Os filósofos Pré Socráticos

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Grécia

Os primeiros "cientistas" conhecidos, em certa medida, foram os primeiros filósofos gregos, os filósofos pré-socráticos. Embora não tivessem instrumentos adequados de medida e nem fizessem experiências para comprovar suas idéias, como os cientistas modernos, eles preocuparam-se em achar explicações racionais para o mundo e seus fenômenos sem recorrer aos mitos e à religião.Os filósofos da natureza; Os primeiros filósofos gregos costumam ser chamados de filósofos da natureza porque foram eles que primeiro se interessaram pela naturea e pelos processos naturais já nos perguntamos de onde vem todas as coisas, muitas pessoas acreditam hoje que num determinado passado as coisas surgiram do nadaesse pensamento não era muito difundido entre os gregos, eles acreditavam que ''alguma coisa'' sempre existiu, eles testemunhavam com seus próprios olhos como ocorriam constantemente as transformações na naturea então se questionavam, queriam compreender os acontecimentos na naturea sem para isso recorrer aos mitos, podemos dizer que os filósofos da natureza deram os primeiros passos para o estabelecimento de um modo científico de pensar, fundamentando todas as ciencias naturais que surgiram depois 3 filósofos de Mileto O primeiro filósofo é Tales dizia que a água era a origem de todas as coisas segundo ele, a água, ao se resfriar, torna-se densa e dá origem à terra; ao se aquecer transforma-se em vapor e ar, que retornam como chuva quando novamente esfriados. Desse ciclo de seu movimento (vapor, chuva, rio, mar, terra) nascem as diversas formas de vida, vegetal e animal. A cosmologia de Tales pode ser resumida nas seguintes proposições: A terra flutua sobre a água; A água é a causa material de todas as coisas. Todas as coisas estão cheias de deuses. O imã possui vida, pois atrai o ferroO segundo filósofo é Anaximandro ele dizia que o mundo é apenas um de muitos que existem e se dissolvem em algo ''indefinido'' e essa substancia da qual surgiram todas as coisas era totalmente diferente das coisas que ela originaria então essa substancia não poderia ser algo tão banal quanto a água e sim ''indeterminada''O terceiro filósofo é Anaxímenes dizia quando chove podemos perceber a água se condensando no ar e quando a água condensa ainda ela se transforma em terra e tanto água e fogo seriam constituídos por arParmênides e HeráclitoParmênides acreditava que tudo o que existe, existiu sempre. Esta idéia estava bastante difundida entre os Gregos. Tinham como evidente que tudo o que há no mundo existiu desde sempre. Do nada, nada pode nascer, pensava Parmênides. E nada do que existe pode tornar-se nada. Mas Parmênides foi mais longe que a maior parte dos outros. Para ele, não era possível nenhuma verdadeira transformação. Uma coisa só se pode transformar naquilo que já é. Parmênides não tinha dúvidas de que na natureza se dão constantemente transformações. Os seus sentidos apercebiam-se do devir das coisas. Mas não conseguia fazer coincidir o que os seus sentidos registravam com o que a razão lhe dizia. Quando foi obrigado a decidir se devia confiar nos sentidos ou na razão, decidiu-se pela razão. Conhecemos a frase: “Só acredito naquilo que vejo.” Mas Parmênides nem sequer acreditava no que via. Pensava que os sentidos nos forneciam uma imagem falsa do mundo, uma imagem que não coincidia com o que a razão diz aos homens. Enquanto filósofo, encarava a sua tarefa como o desmascarar de todas as formas de “ilusões sensoriais”. “Tudo flui”, segundo Heráclito. Tudo está em movimento, e nada dura eternamente. Por isso, não podemos “entrar duas vezes no mesmo rio”. Porque quando entro no rio pela segunda vez, tanto eu como o rio estamos mudados. Heráclito explicou, também, que o mundo é caracterizado por contrários constantes. Se nunca estivéssemos doentes, não compreenderíamos o que é a saúde. Se nunca tivéssemos fome, não gostaríamos de comer. Se nunca houvesse guerra, não saberíamos apreciar a paz, e se nunca fosse Inverno, não saberíamos quando chega a Primavera. Tanto o bem como o mal ocupam um lugar necessário no todo, dizia Heráclito. Sem o jogo permanente entre contrários, o mundo terminaria. Quatro elementos principais Parmênides e Heráclito tinham, sob um certo ponto de vista, concepções opostas. A razão de Parmênides defendia que nada se pode alterar.Mas as experiências dos sentidos de Heráclito defendiam que, na natureza, se dão constantemente transformações. EmpédoclesSegundo Empédocles, a grande discórdia baseava-se no fato de os filósofos terem pressuposto que apenas havia um elemento. Se isso fosse verdade, então o abismo entre o que a razão diz e o que recebemos dos sentidos seria intransponível. A água não se pode transformar em peixe ou em borboleta. A água não se pode transformar de todo. A água pura permanece água pura para toda a eternidade. Parmênides tinha razão em afirmar que nada se transforma. Simultaneamente, Empédocles estava de acordo com Heráclito, dizendo que devemos confiar nas impressões dos sentidos. Temos que acreditar no que vemos, e vemos transformações permanentes na natureza. Empédocles reconheceu que a idéia de um único elemento primordial tinha de ser rejeitada. Nem a água, nem o ar se podiam transformar numa roseira ou numa borboleta. A natureza não podia ter apenas um elemento constituinte. Segundo Empédocles a natureza é constituída por quatro elementos primordiais ou “raízes”, que identifica com a terra, o ar, o fogo e a água. Todas as transformações da natureza resultam do fato de os quatro elementos se misturarem e se separarem. Tudo é constituído por terra, ar, fogo e água, misturados em proporções variáveis. Quando uma flor ou um animal morrem, os quatro elementos separam-se novamente uns dos outros. Anaxágoras achava que a natureza era composta por ínfimas partículas que não podiam ser apreendidas pelos olhos. Segundo ele, tudo se pode dividir em partes ainda menores, havendo nessas partículas um pouco de tudo. Se a pele e o cabelo não podem nascer de uma outra coisa, então tem de haver também, segundo ele, pele e cabelo no leite que bebemos e nos alimentos que comemos. Dois exemplos modernos apontam para aquilo em que Anaxágoras pensou. Com a técnica “laser” podemos fabricar os chamados “hologramas”. Se um holograma representa, por exemplo, um carro e este holograma é em seguida fragmentado, veremos ainda a imagem de todo o carro, mesmo que já só tenhamos a parte do holograma que mostrava o pára-choques. Isto sucede porque todo o motivo está presente em cada parte, mesmo a mais reduzida. O nosso corpo também é basicamente formado desta maneira. Se eu raspar uma célula da pele do meu dedo, o núcleo da célula não contém apenas a descrição da minha pele. Na mesma célula, há igualmente a descrição dos meus olhos, da minha cor de cabelo, do número e aspecto dos meus dedos, etc. Em cada célula do corpo há uma detalhada descrição da constituição de todas as outras células do meu corpo. Em cada célula há, portanto, “algo de tudo”. A totalidade encontra-se na partícula mais reduzida. Anaxágoras chamou “sementes” a estes elementos infinitamente divisíveis a partir dos quais se formam os vários corpos. Vimos que segundo Empédocles o amor unia entre si as várias partes que formavam os corpos na sua globalidade. Também Anaxágoras imaginava uma espécie de força que, por assim dizer, produzia a ordem e criava homens, animais, flores e árvores. Designava esta força por “espírito” ou razão.DEMÓCRITO “A teoria atomista” o último grande filósofo da natureza. Chamava-se Demócrito Demócrito concordava com os seus predecessores ao afirmar que as transformações observáveis na natureza não significavam que algo se alterasse realmente. Admitiu, portanto, que tudo tinha de ser composto de elementos pequenos e invisíveis, eternos e imutáveis. Demócrito designava estas pequenas partículas por átomos. O termo “átomo” significa “indivisível”. Para Demócrito, era fundamental afirmar que aquilo a partir do qual tudo é formado não pode ser dividido em partes cada vez menores. Se os átomos pudessem ser constantemente divididos em partes cada vez menores, a natureza teria começado a fluir como uma sopa cada vez mais líquida. Os elementos constitutivos da natureza tinham ainda de se conservar eternamente — porque nada pode nascer do nada. Nisto, Demócrito estava de acordo com Parmênides e os eleatas. Além disso, os átomos eram sólidos e compactos. Mas não podiam ser iguais. Porque se os átomos fossem iguais, não teríamos uma explicação válida para o fato de poderem ser combinados de modo a formarem tudo, desde papoulas e oliveiras à pele de cabra e cabelo humano. Existe uma quantidade infinita de átomos diferentes na natureza segundo Demócrito. Alguns são redondos e lisos, outros são irregulares e curvos. E precisamente porque têm formas tão diversas, podem ser combinados para formarem corpos completamente diversos. Mesmo sendo numerosos e diferentes, todos são eternos, imutáveis e indivisíveis. Quando um corpo — por exemplo, uma árvore ou um animal — morre e entra em decomposição, os seus átomos dispersam-se e podem ser utilizados de novo em novos corpos. Os átomos movem-se no espaço vazio e agregam-se para formar as coisas que vemos à nossa volta. Demócrito atribuiu aos átomos, e precisamente por isso se pode construir tão bem com elas. Em primeiro lugar, são indivisíveis. São diferentes em forma e em tamanho, são sólidas e impenetráveis.Hoje em dia, a ciência descobriu que os átomos se dividiam em “partículas elementares” ainda menores. A essas partículas elementares chamamos prótons, nêutrons e elétrons. E talvez estas se deixem dividir em partículas ainda menores. Mas os físicos concordam em afirmar que tem de haver um limite. Têm de existir as partículas menores a partir das quais a natureza é formada. Demócrito não tinha acesso aos aparelhos eletrônicos do nosso tempo. O seu único instrumento era a razão. Mas a razão não lhe deixava nenhuma alternativa. Se aceitarmos que nada se pode alterar, que nada surge do nada e que nada desaparece, nesse caso a natureza tem de ser formada por elementos constitutivos minúsculos que se combinam e se separam uns dos outros. Demócrito não tinha em conta uma “força” ou um “espírito” que interviesse nos processos naturais. As únicas coisas que existem, segundo ele, são os átomos e o espaço vazio. Dado que ele só acreditava no que é “material”, denominamo-lo materialista. Nos movimentos dos átomos não há uma finalidade consciente. Isso não significa que tudo o que acontece seja ao “acaso”, porque tudo segue as leis constantes da natureza. Demócrito achava que tudo o que acontece tem uma causa natural, uma causa que reside nas próprias coisas. Teria dito um dia que preferia descobrir uma lei da natureza a tornar-se rei da Pérsia. Segundo Demócrito, a teoria atomista esclarecia também as nossas “sensações”. A percepção que temos de alguma coisa deve-se ao movimento dos átomos no vazio. Quando vejo a lua, o que acontece é que os “átomos lunares” atingem o meu olho. E a “alma”? Não pode ser constituída por átomos, por “coisas” materiais? Para Demócrito a alma era constituída por “átomos de alma” redondos e lisos. Quando um homem morre, os átomos da alma dispersam-se em todas as direções e podem dar vida a outra alma. Isto significa que o homem não possui uma alma imortal. Com a sua teoria atomista, Demócrito pôs um ponto final provisório na filosofia da natureza grega. Estava de acordo com Heráclito quando pensava que, na natureza, tudo flui; porque as formas vêm e vão. Mas por detrás de tudo o que flui, há algo eterno e imutável que não flui: os átomos, segundo Demócrito.

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