CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 5. ed. Rio de. Janeiro: Ouro sobre Azul; São Paulo: Duas Cidades, 2004. p. 169-191.
Bens que asseguram a
sobrevivência física e
também a integridade
Ligados a alimentação, moradia,
vestuário, instrução, saúde, a liberdade
individual, o amparo da justiça pública,
a resistência a opressão, bem como o
direito à crença, à opinião, ao lazer
Por que não o direito à arte e à
literatura também?
A literatura e sua
reação com a luta
pelos direitos
humanos.
A literatura corresponde a uma necessidade
universal que deve ser satisfeita sob a pena de
mutilar a personalidade, porque pelo fato de
dar forma aos sentimentos e à visão do mundo
ela nos organiza, nos liberta do caos e,
portanto nos humanização semelhante
A literatura pode ser um instrumento
consciente de desmascaramento, pelo fato de
focalizar as situações de restrição dos direitos,
ou de negação deles, como a miséria, a servidão,
a mutilação espiritual.
Uma sociedade que seja de fato
justa “pressupõe o respeito pelos
direitos humanos, e a fruição da
arte e da literatura em todas
modalidades e em todos os
níveis é um direito inalienável
Sobre
literatura
Candido (2004) chama de literatura tudo
aquilo que tem toque poético, ficcional ou
dramático nos mais distintos níveis de uma
sociedade, em todas as culturas, desde o
folclore, a lenda, as anedotas e até as formas
complexas de produção escritas das grandes
civilizações.
As sociedades criam suas
manifestações literárias
(ficcionais, poéticas e
dramáticas) em
decorrência de suas
crenças, seus sentimentos
e suas normas, e assim
fortalecem a sua existência
e atuação na sociedade
A literatura tem
sido um
instrumento
poderoso de
instrução e
educação
Está presente nas diversas
manifestações da ficção, da
poesia e da ação dramática
Fornece a possibilidade de
vivermos dialeticamente os
problemas
Se manifesta universalmente
através do ser humano, e em todos
os tempos, tem função e papel
humanizador.
A literatura é “o sonho
acordado da civilização”
Tem importância equivalente às formas
evidentes de inculcamento intencional,
como a educação familiar, grupal ou
escolar.
A literatura tem
papel formador de
personalidade
Não corrompe e nem edifica,
mas humaniza ao trazer
livremente em si o que
denominamos de bem e de
mal.
“A literatura desenvolve em nós
a quota de humanidade na
medida em que nos torna mais
compreensivos e abertos à
natureza, à sociedade e ao
semelhante”.