CAPÍTULO II - O PÓLO EPISTEMOLÓGICO DAS METODOLOGIAS
QUALITATIVAS
2. QUESTÕES DE CRITÉRIOS
2.1. A OBJECTIVIDADE
2.2. VALIDADE E VALIDAÇÃO
2.3. A FIDELIDADE
2.4. CRITÉRIOS DE ORDEM SOCIAL
Maneiras de estabelecer e manter
uma relação de confiança com os
indivíduos durante a investigação
A clareza
O envolvimento
A confidencialidade
A neutralidade de juízos
A validade vai também depender da colaboração e da relação de confiança estabelecida
entre investigador e indivíduos, particularmente com os informadores-chave.
TIPOS
Fidelidade sincrónica: refere-se à similitude das
observações processadas num mesmo período de tempo.
Fidelidade Diacrônica: reporta-se a estabilidade de uma observação
no tempo. É dificilmente aplicável em ciências humanas.
Baseia-se essencialmente na explicitação dos procedimentos de observação. As notas
tomadas no trabalho de campo constituem um instrumento útil de verificação da fidelidade.
Não incide sobre os dados, mas sobre as
técnicas e instrumentos.
Os meios de reforçar a validade de uma investigação
4-Documentação dos procedimentos
3-Triangulação
das inferências ou
conclusões entre
investigador e
indivíduo observado
vários
investigadores
das técnicas
2-Duração prolongada da estadia no meio
1-Interação entre o investigador e o grupo-indivíduos
As manifestações de ausência da Validade
Insuficiência de análise de casos divergentes ou contraditórios
Ausência de pesquisa de dados divergentes ou contraditórios
Interpretação errônea
Diversidade insuficiente de provas
Quantidade insuficiente de provas
está ligado também ao processo de codificação/seleção da informação.
é este código, e não os dados, que será posteriormente analisado e tratado.
O investigador procura que os seus dados correspondam estritamente
àquilo que pretendem representar, de um modo verdadeiro e
autêntico.
validade teórica
validade instrumental
validade aparente
Refere-se a uma causalidade externa, ligada
á própria natureza e a uma verdade do
mundo ainda por desvendar.
Kirk e Miller (1986, 0. 13) consideram a objetividade de
uma investigção qualitativa em função da fidelidade e da
validade das suas observações.
Miles e Huberman (1984)
preocupam-se com três aspectos na
investigação qualitativa
a explicitação da operacionalização dos
critérios nos relatórios da investigação, isto é, a
documentação sistemática dos procedimentos
utilizados pelo investigador.
a operacionalização desses
critérios no processo de
investigação através de
procedimentos específicos.
a clarificação dos critérios utilizados.
A formulação dos critérios
corresponde à explicação de um
conjunto de regras metodológicas
1. QUESTÕES DE PARADIGMAS E DE LINGUAGENS
1.3. DO PARADIGMA ÀS LINGUAGENS
HISTORIAL E LINGUAGENS DAS
METODOLOGIAS
Fontes metodológicas da investigação
nas ciências da educação
Erickson utiliza a denominação paradigma interpretativo.
Outros autores dão preferência à expressão "paradigma
compreensivo".
1.2. OS PARADIGMAS POSITIVISTA
E INTERPRETATIVO
INTERPRETATIVO
Campos de interesse
no campo da educação
A natureza (e o conteúdo) do docente e
do discente como componentes
intrínsecos do processo educativo
A natureza do ensino
a natureza da sala de aula
Baseia-se num
postulado dualista
O trabalho do investigador centra-se na
variabilidade das relações
comportamento/significado e visa a
descoberta de esquemas específicos da
identidade social de um dado grupo.
O objeto da investigação social
interpretativa é a ação e não o
comportamento.
POSITIVISTA
Nomotética
O sinal de um conhecimento verdadeiro é a
sua capacidade de predizer acontecimentos
que pertencem à esfera da pertinência das
leis que ele estabeleceu.
A observação exterior, o teste empírico
objetivo, é o único guia das teorias científicas.
O mundo social é inacessível na sua
essência; só o mundo dos factos é
cientificamente analisável.
1.1. QUALITATIVO-QUANTITATIVO:
DICOTOMIA OU CONTINUUM
Miles e Huberman (1984, p. 20)
defendem igualmente a tese de um
continuum metodológico entre
qualitativo e quantitativo e não uma
dicotomia.
Enquanto vários autores consideram
infundadas as pretensões de
complementaridade entre abordagens
quantitativas e interpretativas, na
prática, são poucos que não recorrem
à combinação das duas.