Criado por Rogerio Cogo
quase 8 anos atrás
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Questão | Responda |
Tal é a essência econômica da situação traumática: | o desamparo do aparelho psíquico em face do aumento incontrolável da excitação pulsional. |
O sinal de angústia é | um comportamento previdencial: a criança não se angustia mais diante da perda do objeto, mas diante do temor da perda do amor do objeto. |
No campo da angústia-automática, Freud fazia da angústia uma | consequência direta do recalque. Este, ao expelir do sistema consciente a representação pulsional, deixa ociosa uma certa quantidade de libido que se transforma imediatamente em angústia: "A angústia é um produto da libido como o vinagre é um produto do vinho". |
No campo da angústia-sinal, ele faz agora do recalcamento não mais a origem, mas | a consequência da angústia. Quando uma representação pulsional se mostra perigosa, ameaçadora ou culpabilizada, ela suscita uma angústia ao nível do Eu e é então que intervém o recalcamento. |
A angústia-sinal tem doravante por finalidade | alertar o sujeito para os perigos ligados à separação eventual, e já não traduz apenas uma reação de angústia instantânea e automática diante das perdas ou das separações efetivas. |
O homem defende-se do terror através da angústia. Pelo sinal de angústia, o aparelho psíquico visa | impedir esse excesso sexual insuportável e desnaturado que é a angústia automática. |
Tal estado de coisas [a angústia automática] se instala quando | o aparelho psíquico encontra-se incapaz de dar conta do afluxo de excitação sexual que o atinge. |
A angústia funda-se sobre a | Hilflosigkeit, ou seja, sobre uma condição fundamental de desamparo. |
O que garante a estabilidade entre os indivíduos e a manutenção da massa? | o amor de cada um dos membros do grupo para com o líder - erigido em figura ideal |
O líder é investido de atributos ideais que condensam as aspirações narcísicas e de dependência. O pânico seria... | a súbita RUPTURA DESSE LAÇO AMOROSO FUNDAMENTAL AO LÍDER, levando à ruptura da organização coletiva. |
HIPÓTESE FREUDIANA SOBRE O PÂNICO | Entrar em pânico é o efeito imediato de uma drástica ruptura dessa estrutura libidinal [do laço amoroso com o líder], lançando o indivíduo subitamente ao vazio de seu próprio desamparo. Não há mais nenhuma garantia para as identificações que até então constituíam a matriz imaginária sobre a qual fundava-se a unidade do grupo e, correlativamente, a integridade do eu. |
O desencadeamento desse fenômeno tem a mesma estrutura do ponto de vista da economia libidinal, isto é, | ocorre em função da ruptura dos laços amorosos que ligam os diferentes elementos de um sistema. |
Personagem ao mesmo tempo amado e temido, o líder encarna o | pai onipotente, não castrado, cujo poder supostamente infalível indica com certeza o caminho correto e seguro a ser seguido. |
Reencontramos aqui o aspecto protetor e tranquilizador do pai que traz | garantias lá onde, de fato, não existe nenhuma. |
As características atribuídas ao líder constituem antes de mais nada | "obras de pura imaginação. São narrações fantasiosas forjadas de fatos mal observados, acompanhadas por explicações forjadas posteriormente" |
O líder, tanto quanto o sonho, é uma | criação psíquica que responde a desejos fortemente enraizados na alma humana. |
Existiria na multidão um desejo de | se submeter a um líder que será considerado o produto tanto de um desejo sexual como de um temor do inominável, que só se tornam patentes quando da falta do líder. |
Este [o líder] é visto como uma figura | fálica, poderosa, dotada de uma vontade forte e duradoura, capaz de submeter seus comandados e de oprimir e castigar até o extremo aqueles que contra ele ousem se levantar. É dessas características que a multidão espera a satisfação das suas aspirações. |
Freud considera que a situação de pânico na multidão é instaurada como efeito do | relaxamento da arquitetura libidinal organizada em torno da figura paterna e onipotente do líder. |
O pânico constitui a manifestação visível da | ruptura dos laços libidinais, o que acarreta a angústia mais desenfreada. |
A decadência do ¹ideal do eu coletivo materializado pela figura do líder leva à | dissolução dos laços que esta personagem sustentava, por sua própria pessoa, entre os indivíduos do grupo. |
Ambos são associados ao desaparecimento da coesão permitida pelos laços libidinais: | O PÂNICO EM UMA MULTIDÃO E AQUELE OBSERVADO EM UM INDIVÍDUO |
O pânico corresponde à instalação de uma condição de caos e ao DESABAMENTO de uma | estrutura libidinal até então sustentada por uma IMAGEM ONIPOTENTE colocada no lugar de Ideal do Eu. |
Nas situações de desautorização e de perda súbita dessa referência estabilizadora [IMAGEM ONIPOTENTE COLOCADA NO LUGAR DE IDEAL DO EU], a unidade e a sobrevivência do eu-grupo veem-se repentinamente abaladas e ameaçadas: | não há mais garantias externas tranquilizando contra os perigos, organizando as relações amorosas, nem indicando o caminho certo a seguir. |
PÂNICO E PERIGO Todo perigo é, antes de tudo, de natureza... | PULSIONAL. Qualquer perigo é perigo de esmagamento do eu pela invasão desenfreada de uma quantidade incontrolável de pulsão. |
o pânico pode instalar-se a partir da decadência daquilo que | garantia imaginariamente a estabilidade do mundo. |
O sinal de angústia é constituído pela proximidade do sujeito com o "perigoso" enquanto tal, (ainda que, como propõe Lacan, o "perigoso" coincida com a causa do desejo) enquanto o pânico nasce da | constatação insuportável da falta fundamental de garantia no que diz respeito ao mundo simbolicamente organizado, constatação para a qual ele não estava preparado. |
FALTA DE GARANTIAS Esta falta de garantias não é contingente ou acidental, mas inerente ao funcionamento psíquico e esta capacidade protetora onipotente atribuída ao pai tem apenas uma consistência imaginária, respondendo ao | desejo irrealizável de se dispor de certezas últimas sobre as quais fundar o mundo e, correlativamente, uma imagem estável do eu. |
O pânico constitui uma das formas que o aparelho psíquico tem para... | enfrentar a condição de desamparo fundamental, inerente ao seu próprio funcionamento, enquanto este é um fato de linguagem, implicando a constituição de um corpo próprio, de uma matriz para as identificações e, consequentemente, de um mundo simbolicamente organizado. |
IDEAL DO EU | Expressão utilizada por Freud no quadro da sua segunda teoria do aparelho psíquico. Instância da personalidade resultante da convergência do narcisismo (idealização do ego) e das identificações com os pais, com os seus substitutos e com os ideias coletivos. Enquanto instância diferenciada, o ideal do ego constitui um modelo a que o sujeito procura conformar-se. |
Sua origem [do Ideal do Eu] é principalmente narcísica: | "O que ele [o homem] projeta diante de si como seu ideal é o substituto do narcisismo perdido da sua infância; nesse tempo o seu próprio ideal era ele mesmo". |
Este estado de narcisismo - que Freud compara a um verdadeiro delírio de grandeza - é abandonado principalmente em razão da... | crítica que os pais exercem em relação à criança. Note-se que essa crítica, interiorizada sob a forma de uma instância psíquica especial [superego], instância de censura e de auto-observação, é, no conjunto do texto, distinta do ideal do ego: ela "... observa incessantemente o ego atual e compara-o com o ideal" |
Na visão ferencziana, o que determina a instalação do pânico em um indivíduo? | súbita e radical perda de contato consigo mesmo, com aquilo que funda a experiência de existir |
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