Com exclusividade para o blog de GoConqr, 12 especialistas nacionais e internacionais apontam os rumos e desafios da Educação ao longo de 2016
Professores, especialistas e pesquisadores do setor educacional de todo o mundo apontam, com exclusividade para a plataforma de educação online GoConqr, as Tendências e Desafios para 2016 na Sociedade do Conhecimento. Em comum, termos como ambiente virtual de aprendizagem, aprendizagem colaborativa, jogos digitais. Entre os desafios, a urgência por mudança.
Educação 2016: Tendências e Desafios
1. Sérgio Abranches, professor universitário e doutor em Educação, Brasil
T: Uma das tendências para este ano é o uso de metodologias ativas, em ambientes virtuais de aprendizagem, onde o aluno é autor da própria aprendizagem, agindo de forma colaborativa. Outra tendência é o crescimento da interdisciplinaridade, onde diversas áreas do conhecimento atuam conjuntamente na produção de conhecimento por parte de alunos e professores.
D: Um dos desafios é superar a natureza profundamente hierárquica da educação em favor de formas mais colaborativas. Os diferentes usos de tecnologias digitais favorecem uma maior interatividade entre professores e alunos e entre os próprios alunos, possibilitando a colaboração na aprendizagem dos alunos. Outro desafio é o uso de várias linguagens, vencendo a exclusividade da forma escrita de aprender.
2. Shelly Terrell, formadora de professores, USA
T: Veremos mais alunos criando, programando, codificando, produzindo, inovando, inventando, solucionando problemas. Alguns temas de destaque: realidade virtual, realidade aumentada, impressão 3D e codificação.
D: O desafio é como professores, pais e comunidades vão ajudar os alunos a projetar de forma inteligente. Precisamos de menos foco em notas e padronização. Mais foco em espaços para experimentação sem que os alunos tenham que se preocupar com notas altas e admissão na faculdade.
3. Maite Vallet, educadora e pedagoga, Espanha
T: A tecnologia será uma ferramenta eficaz para que alunos trabalhem seu desenvolvimento pessoal em equipe. Isso envolve a cooperação e assistência mútua para alcançar uma aprendizagem compartilhada, na qual os alunos aprendem a debater, corrigir erros, respeitar diferenças.
D: O grande desafio é alcançar um tipo de educação que apoia o desenvolvimento de valores e talentos de cada ser humano, por meio do trabalho em equipe, deixando de lado a maneira usual de aprender.
4. Carlos Sanches, professor e consultor em Tecnologia Educacional, Brasil
T: Eu elencaria 5 principais tendências para 2016: a Aprendizagem Baseada em Problemas; a curadoria da informação; a gamificação; a personalização do ensino e o uso de vídeos educacionais.
D: Um dos desafios será a aprovação da proposta de uma Base Nacional Curricular. Para que ela represente um avanço de fato, seus conteúdos deverão ter relação com a vida dos alunos, a sociedade contemporânea, relacionando-os com competências e habilidades necessárias para o séc. 21.
5. Russell Stannard, especialista em Educação e Tecnologia, Reino Unido
T: Haverá uma mudança no foco do professor para o aluno, com conceitos como Sala de Aula Invertida e uso de plataformas. Hoje no meu mestrado da Universidade de Berlim não há palestras formais lideradas por professores. O conteúdo é gerado pelos alunos. O professor desempenha o papel de “facilitador”.
D: A responsabilidade pela aprendizagem está mudando, mas isso não diminui o papel do professor – o transforma em um facilitador. Isso requer uma mudança na forma em que o professor é treinado.
6. Deborah Costa, professora e especialista em EAD, Brasil
T: Uma das tendências que vem influenciando fortemente o caminho da Educação é a revolução digital. Os alunos da geração touch querem interação, elementos visuais e participar de ambientes de aprendizagem.
D: Há uma grande lacuna entre o modelo educacional tradicional e as necessidades do aluno no mundo atual. É necessário repensar o modelo atual de aula e processos educacionais de forma que o professor crie novas formas e técnicas para a adoção de metodologias didáticas, que num significado mais amplo envolvem ferramentas e tecnologias utilizadas para a comunicação, transmissão e gerenciamento de informações a fim do aluno construir conhecimentos.
7. Barbara Geyer-Hayden, diretora de programa de Mestrado, Áustria
T: Jogos digitais na sala de aula é uma das tendências mais claras. Isso se aplica tanto à aprendizagem on-line quanto à presencial. E a maneira mais fácil de incluir os jogos é com o uso de aplicativos baseados na web, com apps de smartphones. Outra tendência é a Blended Learning.
8. Fátima Franco, editora da revista Tecnologias na Educação, Brasil
T: Tenho observado, ao longo de 2015, algumas vertentes no uso das Tics na Educação que devem permanecer em 2016, tais como: na formação de professores, no uso com alunos de ensino fundamental I e II e médio e com alunos de ensino superior. Na formação de professores ainda prevalece o uso de ambientes virtuais de aprendizagem, mas as redes sociais, como o Twitter, o Facebook e o G+, vem aumentando.
No ensino fundamental I e II, um dos recursos que os professores têm buscado é o Google Classroom, já que ele apresenta diferentes ferramentas. Percebemos ainda, que o uso de apps para celulares e tablets tem sido ampliado, assim como o uso de objetos educacionais, robótica educativa e games.
9. Glenn Hernández, professor e doutor em Educação, Colômbia
T: Espera-se que as novas tecnologias migrem do uso experimental para o uso massificado nas salas, com aplicação da realidade aumentada, QR code, impressão 3D e apps.
D: Entre os desafios, a inclusão das TICs no curriculo e planos de estudo, com um redesenho das metodologias, mudanças nas formas de avaliação, e no uso das TICs por parte dos professores de forma pedagógica.
10. Felipe Lima, professor e especialista em Técnicas de Aprendizagem Acelerada, Brasil
T: Desde 1999 assumi a missão de ajudar alunos de todas as idades e fases de vida, a superarem as suas dificuldades de aprendizagem, bem como com ferramentas de Coaching. Os Mapas Mentais são, sem sobra de dúvida, a forma mais eficiente de promover um aprendizado de longo prazo, favorecendo não apenas o processo de aprender e apreender a matéria, mas também de lembrar com agilidade e facilidade.
D: Infelizmente, desde a infância é criado o hábito de só estudar “para fazer prova”. Tem prova, estuda! Não tem prova, nem pensar em pegar nos livros. Estudar passa a ser uma obrigação com data e hora marcada, uma prestação de contas compulsória e se perde a oportunidade de desenvolver o hábito de estudar sempre, de se descobrir o prazer de aprender, a alegria de descobrir coisas novas e o entendimento de que o estudo de hoje será mais um tijolo na casa do sucesso de amanhã.
11. Monica Burns, educadora e autora, USA
T: Em 2016, espero ver mais professores pensando a integração intencional de ferramentas tecnológicas, tais como o QR code e a realidade aumentada. Quando os alunos se tornam criadores de conteúdo eles demonstram sua compreensão com um propósito.
D: Professores devem ter a tecnologia em mente ao fazer o planejamento das aulas, para identificar quais ferramentas irão tornar o conteúdo mais acessível para os alunos com diferentes necessidades de aprendizagem e como os alunos podem criar produtos com ferramentas online.
12. Talita Moretto, especialista em Tecnologias na Aprendizagem, Brasil
T: A lista de tendências e os desafios para a educação, quase sempre, contempla as mesmas expectativas dos anos anteriores. O ensino híbrido, a personalização do ensino e a aprendizagem móvel figuram como os principais. Eu também acredito nisso, afinal, o aluno deve ser o centro da aprendizagem para que sua educação tenha êxito. Ou seja, manter um jovem por quatro ou cinco anos dentro de um estabelecimento no qual ele não constrói conhecimento não faz sentido. Contudo, como eu trabalho diretamente com “professores reais” de “escolas reais brasileiras”, percebo que os desafios superam as tendências, pois a inovação é esbarrada, muitas vezes, pela falta de estrutura e de recursos humanos de nossas instituições.
D: O grande desafio, para mim, continua sendo a formação continuada e adequada para os profissionais que atuam na educação básica e a introdução de ferramentas adequadas para incorporar as novas tendências. Muitas pesquisas são realizadas em escolas de países de primeiro mundo, muito distantes de nós. Quem já viajou para o exterior sabe que não apenas a evolução é mais rápida “lá fora”, como a formação cultural e intelectual das crianças e adolescentes, consequentemente, dos adultos, é muito diferente da nossa. Os profissionais preocupados com seu aperfeiçoamento profissional sabem que a aprendizagem personalizada, que pode ser amparada pela aprendizagem móvel e no acesso à tecnologia eficiente, traz ganhos significativos que justificam a transformação de estratégias pedagógicas antiquadas em ações relevantes para o aluno atual, contudo, não adianta falar em necessidade de incorporar tendências sem superar os desafios da precariedade da estrutura e da gestão escolar, que ainda não é preparada para aceitar as mudanças impostas pela sociedade do conhecimento, da informação, da era digital, enfim, para aceitar que a sociedade evolui fora das paredes da escola.
Sobre GoConqr
* Contribuíram com este artigo:
- Sérgio Abranches, Professor da UFPE, formado em Filosofia, mestre em Sociologia e doutor em Educação, pela USP. Pesquisador em Educação e Tecnologia, formação de professores e uso de tecnologias na educação.
- Talita Moretto, especialista em Tecnologias na Aprendizagem e mestranda em Educação e Tecnologias Digitais, colunista, ministra cursos online e é criadora do Sala Aberta.
- Fátima Franco, Mestre em linguística, especialista em TICs e editora da Revista Tecnologias na Educação.
- Carlos Sanches, Professor, consultor em tecnologia educacional e certificado Microsoft em Teaching with Technology. Administrador do Tecnologia Educa Brasil.
- Deborah Costa, Professora da rede Municipal de Campinas, coordenadora de curso de Pedagogia, mestre pela Unicamp, especialista em EAD, palestrante, idealizadora do movimento Professor Conectado.
- Felipe Lima, Professor universitário, autor, especialista em Técnicas de Aprendizagem Acelerada, pesquisador nas áreas de PNL (Programação Neurolinguistica) e Hipnose, coach para o sucesso em provas, concursos e exame da OAB. Comanda o projeto SouGenius.
- Shelly Sanchez Terrell, Formadora de professores, especialista em e-learning e autora. Treinou professores e alunos de mais de 20 países, recebeu inúmeros prêmios.
- Maite Vallet – Pedagoga, consultora, formadora e fundadora da Escola Montessori de Madrid em 1977. Criou vários métodos de ensino e publicou diversos livros.
- Russell Stannard, Especialista em educação e tecnologia, formador de professores, com vários prêmios incluindo o de Tecnologia do Conselho Britânico.
- Barbara Geyer-Hayden, Diretora do programa de mestrado de Gestão do Conhecimento Aplicado da Universidade de Ciências Aplicadas de Burgenland.
- Monica Burns, Consultora em Tecnologia Educacional, autora, educadora da Apple e fundadora do ClassTechTips.com.
- Glenn Hernández, Professor, mestre em Educação e TIC e doutor em Educação.
* Confira a íntegra das contribuições internacionais em Inglês, Espanhol, Alemão.
5 thoughts on “Desafios e Tendências Educativas para 2016 na Sociedade do Conhecimento”
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