Concepção sociointeracionista de linguagem: percurso histórico e contribuições para um novo olhar sobre o texto
Descrição
Semana 1 Leitura e Produção de Textos (Semana 2) Mapa Mental sobre Concepção sociointeracionista de linguagem: percurso histórico e contribuições para um novo olhar sobre o texto, criado por Karina Ramos em 05-10-2021.
Concepção sociointeracionista de linguagem:
percurso histórico e contribuições para um
novo olhar sobre o texto
Existem diferentes formas de conceber a língua e linguagem no ensino-aprendizagem, de acordo com pressupostos
filosóficos, psicológicos, e pedagógicos.
3 principais concepções de linguagem
REPRESENTAÇÃO DE PENSAMENTO
Prevalece até a década de 60, ênfase na fala e no psiquismo
individual. Assume que uma fala organizada define um
pensamento organizado. A escola ensina a falar. Enfoque na
gramática normativa e presctiva, bem como problemas
ortográficos e questões gramaticais. Decodifica sem
possibilidade de interpretações, o contexto não importa.
As leis da criação lingüística são
essencialmente as leis da psicologia individual,
e da capacidade de o homem organizar de
maneira lógica seu pensamento dependerá a
exteriorização desse pensamento por meio de
uma linguagem articulada e organizada.
(TRAVAGLIA, 2001, p.21)
“o modo como o texto, que se usa em cada situação de interação comunicativa, está
constituído não depende em nada de para quem se fala, em que situação se fala
(onde, como, quando), para que se fala.” (TRAVAGLIA, 2001, p.22).
Subjetivismo idealista (Bakhtin), pois a língua se materializa
como atos individuais de fala considerados representações
do pensamento.,
Contestado pela Linguística Histórica e
gramática comparada, que defende que as
línguas se transformam com o tempo.
INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO
Ainda está presente em algumas práticas de ensino. Frequente nas
décadas 70 e 80. Já considera a língua como algo social, mas também
a define como um sistema fechado de regras e convenções. Prioriza
gramática normativa e descritiva e a criação e repetição de modelos
de construções linguísticas.
Objetivismo abstrato (Bakhtin), pois é uma
oposição ao momento anterior.
“cada enunciação, cada ato
de criação individual é único
e não reiterável.” (BAKHTIN,
2004, p.79).
Conhecida como "escola estruturalista" por
adeptos da teoria saussuriana, por ser a
linguagem aqui um código de estrutura concreta
passível de análise interna.
A escola estruturalista (assim como ficou chamada para os
estudiosos e seguidores de Saussure) investigava “fatos
linguísticos com base na idéia fundamental de que a língua é
sistema e de que cada elemento desse sistema possui um valor
especial, compreendido, principalmente, por suas oposições em
relação a outros elementos” (SUASSUNA, 1995, p. 69).
Influenciada pelo linguista Ferdinand Saussure. Encontra
dicotomia entre escrita e fala. Considera que a fala não é de
interesse da linguagem por ser algo individual. Por outro
lado, a língua seria um conjunto de signos exteriores aos
indivíduos. "A língua é um sistema de valores depositado
como produto social na mente de cada falante."
a língua não se confunde com a linguagem; é
somente uma parte essencial dela,
indubitavelmente. É ao mesmo tempo um
produto social da faculdade da linguagem e um
conjunto de convenções necessárias, adotadas
pelo corpo social para permitir o exercício dessa
faculdade nos indivíduos. (SAUSSURE, 1995, p.17)
De dentro do Estruturalismo surge o Funcionalismo.
Busca compreender a natureza das estruturas linguísticas
relacionadas ao seu uso. "Linguagem deve ser aquela que se devolve
diferentes funções (Jakobson). Criticada por limita a língua e a separa
do contexto social do homem.
FORMA DE INTERAÇÃO
Início dos anos 80. Gramática contextualizada, o sentido é
polissêmico e varia com o contexto. Baseada em abordagem
dialética, fruto de interação social e comunicação. É coletiva. É
ela que possibilita um contato com o mundo, que constitui o
homem através de sua função social e comunicativa (Vygotsky)
Bakhtin propõe um olhar dialógico sobre
esta concepção e dá início a chamada
"Linguística da Enunciação", que
considera que a língua é um trabalho
coletivo e histórico porque reflete as
relações sociais dos falantes.
Para Bakhtin (2004), a
linguagem é um ato social que
se realiza e se modifica nas
relações sociais e é, ao mesmo
tempo, meio para a interação
humana e resultado dessa
interação, já que seus
sentidos não podem ser
desvinculados do contexto de
produção. A linguagem é,
portanto, de natureza
socioideológica e tudo “que é
ideológico possui um
significado e remete a algo
situado fora de si mesmo”
(BAKHTIN, 2004, p.31 - grifo do
autor)