Textos dramáticos são aqueles em que a "voz
narrativa" está entregue às personagens, que
contam a história por meio de diálogos e
monólogos.
No gênero dramático os textos são
feitos para ser representados,
dramatizados.
Origens do gênero dramático
Em diversas sociedades
primitivas era comum a
realização de danças
ritualísticas. Como os
participantes
representavam diferentes
papéis, há quem
reconheça nessa atividade
o germe da encenação
teatral que define o gênero
dramático.
No início, havia apenas um coro
que entoava os hinos, chamados
ditirambos, narrando trechos da vida
de Dionísio.
Depois, esse coro foi
dividido em perguntas e
respostas coordenadas
por um corifeu (o
regente do coro).
Mais tarde, surgiu o
hypokrités, o ator
protagonista,
simbolizado por
Tépsis, um poeta
grego. Nascia,
assim, a tragédia.
A representação do ator protagonista provocava
sentimentos no coro, que, nesse momento,
transformava-se em plateia, porque avaliava o
comportamento do protagonista. Cantando, o coro
respondia a ele, para concordar ou discordar de suas
ações.
Essa explicação para a origem do gênero dramático destaca dois
elementos que, até hoje, são essenciais para esse tipo de texto: a
importância do público e a possibilidade de desencadear emoções por
meio da representação.
O gênero dramático na Grécia Antiga
O gênero dramático na Grécia Antiga,
desenvolve-se por meio de duas modalidades:
a tragédia e a comédia.
Tragédia
Transgressão da ordem
social ou familiar.
Personagens nobres (deuses,
semideuses ou membros da aristocracia)
movidas pelas paixões.
Temas sérios.
A tragédia pode ser definida como uma peça teatral na
qual figuram personagens nobres e que procura, por
meio da ação dramática , levar a plateia a um estado de
grande tensão. Geralmente, as peças trágicas terminam
com um acontecimento funesto.
Comédia
Aborda fatos do cotidiano.
Temas alegres, leves.
Personagens humanos, reais.
Quando Esparta derrotou Atenas na Guerra do
Peloponeso, a democracia chegou ao fim,
comprometendo a liberdade de expressão dos autores
de textos cômicos. As comédias, então, abandonaram
a crítica política e passaram a satirizar
comportamentos e costumes das pessoas comuns.
O gênero dramático na Idade Média
Devido à forte influência da religião católica, as peças
de teatro medieval passaram a enfocar cenas bíblicas
e episódios da vida de santos. Duas modalidades
dramáticas tornaram-se bastante populares nesse
período: o auto e a farsa.
O auto era uma peça curta, em geral de cunho
religioso. As personagens representavam conceitos
abstratos, como a bondade, a virtude, a hipocrisia, o
pecado, a gula, a luxúria. Isso fazia com que os
autos tivessem um conteúdo fortemente simbólico e,
muitas vezes, moralizante.
A farsa era também uma pequena peça, só que seu
conteúdo envolvia situações ridículas ou grotescas. Tinha
como objetivo a crítica aos costumes.
As limitações dos gêneros literários
Os textos apresentados, neste capítulo e no anterior, ilustram bem a
definição dos gêneros épico, lírico e dramático, por apresentarem
características típicas dos gêneros que representam. Mas será que
todos os textos literários já escritos "cabem" em um desse três
gêneros?
Alguns textos, como o de Choderlos de Laclos
costumam ser definidos como narrativa
epistolar, ou seja, uma narrativa feita por meio
de cartas.O estudo dos gêneros permite
perceber melhor como os diferentes agentes
do discurso participam da construção do texto.
Quando tratamos da evolução do gênero épico
para o narrativo, vimos como alterações
significativas do contexto desencadearam
transformações na própria estrutura dos textos
literários.
Ao
estudarmos o
gênero
dramático,
constatamos
que a criação
dos textos é
influenciada,
entre outros
fatores, pelo
perfil de
público que o
dramaturgo
pretende
atingir e pelo
tipo de reação
que pretende
desencadear
em sua
plateia.