Created by Tamires Melo
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O Capitalismo é um sistema em que predomina a propriedade privada e a busca constante pelo lucro e pela acumulação de capital, que se manifesta na forma de bens e dinheiro. Apesar de ser considerado um sistema econômico, o capitalismo estende-se aos campos políticos, sociais, culturais, éticos e muitos outros, compondo quase que a totalidade do espaço geográfico.
Em seu período de surgimento e consolidação, o capitalismo ainda não conhecia a industrialização e, tampouco, a formação de grandes adensamentos urbanos. Sendo assim, a economia nesse período era essencialmente centrada nas trocas comerciais e a riqueza das nações era medida pelo acúmulo de matérias-primas e especiarias ou a capacidade de se ter acesso a elas. Por isso, o período que vai do século XVI a meados do século XVIII é chamado de Capitalismo Comercial. O modelo econômico praticado nesse período foi chamado de Mercantilismo e caracterizava-se pelo fortalecimento dos Estados Nacionais e sua forte intervenção na economia. Seu papel era assegurar a máxima acumulação de lucros por parte da burguesia e da aristocracia, bem como disputar os mercados internacionais e o melhor acesso a matérias-primas. As premissas básicas do mercantilismo eram: a) busca por matérias-primas a baixo custo; b) produção de mercadorias manufaturadas; c) metalismo (acúmulo máximo de metais preciosos) e d) a busca pela balança comercial sempre favorável, ou seja, exportar e vender mais do que importar e comprar.
Os dois fatores históricos que ocasionaram a transição do capitalismo comercial para o capitalismo industrial foram a Revolução Industrial (1760-1820) e a Revolução Francesa (1789-1799). Tais acontecimentos permitiram a estabilização do poder nas mãos da burguesia, centrando a economia na principal atividade desenvolvida e administrada por essa classe: a industrialização. Nesse período, a Europa, principalmente a Inglaterra, exerceu um grande poder sobre o mundo, sob a ótica do colonialismo e do imperialismo, ao importar as matérias-primas das periferias e colônias do planeta e, depois, exportar os seus produtos industrializados. Esse continente também passou por intensivos processos de industrialização, formando grandes cidades que, de início, não dispunham de grandes condições estruturais, apresentando uma grande quantidade de miseráveis e moradias precárias. O modelo econômico predominante nesse período foi o liberalismo econômico, elaborado por Adam Smith e que preconizava a mínima intervenção do Estado nas práticas econômicas. Tal posição consolidou o máximo poder da burguesia, uma vez que seria ela – na figura do Mercado – quem controlaria o andamento da economia
A transição do capitalismo para a sua fase financeira ocorreu através do processo de investimento do capital bancário sobre o capital industrial. Tal fator propiciou o surgimento de grandes empresas, que passaram a se dividir em ações que eram negociadas como mercadorias, sendo mais valorizadas à medida que os lucros das empresas se ampliassem. Com isso, a economia não estava mais centrada nas práticas industriais, mas nas práticas especulativas e financeiras. A busca pela acumulação de capital intensificou-se e alcançou patamares jamais vistos na história da humanidade. Com a crise de 1929, o modelo econômico foi alterado e o sistema keynesiano passou a ser hegemônico. Esse sistema foi elaborado pelo economista inglês John Maynard Keynes, que preconizava o retorno ao chamado “Estado Forte”, isto é, com a sua máxima intervenção na economia. Esse modelo era também chamado de Welfare State (Estado do bem-estar social) e visava ao máximo consumo a fim de abastecer as indústrias e gerar mais empregos. Nesse período também surgiram e se expandiram as Transnacionais, também chamadas de Multinacionais ou Empresas Globais, que rapidamente se instalaram em vários países, principalmente os subdesenvolvidos, em busca de matéria-prima, mão de obra barata e ampliação do mercado consumidor. Essas empresas, cada vez mais, dominam o mercado internacional, monopolizando-o. A partir dos anos 1980, o keynesianismo entrou em derrocada em benefício do neoliberalismo, que retomava o ideal da mínima participação do Estado na Economia, que deveria apenas atuar para assegurar a reprodução do sistema e salvar o mercado de eventuais crises econômicas. Atualmente, apesar de alguns livros e autores apontarem o surgimento de um capitalismo informacional, a maioria dos economistas defende que ainda nos encontramos na fase financeira do sistema capitalista. O chamado meio-técnico-científico-informacional é visto como um potente instrumento de mundialização do capitalismo e de sustentação de suas atuais características.
O socialismo é um sistema político e econômico baseado na igualdade. Por isso, ele propõe a distribuição igualitária de renda, extinção da propriedade privada, socialização dos meios de produção, economia planificada e, além disso, a tomada do poder por parte do proletariado. O socialismo visa uma sociedade sem classes, onde bens e propriedades passam a ser de todos. O objetivo é acabar com as grandes diferenças econômicas entre os indivíduos, ou seja, a divisão entre pobres e ricos.
O socialismo utópico, desenvolvido no século XIX, é fundamentado na mudança da consciência dos indivíduos das classes dominantes. Isto acontece por meio de um modelo idealizador e, por isso leva o nome de “utópico”. Um dos grandes estudiosos desta corrente foi o filósofo e economista francês Claude-Henri de Rouvroy, mais conhecido por Conde de Saint-Simon (1760-1825). Outros que junto com ele levaram a cabo os estudos sobre este modelo são: Charles Fourier (1772-1837), Pierre Leroux (1798-1871), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858). Karl Marx criticava esse tipo de modelo. Para ele, o socialismo utópico apresentava os ideais de uma sociedade mais justa e igualitária mas não explorava as ferramentas nem o método para que os objetivos fossem atingidos.
O socialismo científico ou socialismo marxista foi um sistema no qual o método estava pautado na análise crítica e científica do capitalismo. Diferentemente do Socialismo Utópico, essa corrente teórica não buscava uma sociedade ideal. Seus teóricos se baseavam numa análise histórica e filosófica da sociedade, daí o termo "científico". O socialismo científico foi criado por Karl Marx (1818 - 1883) e Friedrich Engels (1820 – 1895) no século XIX. Para os marxistas, o capitalismo era baseado em duas classes: explorados e os exploradores. Por isso, a proposta desta corrente esteve fundamentada na luta de classes, na revolução da classe proletária, no materialismo dialético e o materialismo histórico e na doutrina da mais-valia. O importante não era extinguir o capitalismo, mas sim compreender suas leis. Os marxistas acreditavam que dificilmente o capitalismo seria substituído por outro modelo político econômico.
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