Projeto de pesquisa para capacitar as comunidades dos Pontos de Cultura com essa ferramenta de pesquisa que intitulamos de FIB ( Felicidade Interna Bruta)
O projeto articula
três dos oito eixos do Programa “Mais Cultura nas Universidades,” aderindo
ainda à Metas do Plano Nacional de Cultura. Propõe o mapeamento das práticas culturais regionais
(EIXO 4 - Diversidade Artística-Cultural); estabelecimento de corredor cultural
Universidade-sociedade (EIXO 5 – Produção e Difusão das Artes e Linguagens); e,
projeto de capacitação dos pontos de cultura que atuarão em ações
pedagógicas artístico-culturais em CEUs e na comunidade (EIXO 7 – Arte e
cultura: formação, pesquisa, extensão e inovação).
Resumo da Proposta
Anotações:
A proposta promove a
troca de saberes e a integração Universidade-sociedade no âmbito regional,
concomitante a ações de pesquisa e mapeamento cultural, que promovam a
diversidade artística-cultural de comunidades em situação de vulnerabilidade social
e acesso restrito aos meios de produção, registro, fruição e difusão cultural. Envolve
a participação de docentes, estudantes e parceiros da sociedade civil e
governamental, durante oito meses, na Vila Planalto, onde será realizado o mapeamento de práticas
culturais regionais e seus impactos e transformações sociais, registro
audiovisual e documental (fonográfico, iconográfico, partituras), ministração
de atividades formativas em música e áreas correlatas, com o fomento a
construção de laboratórios e atividades de pesquisa regionais, e publicação dos
seus resultados.
Justificativa
Anotações:
A troca
de saberes e a integração Universidade-sociedade no âmbito regional, tem como
fundamento a valorização, recepção, preservação e disseminação de atividades
culturais, a partir do princípio dialógico Universidade-sociedade. Sua
importância se dá ao fato da sua recente assimilação no âmbito da comunidade
acadêmica, nas quais a organicidade das experiências permitem uma compreensão
alargada dos fenômenos sociais. De outra parte, os Pontos de Cultura estão
presentes em muitos municípios brasileiros, inclusive no DF e Entorno, e formam
uma rede com apoio governamental, tendo
como objetivo principal a transformação social através da articulação, enquanto
processo identitário, do seu patrimônio cultural. Portanto, a consolidação de
mecanismos e estratégias de parcerias entre a Universidade e os Pontos de
Cultura, permitirão a potencialização e desenvolvimento de novas tecnologias
sociais por meio de ações pedagógicas inovadoras e
libertadoras. Seu impacto advirá ainda das ações de capacitação para a pesquisa,
desenvolvendo a autonomia crítica e o empoderar de valores culturais próprios. Permitirá também que nossos estudantes, ao entrarem
em contato com outras realidades, passem a conhecer e participar destas
práticas culturais, consolidando troca significativa de saberes
Universidade-sociedade. O Departamento de
Música por meio do seu Programa de Pós-graduação Música em Contexto oferece
qualificação institucional nos processos de pesquisa desenvolvidos na sua
região de abrangência, comprovado pelo incremento de atividades
multidisciplinares, expansão da iniciação científica e de projetos de extensão
de ação continuada. Com foco na ampliação do diálogo Universidade-sociedade,
abriga projeto de mapeamento de práticas culturais regionais de ampla
diversidade as quais, em seu conjunto, têm modificado o perfil profissional do
“músico” e áreas afins, outorgando-lhe, para além da formação técnica, uma
formação sensível a realidades socioeconômicas, integrando as dimensões simbólica, cidadã e econômica das atividades
culturais. Na realidade, gerou-se hoje um “caminho” análogo a um “corredor
cultural” entre estas atividades e as respectivas comunidades, cuja
organização, sistematização e ampliação permitirá uma circulação
ambidestra no referido “corredor,” fomentando a instalação de laboratórios e equipamentos
culturais nas áreas atendidas, a partir de ações, linhas de atuação e pesquisa
consolidadas no âmbito curricular e acadêmico do referido
Instituto/Departamento, garantido a manutenção da ação.
Fundamentação Teórica
Anotações:
Evidenciamos
a necessidade em valorizar e realizar troca de saberes entre Universidade e Pontos
de Cultura, como também exercer o papel mediador/intermediador desses saberes
entre os Pontos de Cultura e outros segmentos sociais, entendendo que tal processo. recupera o papel social da extensão universitária, tornando-a ação política e
politizadora.
O
projeto tem como princípio o sentido de transformação social, tal como abordado
por Paulo Freire em sua obra Pedagogia do Oprimido (1994), ao afirmar que o
homem se constitui nas suas diversas atividades, bem como nas suas relações sociais estabelecidas.
A
transformação social para Marx (2001, apud Santos 2004) está relacionada com as
lutas de classe desenvolvidas no seio das sociedades humanas. Quando apreendidas
pelo sujeito consciente, as contradições existentes em determinado meio social empodera
o indivíduo com condições de ação sobre a realidade, transformando-a.
Para
alcançar esse objetivo valer-se-á da pesquisa qualitativa com ênfase na
metodologia da pesquisa-ação, cujos principais referenciais teóricos vêm de
Barbier (2007) e Thiollent (2007), por meio da interpretação da intenção
política das ações dos atores sociais identificados na pesquisa de campo.
A aproximação
junto às pessoas que fazem parte destas comunidades - participando (ou não) dos
Pontos de Cultura, se faz necessária para construção de novos saberes, ultrapassando
os limites do campo teórico especulativo, ou seja, “a questão não está
propriamente em explicar às massas, mas em dialogar com elas sobre sua ação” (Freire
1994:22).
Desta forma, a dimensão da formação-ação, ou formação em ação, nos quais os eixos de
ação passam a integrar o cotidiano, traduzem-se em atitudes e práticas de todos
os sujeitos que participam destas comunidades.
Tal metodologia é centrada nos problemas e projetos, e
os participantes consolidam seus processos de aprendizagem, analisando e
aplicando os conhecimentos adquiridos na resolução de problemas concretos e no
desenvolvimento dos projetos definidos.
De forma mais ampla,
o envolvimento dos corpos discente e docente do Instituto de Artes/Departamento
de Música estará apoiado ainda sobre preceitos da teoria crítica e
principalmente o dialogismo (Bakhtin e outros), correlacionando na relação
Universidade-sociedade a consciência individual com a interação social,
permitindo e reivindicando uma interpretação, no sentido de uma hermenêutica
participativa, integradora, social, diversa e múltipla na construção do
trabalho.
Portanto, a escuta “polifônica”
estabelecida no âmbito do corredor Universidade-sociedade, estabelece-se a
partir da coleta continuada de dados das próprias práticas culturais regionais,
e desenvolve-se com as comunidades e grupos atendidos em trabalhos e estudos
específicos sobre estas manifestações, buscando estabelecer ainda pontos de
avanço, estratégias e mecanismos visando a sua valorização, preservação e
difusão no âmbito regional/local.
Objetivos
Objetivos Gerais
Anotações:
1.
Fomentar e
articular o diálogo, troca de saberes e encontros entre comunidades na região
do DF, Secretaria de Cultura, pesquisadores das Universidades e
Comissão dos Pontos de Cultura para garantir a representação dos Pontos e
parceiros no Projeto, de forma a consolidar ação continuada e qualificada para
o fortalecimento e a valorização da diversidade cultural brasileira;
2. Promover consolidação de indicadores qualitativos (FIB) para análise dos impactos e transformações sociais ocorridas nas comunidades, a
partir da implantação do Programa Cultura Viva, levantando dados a partir e
junto aos sujeitos envolvidos nos Pontos de Cultura.
Objetivos Específicos
Anotações:
a)
Mapear as
práticas culturais regionais (música e áreas afins) criando redes de ação e
formação para o seu melhor conhecimento e preservação, por meio de estudos e
registros qualificados, promovendo “corredor cultural” específico entre a UnB e
comunidades atendidas.
b)
Criar mecanismos institucionais: curso de extensão de pife para a manutenção destas atividades.
c)
Difundir por meio de publicações os resultados e produtos do projeto no
plano local/regional/nacional/internacional enquanto processo de valorização da
cultura brasileira.
d)
Avaliar
como o quesito transformação social pode ser utilizado para incentivo de
políticas culturais.
Metas
Anotações:
O projeto adere diretamente
a Metas do Plano Nacional de Cultura, especialmente na Política nacional de proteção e
valorização dos conhecimentos e expressões das culturas populares e
tradicionais implantadas (Meta 4)
a)
Metas
6 – 50% dos povos e comunidades tradicionais e grupos de culturas populares que
estiverem cadastrados no SNIC atendidos por ações de promoção da diversidade
cultural, e Meta 9 – 300 projetos de apoio à sustentabilidade econômica da
produção cultural local.
b)
Capacitação em 1 Ponto de Cultura em música e áreas afins, nas regiões supracitadas, em
colaboração na realização da Meta 4 - Política nacional de proteção e
valorização dos conhecimentos e expressões das culturas populares e
tradicionais implantada
Metodologia
Anotações:
O projeto assume a proposta de uma pesquisa-ação, por entender que a
metodologia nos remete a um esforço contínuo da “escuta-sensível” (Barbier
2007), entre as diversas falas que encontraremos no desenvolvimento de todo o
processo de trabalho. Assim, a pesquisa assume a perspectiva de que
“pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão
envolvidos de modo cooperativo ou participativo” (Thiollent 2007, p. 16), justificando
a adequação da metodologia ao projeto, de caráter extensionista, e dos sujeitos
envolvidos. Enquanto pesquisadores-extensionistas, nosso papel é o de acolher o(s)
objeto(s) da pesquisa, criando relações de envolvimento com os sujeitos das
comunidades no âmbito do Programa Cultura Viva/Mais Cultura, consolidando ação Universidade-sociedade.
O projeto se dará por meio das seguintes
etapas:
Primeira Etapa – levantamento
sob forma de mapeamento das práticas culturais regionais, sejam aquelas
pertencentes aos Pontos de Cultura da região do DF/RIDE, Vila Planalto, sejam aquelas mapeadas junto a associações e grupos comunitários em
geral, por meio de Secretarias de Cultura, realizando visitas aos Pontos de Cultura e
demais instituições elencadas, objetivando conhecer os sujeitos participantes,
as atividades desenvolvidas, a comunidade em que atuam, e suas reais demandas
de trabalho.
Segunda Etapa – a partir deste
levantamento serão escolhidos, em consulta à comunidade aqueles que serão
objeto de levantamento etnográfico denso, buscando construir e
desenvolver oficinas junto/com os Pontos de Cultura e demais instituições
elencadas, na qual se possa realizar atividades que permitam a coleta de dados que culminará
no seu estudo e registro audiovisual, refletindo ainda sobre o impacto e a importância
dos Pontos para as comunidades, seus principais avanços e demandas.
Terceira Etapa – planejamento e
formulação de produtos da pesquisa a partir do material mapeado e registrado, o
qual será ainda trabalhado na proposição de ações pedagógicas e curriculares
locais/regionais, no âmbito dos Pontos de Cultura e demais instituições
elencadas, assim como publicações especializadas e de apoio as estas ações.
Quarta Etapa – mobilização da
implantação e divulgação dos resultados por meio da sua apresentação regular no
âmbito do corredor cultural Universidade-sociedade, e outras propostas
identificadas ao longo do projeto, assim como a avaliação do projeto.
Destaca-se, contudo, que durante todo o processo
serão agendadas apresentações em ambos sentidos Universidade-sociedade,
organizados em eventos regulares em todos os Campi da UnB, assim como nas
comunidades atendidas.
Avaliação
Anotações:
Avaliação:
A avaliação qualitativa
do projeto será realizada ao longo das etapas desenvolvidas, por meio de
formulários próprios consolidados no âmbito das metodologias utilizadas, considerando
os seguintes aspectos/dimensões: avaliação do mapeamento confrontado à
literatura especializada e mapeamentos já realizados; avaliação da comunidade ao
final de cada ação (apresentações, oficinas, instrumentos de coleta, entre
outros); avaliação dos docentes/pesquisadores e dos bolsistas/pesquisadores
sobre as atividades realizadas; avaliação final do projeto por meio das avaliações
parciais e avaliação por comissão externa designada para este fim.
Orçamento
Cronograma
Envolvimento da comunidade na qual a Instituição está inserida
Envolvimento do Plano de Cultura com a população em situação de vulnerabilidade social
Envolvimento do Plano de Cultura com a diversidade cultural brasileira