Neutropenia: contagem de neutrófilos < 500 cél/microL ou <1.000 cél/microL com previsão para queda nas próximas 48 horas
Febre: temperatura oral > 38,3ºC (medida única) ou > 38ºC (por mais de 1 hora)
mesmo na ausência de febre alguns pacientes devem ser tratados como portadores de
neutropenia febril, pois outros sinais de deteriorização clínica podem sinalizar a existência de um
processo infeccioso.
Efeito colateral de esquemas terapêuticos de QT
Queda abrupta de neutrófilos circulantes (polimorfonucleares e bastões)
os neutrófilos são importantes na resposta imune primária com sua habilidade fagocítica e seu poder bactericida/fungicida
Essa mielotoxicidade não é o único fator que aumenta a chance de infecções. O desenvolvimento
de mucosite promove uma "quebra de barreira", permitindo com que microorganismos infectem
o corpo com mais facilidade
Etiologia
Mesmo sem a presença de sinais e sintomas associados a infecção,TODO neutropênico febril deve
ser tratado como se possuisse uma infecção grave potencialmente letal em curto espaço de tempo
Supõe-se a origem mais frequente para germes envolvidos na NF sejam do TGI
Anos 60-70: enterobacterias gram-negativas
Segundo ACL, de Clínica Médica, ainda predominam hoje em dia
Anos 80: bacterias gram-positivas
Hoje em dia: Staphylococcus coagulase-negativos
Aumento do nº de germes multiresistentes
Gram-negativos: ESBL (Klebsiela e E. coli)
Gram-positivos: MSRA (S. aureus resistente á meticiclina)
Pseudomonas sp, Streptococcus resistente á penicilina
Duração: quanto maior, mais chances de infecção fúngica - Candida, Aspergillus, Fusarium (pior prognóstico)
Avaliação inicial
Estratificação de risco
Clínica
Baixo risco
Sem nenhum dos sintomas de alto risco
Tratamento ambulatorial com antibióticos após observação hospitalar nas 6-24 hrs iniciais
Alto risco
1) Expectativa de neutropenia por >7 dias; 2) disfunções orgânicas crônicas (DPOC, IRC, cirrose hep.); 3) alterações agudas
da homeostase (instab. hemodinâmica, confusão mental, hipoxemia, IRA, insuf. hepática); 4)
sintomas gastrointestinais compatíveis com mucosite intensa (dor abd., diarréia, náuseas,
vômitos); 5) sinais de infecção em cateter venoso profundo
Internar e antibiótico IV
Escore MASCC
Pouco ou nenhum sintoma: 5 Ausência de hipotensão: 4 Ausência de DPOC: 4 Tumor sólido ou
hematológico sem história de infecção prévia: 4 Ausência de desidratação grave: 3 Sintomas
moderados: 3 Paciente ambulatorial: 3 Idade<60 anos 2 Sintomas graves:
<15: alto risco; 20-16: risco intermediário; >21: baixo risco
Avaliação clínica
História de colonização ou infecção prévia documentada por germes multiresistentes ou fungos, história de hospitalização recente, dor, eritema
Avaliação laboratorial
hemograma completo, hemocultura em 2 sets, ureia e creatinina, eletrólitos, aminotransferases e bilirrubinas. Rx de tórax e culturas específicas caso necessário
Tratamento
Baixo risco: ciprofloxacina + amoxicilina/clavulanato
Situações que modificam o esquema terapêutico
Caso passados alguns dias as hemoculturas se positivem, adequar ao resultado.
Se a vancomicina foi iniciada de maneira empírica e após nenhum Gram + foi isolado, descontinuar a mesma. mas manter antipseudomonas.
Baixo risco: caso a febre continue após 2 dias de tto, internar e tratar como se fossem alto risco
Alto risco: após 2-4 dias a febre permanece, mas o paciente está estável - não fazer nada, apenas se for
isolado germe específico ou a clínica mudar. Se instável - o espectro de cobertura deve ser estendido e
antifungico empírico instituído
Se a hemocultura não se positivar, manter esquema antipseudomonas até a contagem de neutrófilos >500 cél/microL e o paciente afebril por pelo menos 48 hrs