Imobilismo em
Movimento: do governo
Lula ao governo Dilma
Primeira Fase -
Governo Lula 2003 -
2005
Inicia-se a
recuperação do
valor do
salário-mínimo.
Torna-se natural
e constante sua
valorização.
Lula favorece as classes
privilegiadas ao mesmo
tempo que introduz
importantes mudanças
em favor dos mais
pobres.
Heranças do
governo FHC:
sobrevalorização
da moeda, taxas
de juros e
inflação
altíssimas, acima
do padrão
internacional
Referendo sobre o porte de
armas: caráter
antipemedebista. Após 2005,
com a consolidação da
aliança PT—PMDB, Lula não
apostou mais em consultas
populares.
Regressão política ao
nacional-desenvolvimentismo:
utilização da retórica
nacionalista e celebração da
“brasilidade”, slogans como
“Sou Brasileiro, não desisto
nunca.”, celebrações nacionais.
Logo esse processo foi
abandonado em favor da
construção do “país”, e não
mais da “nação”, com o slogan
“Brasil— um país de todos” se
sobressaindo a partir de 2002.
Foram mantidos alguns dos
itens da agenda de reforma
do governo anterior.
Manteve-se também a
política econômica
tipicamente neoliberal.
Ausência de
crises
econômicas
mundiais,
liquidação da
dívida com o
FMI. Apesar da
dívida externa
ter chego a
níveis
insignificantes, a
dívida interna
mantinha-se
alta devido às
taxas de juros
abusivas.
Governo Lula traz para o centro do debate
as desigualdades presentes no Brasil, como
raciais, econômicas, de gênero e de acesso às
universidades.
Segunda Fase -
Governo Lula
2005 - 2010
A partir da crise de 2008, a situação
estava propensa para que Lula
desmontasse o sistema político bipolar de
FHC. Não havia oposição forte e as
medidas anticrise foram bem sucedidas.
Lula introduz o
nome de Dilma
Rousseff como
"mãe do PAC" e
como a candidata
de sua escolha.
Crescimento
Econômico
acompanhado da
diminuição das
desigualdades
sociais. Renda das
famílias cresce
mais que o PIB
percapita devido a
aumentos reais do
salário mínimo.
Medidas para amenizar os impactos da crise econômica mundial: Aposta e incentivo do governo a
programas Sociais de impacto, como Bolsa Família e semelhantes, que estimulavam o consumo e
mantinham o mercado ativo, para que empresas não fossem levadas compulsoriamente à falência e não
houvesse grande aumento no desemprego.
As reformas na
previdência em 2003 e
a ampliação do
crédito se refletem
em taxas
imensuráveis de
popularidade do
presidente.
Aliança com o PMDB: A
partir do episódio do
mensalão, o governo passa a
construir bases para a
construção dessa aliança,
aderindo à ideologia da
governabilidade e buscando
a formação de uma
supermaioria parlamentar
que o preservasse de um
eventual processo de
impeachment.
Boom de Commodities: O
país cresce
economicamente de uma
forma que não se via há
muito tempo. Esse ciclo
inicia-se coma alta dos
preços dos bens primários
no mercado internacional.
Mensalão: o escândalo gerou uma
grande balanço nos cargos políticos,
porém a economia manteve-se
estável. O presidente procurou se
afastar o máximo da polêmica,
afirmando não saber do esquema
de corrupção.
É na Segunda Fase do
mandato de Lula que o
social-desenvolvimentismo
ganha forças, às custas da
normalização do
pemedebismo.
Judicialização: invasão do domínio do
Legislativo pelo Judiciário, especialmente
pelo STF e o Conselho Nacional de Justiça.
Constante disputa de espaço entre os
poderes. A partir do 2º mandato, há uma
diminuição das intervenções do Judiciário.
Plano econômico: atender às metas
de inflação e alcançar um
desenvolvimento médio de 4% pelo
menos. Pacto de manter o maior
crescimento possível com a inflação
sob controle.
Notícias do campo
econômico: Confirmação do
Brasil como Sede da Copa do
Mundo de 2014; Elevação do
Brasil a grau de investimento;
Descoberta das reservas de
petróleo da camada Pré-Sal
em 2007; Confirmação da
Jornada Mundial da Juventude
no Brasil em 2013; Anúncio
oficial da cidade do Rio de
Janeiro como sede dos Jogos
Olímpicos de 2016.
Sistema Monopolar:
Presença de oposição,
porém não oposição
que faça frente à
influência do PT.
Imagem e Propaganda
do governo Lula
João santana: responsável pela publicidade do
governo, dá a ele uma cara e uma imagem. São
feitas operações publicitárias espetaculares.
Franklin Martins: presente na Secretaria de
Comunicação, transformou a relação entre
governo e mídia, envolvendo a imprensa
regional, local, e emissoras de rádio de todo o
país. Apoio a blogs favorárveis ao governo e
publicidade online. Promoção de Lula como "Pai
dos Pobres"
Governo Dilma
A eleição de
Dilma
representou
a primeira
continuidade
afetiva no
poder em
ambiente
democrático
estável.
Inicia-se comoum governo de
transição, de ajuste, que visa
uma mudança estrutural do
aumento da taxa de
investimento.
Expectativas altas
de que a Copa do
Mundo, as
Olimpíadas e o
Pré-Sal sejam
alavancas para os
investimentos.
Sua eleição só foi possível graças à blindagem do
pemedebismo, que configurava uma falta de
oposição forte, e aos argumentos positivos do
governo Lula, como o crescimento econômico muito
visível, a diminuição das desigualdades, melhora dos
padrões de vida e popularidade muito alta.
Final de 2012:
juros abaixo de
2% ao ano, taxa
inédita na
história do país.
Conter gastos era impossível no início do
governo, visto que gigantescas obras de
infraestrutura fizeram-se necessárias, como os
estádios para a Copa do Mundo e Olimpíadas.
Nova política econômica:
o Banco Central inicia
uma reforma interna nas
metas de inflação, e a taxa
de juros deixou de ser
mecanismo exclusivo da
política minetária. Essas
correções do
funcionamento das metas
de inflação foram
duramente criticadas.
Não houve corte de investimentos nos programas
sociais do PT, como "'Minha Casa, Minha Vida", "Brasil
sem Miséria" e "Brasil Carinhoso", que inclusive
registraram expansão significativa.
Dilma passa a ser
reconhecida como
representante do
"povão".À
primeira vista,
Dilma não
negociava: ou
perdia, ou
ganhava.
Revoltas de Junho de 2013
A pauta não era mais a transição para a
democracia, mas sim o aprofundamento
dela. Puseram à mostra um modelo de
gerenciamento político e econômico
herdado do governo Lula.
Aprofundamento da Democracia:
construção de novas instituições,
formais e sociais, de representação e
participação política. Tal objetivo só se
faz possível com q quebra da lógica
pemedebista. Trazer para a discussão
novas vozes e novos atores, tornando
mais plural e mais denso o debate
público.
Coloracaram à mostra o esgotamento
do social-desenvolvimentismo da fase
"lulista".
Caráter de massa e nacional das
revoltas quebra a lógica de
blindagem pemedebista.
Ruiu um dos pilares da ideologia
pemedebistas: a certeza de que a
melhora das condições de vida é
suficiente para garantir apoio
político.
Primeiramente, garantir condições para que uma oposição possa sobrevivera e
garantir independência a autonomia na gestão de municípios e estados. Em segundo
ligar, formar um bloco no poder enxuto unido em torno de uma reforma
institucional. Deve-se avançar no sentido da polarização do sistema. Sem oposição,
não há debate real de alternativas.
Questionamento
não só da taxa de
aumento das
tarifas de
transporte
público, mas
também dos
gastos com
eventos como
Copa do Mundo
e Olimpíadas.
As manifestações buscavam a mudança no
sistema político e no modo de representação
política. Pretendiam reforçar a participação
pública na política, retraçando as fontreiras
entre sociedade e instituições formais.
Características: movimentos horizontais, recusa de lideranças e de
qualquer forma de subordinação, auto-organização da sociedade.
Espalhou-se pelo boca a oca e pelas redes sociais. Não se configurava
apenas como manifestações de massa, espalhando-se pelo país em
protestos menores, reinvidicações e passeatas.
Movimento em torno da Lei de Ficha
Limpa: primeiro a furar o bloqueio do
sistema político desde a Constituinte.
Brasil após mais de três décadas de redemocratização: Declínio do projeto
nacional-desenvolvimentista e ascensão do social-desenvolvimentismo, com
uma nova cultura política, chamada pelo autor de pemedebismo,
inerentemente conservadora. Blindagem do sistema político contra a
sociedade. Buscava-se menos desigualdade em troca de uma cultura política
de baixo valor democrático.