pensamento ocidental, verdade e bem, afirmando que devemos nos libertar dos valores herdados da filosofia grega e da tradição judaico-cristã. Os conceitos morais de origem socrática, como humildade e racionalidade, desviam o homem de sua condição livre e disposta ao domínio. A filosofia moral inverteu o conteúdo do termo bom, que se referia originariamente ao homem forte e nobre: em vez disso, bom passa a ser o piedoso. Esse significado do termo bom nega a autenticidade do homem, servindo unicamente aos medíocres. Nietzsche critica também o cristianismo, por seu niilismo, que nega o que efetivamente somos, e pela igualdade abstrato-metafísica a que submete os homens. O cristianismo despreza o nosso mundo, em favor de um suposto mundo espiritual.

- A proposta de Nietzsche São propostos valores que  sejam criações humanas. Anuncia-se a morte de Deus, isto é, o fim das pressuposições metafísicas e a afirmação da vida autêntica.  De acordo com Nietzsche, a metafísica cria uma realidade ideal como uma tábua de moralidade com base na qual o ser humano, negando a sua própria humanidade, vive na oposição entre bem e mal. Portanto, bom é tudo aquilo que afirma a vida. O ser humano livre se move pela vontade de poder, inaugurando uma nova etapa da humanidade ou o além do homem (super-homem).

Esse além do homem não se apoia em crenças metafísicas e num universo de valores morais: corresponde ao ser humano comprometido com um projeto de vida conduzido de forma nobre e corajosa. Logo, ocorre a transvaloração de valores por meios dos seres humanos que vivem dessa forma, e disseminam todos esses fundamentais para toda a espécie.   Esses valores relacionam-se, sobretudo, com a criatividade. Portanto, nosso desenvolvimento está muito mais ligado ao nosso processo criativo do que a procedimentos lógicos ou empíricos ligados a verdade; A criatividade passa a ser a expressão mais plena da felicidade tão buscada pelo ser humano; A arte será concebida como meio de autorrealização dos indivíduos e fonte fundamental para a manutenção do bem-estar.

- A busca pelo dionisíaco A busca se traduz como a tentativa de recolocar o ser humano em contato consigo mesmo. Aceitaria que, em seu próprio interior, coabitam duas forças que apesar de distintas, uma vez reconhecidas, viabilizam a realização plena da natureza humana. Apolíneo: está diretamente vinculado ao poder da razão, ligado ao âmbito do conceito e das regras é a tradução do mundo organizado. Dionisíaco: para Nietzsche esse representa o mais puro elogio à vida. Em toda a sua violência e irracionalidade, em sua desproporção e complexidade. Ele designa como a representação da visão anticristã do mundo.