Método suscetível de ser aplicado a diversos problemas
etnológicos. Não se deve confundir estrutura social com
relações sociais, pois na verdade é a existência das relações
sociais que permite a construção dos modelos explicativos
em que se manifestam as estruturas da sociedade.
CARACTERÍSTICAS
1. Caráter Sistêmico: a modificação de um de
seus elementos afeta todos os outros
2. Caráter Grupal: um modelo deve
corresponder a um grupo de
transformações na sociedade, o que
quer dizer que não existe apenas uma
estrutura social, mas sim um grupo de
estruturas
3. Caráter de Previsibilidade: as propriedades de
uma estrutura devem permitir que se tenha
uma idéia de como ele reagirá caso se modifique
algum de seus elementos
4. Caráter Totalizante: um modelo explicativo
da sociedade deve ser construído de modo que
possa dar conta da explicação de todos os fatos
que possam ser observados nesta sociedade
num dado momento e numa determinada
conjuntura
MATÉRIA PRIMA
O princípio fundamental é que a noção de
estrutura social não remete à realidade
empírica, e sim aos modelos construídos a
partir dela. As relações sociais são a
matéria-prima empregada para a
construção de modelos de estrutura social
MÉTODO E ENSINO
OBSERVAÇÃO E EXPERIMENTAÇÃO
Para a elaboração de uma
estrutura social, há de sempre
distinguir esses dois níveis. A
observação dos fatos jamais deve
ser confundida com a
experimentação por intermédio
dos próprios modelos.
OBSERVAÇÃO
Neste nível, preocupa-se apenas em
observar e descrever os fatos e
também a relação deles com o
conjunto. Não se deve permitir que
pressupostos teóricos alterassem sua
natureza e importância, assim,
deve-se utilizar a neutralidade.
EXPERIMENTAÇÃO
É realizada através conjunto de
procedimentos capazes de permitir
saber como um dado modelo reage
a modificações, ou comparar uns
aos outros modelos de mesmo tipo
ou de tipos diferentes.
CONSCIENTE E INCONSCIENTE
CONSCIENTE
Os modelos conscientes, geralmente chamados de
“normas”, estão entre os mais pobres de todos, em
razão de sua função, que é perpetuar crenças e
costumes, em vez de expor os mecanismos destes.
Nesse caso, o etnólogo utiliza um modelo já
existente criado pela cultura, o que não a torna uma
estrutura, mas um bom caminho para chegar até
ela, apesar do risco da tendenciosidade.
INCONSCIENTE
Os modelos inconscientes são
na verdade fenômenos que a
sociedade não interpreta de
forma conscientemente. Assim
o etnólogo deverá construir um
modelo para explicar tais
fenômenos.
ESTRUTURA E MEDIDA
Muitas vezes se pensou que
com a noção de estrutura era
possível introduzir a medida
na etnologia, porém não
existe nenhuma conexão
necessária entre a noção de
medida e a de estrutura.
MODELOS MECÂNICOS E ESTATÍSTICOS
Um modelo cujos elementos constitutivos
estejam na escala dos fenômenos será
chamado de “modelo mecânico”, e
“modelo estatístico” será aquele cujos
elementos estão numa escala diferente.
MODELO ESTATÍSTICO
Estes modelos dependem de fatores mais gerais
que vão desde o tamanho do grupo até fluidez
social e quantidade de informação. Para se definir
um modelo no caso do nosso sistema matrimonial
atual, seria preciso determinar constantes, médias
e limiares
MODELO MECÂNICO
Usando como exemplo as leis do casamento
da sociedade primitiva, o modelo mecânico
seria a representação dessas leis em forma
que figuram os indivíduos em classes de
parentescos ou em clãs.
Há casos em que os dois modelos
coexistem, a depender do modo como são
agrupados uns aos outros ou a outros
fenômenos. Utilizando novamente o
exemplo do casamento, a união
registrada de primos cruzados utiliza de
ambos modelos. Torna-se necessário para
o etnólogo fazer um recorte do fenômeno
para que ele possa ser usado na visão
escolhida tendo em vista que um
fenômeno pode ser abordado dos dois
pontos de vista.