Devido à grande extensão territorial e à condição de chuvas
abundantes na maior parte do seu território, existem no Brasil
diversas bacias hidrográficas de grande importância em relação à
extensão e ao volume de água drenada. A existência de cadeias
serranas nas proximidades do litoral, que funcionam como
divisores de água, favorece a existência de bacias com rios de
pequena extensão, ao menos para os padrões brasileiros, que se
deslocam principalmente de oeste a leste. Embora essas bacias não
sejam extensas, muitas delas drenam regiões de destacada
densidade demográfica. A densidade demográfica existente na
região drenada pelos rios dessa bacia é seis vezes maior que a
média brasileira.
A bacia hidrográfica Amazônica, representada no mapa acima,
abrange cerca de 40% do território brasileiro e possui mais de 60%
de toda a disponibilidade hídrica do país. . As primeiras nascentes
da bacia estão localizadas nas elevadas altitudes dos Andes
peruanos, embora águas oriundas do norte e do sul se juntem para
formar o mais caudaloso dos rios do mundo, e recebe esse nome
quando passa por Manaus, no encontro de dois dos seus mais
famosos afluentes: o rio Negro e o rio Solimões. Nesse encontro, as
águas escuras do rio Negro estão associadas à elevada dissolução
de ácido húmico, originado da decomposição da biomassa da
floresta. Já a condição barrenta do Solimões indica uma alta
capacidade de transportar sedimentos erodidos ao montante. O
Amazonas é um rio de planície, caracterizado por apresentar um
canal fluvial com diversos trechos meandrantes, os seus afluentes,
em especial os da margem direita, têm as nascentes em áreas
planálticas, mais elevadas, dando a eles alto potencia.
A foz ou a desembocadura do rio Amazonas no Atlântico é do
tipo mista, apresentando tanto a foz do tipo estuário quanto a
foz em delta. Mesmo com a grande deposição de sedimentos nas
proximidades da foz, a força do rio se mantém e, em alguns
períodos do ano, ele é capaz de avançar centenas de quilômetros
pelo oceano, criando uma enorme região de águas turvas no
oceano Atlântico. As atividades antrópicas têm gerado pressão
ambiental sobre os rios que compõem a bacia hidrográfica
amazônica.
A bacia hidrográfica do rio São Francisco representa 7,5% do
território brasileiro e abrange seis estados: Minas Gerais,
Bahia, Pernambuco, Goiás, Alagoas e Sergipe, além do
Distrito Federal. A sua nascente na serra da Canastra, em
Minas Gerais, até a sua foz, nos limites estaduais de Sergipe e
Alagoas, ele é conhecido como o rio da integração nacional,
já que está totalmente dentro do território nacional, cruza
vários estados e conecta diferentes regiões do país. O volume
abundante de água no curso superior do rio lhe confere a
capacidade de suportar a alta taxa de evaporação das regiões
semiáridas que cruza e de chegar ao oceano Atlântico com
elevado volume de água. O rio tem uma importância alta
para o Nordeste, sobretudo porque ele representa cerca de
dois terços da água doce disponível na região.
A bacia hidrográfica do São Francisco é uma das mais afetadas
pela ação antrópica, de modo que o rio se encontra bastante
degradado. Os usos múltiplos dados aos corpos de água e o
desenvolvimento de atividades econômicas de maneira
predatória têm provocado, entre outros problemas, a redução
da vazão do rio. Esse fator causou a perda parcial da
navegabilidade. A falta de saneamento básico adequado faz
com que o esgoto doméstico e industrial afete negativamente a
qualidade da água. Nessa região, ocorre intensa atividade
mineradora, o que potencializa degradações extremas, como a
que ocorreu em 2019 em Brumadinho.
A região do Médio São Francisco está se tornando cada vez mais
relevante na produção nacional de frutas e de soja. A geração de
energia hidrelétrica nessa porção da bacia ocorre nas usinas de
Paulo Afonso e Sobradinho, importantes para a economia do
Nordeste. Nos últimos anos, estão sendo construídos dois
grandes canais nessa região para transpor a água do São
Francisco para diversas bacias hidrográficas menores, outra
crítica recorrente refere-se ao custo das obras, já que, com o
valor aplicado, seria possível expandir outros projetos mais
eficientes de combate à seca no semiárido nordestino, como a
construção de cisternas, que captam água das chuvas. No Baixo
São Francisco, o principal problema é a regularização do fluxo
de água. Em decorrência das inúmeras alterações feitas à
montante da bacia, o rio vem perdendo força, o que reduz a sua
condição de levar os sedimentos até o oceano, ocasionando um
processo de assoreamento