Decreto nº6.703 18/12/2008 - Aprova a Estratégia de Defesa e dá outras providências
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Marinha Língua Portuguesa Mapa Mental sobre Decreto nº6.703 18/12/2008 - Aprova a Estratégia de Defesa e dá outras providências, criado por a.nelise em 06-04-2016.
Decreto nº6.703 18/12/2008 - Aprova
a Estratégia de Defesa e dá outras
providências
Estratégia Nacional de
Defesa e Estratégia
Nacional de
Desenvolvimento
1. Ambas são
inseparáveis, se
motivam, fornece
escudo, despertam
nacionalidade e
contrói-se a nação.
2.difícil e necessário-em um país
que pacifico que necessita se
defender para construir-se. não
basta argumentos proveitosos ou
indispensáveis para que
invoquem as utilidades das
tecnologias e dos conhecimentos
da defesa para o desenvolvimento
do País, exigem também uma
transformação de conciência para
se constituir as estrategias de
defesa
3. difícil e necessário - as forças
manterem em meio a paz, o impulso de
se prepararem para o combate e de
cultivarem o hábito da transformação.
trata não apenas de equipamentos,
trata-se de transformá-las para melhor
nos defender.
4. projeto forte de defesa =
projeto forte de
desenvolvimento
Princípios: a) Independência nacional,
efetivada pela mobilização de recursos
físicos, econômicos e humanos, para o
investimento no potencial produtivo do
País. Aproveitar a poupança estrangeira,
sem dela depender;
b) Independência nacional, alcançada
pela capacitação tecnológica autônoma,
inclusive nos estratégicos setores
espacial, cibernético e nuclear. Não é
independente quem não tem o domínio
das tecnologias sensíveis, tanto para a
defesa como para o desenvolvimento
c) Independência nacional, assegurada
pela democratização de oportunidades
educativas e econômicas e pelas
oportunidades para ampliar a
participação popular nos processos
decisórios da vida política e econômica
do País. O Brasil não será independente
enquanto faltar para parcela do seu povo
condições para aprender, trabalhar e
produzir.
Natureza e âmbito da
Estratégia Nacional de
Defesa
1.A Estratégia Nacional de Defesa é o
vínculo entre o conceito e a política de
independência nacional, de um lado, e as
Forças Armadas para resguardar essa
independência, de outro. Trata de questões
políticas e institucionais decisivas para a
defesa do País, como os objetivos da sua
“grande estratégia” e os meios para fazer
com que a Nação participe da defesa.
Aborda, também, problemas propriamente
militares, derivados da influência dessa
“grande estratégia” na orientação e nas
práticas operacionais das três Forças. A
Estratégia Nacional de Defesa será
complementada por planos para a paz e
para a guerra, concebidos para fazer frente
a diferentes hipóteses de emprego.
2.A Estratégia Nacional de
Defesa organizase em
torno de três eixos
estruturantes.
1º eixo - Orienta
como as Forças
devem-se
organizar e
orientar para
melhor
desempenho na
paz e na guerra.
2º eixo - reorganização da industria nacional de
material de defesa, para assegurar que a
manutenção seja de domínio nacinal
3º eixo - sobre a composição dos
efetivos das forças e sobre o futuro do
serviço militar obrigatório.
Diretrizes da Estratégia
Nacional de Defesa
1.Dissuadir a concentração
de forças hostis nas
fronteiras terrestres, nos
limites das águas
jurisdicionais brasileiras, e
impedir lhes o uso do
espaço aéreo nacional.
Anotações:
Para dissuadir, é preciso estar preparado para combater. A tecnologia, por mais avançada que seja, jamais será
alternativa ao combate. Será sempre instrumento do combate.
dissuadir = convencer alguém ou a si mesmo de mudar de ideia.
2.Organizar as Forças
Armadas sob a égide do
trinômio
monitoramento/controle,
mobilidade e presença.
3.Desenvolver as capacidades
de monitorar e controlar o
espaço aéreo, o território e as
águas jurisdicionais brasileiras.
Tal desenvolvimento dar se á a
partir da utilização de
tecnologias de monitoramento
terrestre, marítimo, aéreo e
espacial que estejam sob inteiro
e incondicional domínio
nacional.
4.Desenvolver, lastreado
na capacidade de
monitorar/controlar, a
capacidade de responder
prontamente a qualquer
ameaça ou agressão: a
mobilidade estratégica.
5.Aprofundar o vínculo
entre os aspectos
tecnológicos e os
operacionais da
mobilidade, sob a disciplina
de objetivos bem definidos.
6.Fortalecer três
setores de
importância
estratégica: o
espacial, o
cibernético e o
nuclear.
Anotações:
O Brasil tem compromisso decorrente
da Constituição Federal e da adesão ao Tratado de Não Proliferação de
Armas Nucleares com
o uso estritamente pacífico da energia nuclear. Entretanto, afirma a necessidade estratégica
de desenvolver e dominar a tecnologia nuclear. O Brasil precisa garantir o equilíbrio e a versatilidade da sua matriz
energética e avançar em áreas, tais como as de agricultura e saúde, que podem se beneficiar da tecnologia de energia
nuclear. E levar a cabo, entre outras iniciativas que exigem independência tecnológica em matéria de energia nuclear,
o projeto do submarino de propulsão nuclear.
7.Unificar as
operações das três
Forças, muito além
dos limites impostos
pelos protocolos de
exercícios conjuntos.
8.Reposicionar os
efetivos das três
Forças. As principais
unidades do Exército
estacionam
Anotações:
Sem desconsiderar a necessidade de defender as maiores concentrações demográficas e os maiores centros
industriais do País, a Marinha deverá estar mais presente na região da foz do Amazonas e nas grandes bacias fluviais
do Amazonas e do ParaguaiParaná.
O Exército deverá posicionar suas reservas estratégicas no centro do País, de
onde poderão se deslocar em qualquer direção. Deverá também o Exército agrupar suas reservas regionais nas
respectivas áreas, para possibilitar a resposta imediata na crise ou no conflito armado.
9.Adensar a presença
de unidades do
Exército, da Marinha e
da Força Aérea nas
fronteiras.
10.Priorizar a região amazônica.
A Amazônia representa um dos
focos de maior interesse para a
defesa. A defesa da Amazônia
exige avanço de projeto de
desenvolvimento sustentável e
passa pelo trinômio
monitoramento/controle,
mobilidade e presença.
Anotações:
O Brasil será vigilante na reafirmação incondicional de sua soberania sobre a Amazônia brasileira. Repudiará,
pela prática de atos de desenvolvimento e de defesa, qualquer tentativa de tutela sobre as suas decisões a respeito de
preservação, de desenvolvimento e de defesa da Amazônia. Não permitirá que organizações ou indivíduos sirvam de
instrumentos para interesses estrangeiros políticos
ou econômicos que
queiram enfraquecer a soberania brasileira.
Quem cuida da Amazônia brasileira, a serviço da humanidade e de si mesmo, é o Brasil.
15.Rever, a partir de uma política
de otimização do emprego de
recursos humanos, a
composição dos efetivos das três
Forças, de modo a
dimensioná-las para atender
adequadamente ao disposto na
Estratégia Nacional de Defesa.
14.Promover a reunião, nos militares
brasileiros, dos atributos e predicados
exigidos pelo conceito de flexibilidade.
16. Estruturar o potencial
estratégico em torno de
capacidades.
11.Desenvolver, para fortalecer a
mobilidade, a capacidade logística,
sobretudo na região amazônica.
13.Desenvolver, para atender aos requisitos
de monitoramento/controle, mobilidade e
presença, o repertório de práticas e de
capacitações operacionais dos combatentes.
12.Desenvolver, para atender
aos requisitos de
monitoramento/controle,
mobilidade e presença, o
conceito de flexibilidade no
combate.
17.Preparar efetivos para o cumprimento de
missões de garantia da lei e da ordem, nos
termos da Constituição Federal.
23.Manter o Serviço
Militar Obrigatório.
20.Ampliar a
capacidade de atender
aos compromissos
internacionais de
busca e salvamento.
19.Preparar as Forças Armadas
para desempenharem
responsabilidades crescentes
em operações de manutenção
da paz.
18.Estimular a
integração da América
do Sul.
22.Capacitar a indústria nacional
de material de defesa para que
conquiste autonomia em
tecnologias indispensáveis à
defesa.
21.Desenvolver o potencial
de mobilização militar e
nacional para assegurar a
capacidade dissuasória e
operacional das Forças
Armadas.
A Marinha do Brasil: a
hierarquia dos objetivos
estratégicos e táticos
1.Na maneira de conceber a relação entre as tarefas
estratégicas de negação do uso do mar, de controle de
áreas marítimas e de projeção de poder, a Marinha do
Brasil se pautará por um desenvolvimento desigual e
conjunto. Se aceitasse dar peso igual a todos os três
objetivos, seria grande o risco de ser medíocre em
todos eles. Embora todos mereçam ser cultivados, o
serão em determinadas ordem e sequência.
A prioridade é assegurar os meios para negar o uso do mar a qualquer concentração de forças
inimigas que se aproxime do Brasil por via marítima. A negação do uso do mar ao inimigo é a que
organiza, antes de atendidos quaisquer outros objetivos estratégicos, a estratégia de defesa
marítima do Brasil. Essa prioridade tem implicações para a reconfiguração das forças navais. Ao
garantir seu poder para negar o uso do mar ao inimigo, precisa o Brasil manter a capacidade focada
de projeção de poder e criar condições para controlar, no grau necessário à defesa e dentro dos
limites do direito internacional, as áreas marítimas e águas interiores de importância
políticoestratégica, econômica e militar, e também as suas linhas de comunicação marítimas. A
despeito desta consideração, a projeção de poder se subordina, hierarquicamente, à negação do uso
do mar.
A negação do uso do mar, o controle de áreas marítimas e a projeção de poder devem ter por foco,
sem hierarquização de objetivos e de acordo com as circunstâncias: (a) defesa próativa das
plataformas petrolíferas; (b) defesa próativa das instalações navais e portuárias, dos arquipélagos e
das ilhas oceânicas nas águas jurisdicionais brasileiras; (c) prontidão para responder a qualquer
ameaça, por Estado ou por forças nãoconvencionais ou criminosas, às vias marítimas de comércio;
(d) capacidade de participar de operações internacionais de paz, fora do território e das águas
jurisdicionais brasileiras, sob a égide das Nações Unidas ou de organismos multilaterais da região; A
construção de meios para exercer o controle de áreas marítimas terá como focos as áreas
estratégicas de acesso marítimo ao Brasil. Duas áreas do litoral continuarão a merecer atenção
especial, do ponto de vista da necessidade de controlar o acesso marítimo ao Brasil: a faixa que vai
de Santos a Vitória e a área em to
2.A doutrina do desenvolvimento desigual e
conjunto tem implicações para a reconfiguração
das forças navais. A implicação mais importante
é que a Marinha se reconstruirá, por etapas,
como uma arma balanceada entre o componente
submarino, o componente de superfície e o
componente aeroespacial.
3.Para assegurar o objetivo de negação do uso do mar, o Brasil contará com
força naval submarina de envergadura, composta de submarinos
convencionais e de submarinos de propulsão nuclear. O Brasil manterá e
desenvolverá sua capacidade de projetar e de fabricar tanto submarinos de
propulsão convencional como de propulsão nuclear. Acelerará os
investimentos e as parcerias necessários para executar o projeto do
submarino de propulsão nuclear. Armará os submarinos, convencionais e
nucleares, com mísseis e desenvolverá capacitações para projetálos e
fabricálos. Cuidará de ganhar autonomia nas tecnologias cibernéticas que
guiem os submarinos e seus sistemas de armas e que lhes possibilitem atuar
em rede com as outras forças navais, terrestres e aéreas.
4.Para assegurar sua capacidade de projeção de poder, a Marinha possuirá,
ainda, meios de Fuzileiros Navais, em permanente condição de pronto
emprego. A existência de tais meios é também essencial para a defesa das
instalações navais e portuárias, dos arquipélagos e ilhas oceânicas nas
águas jurisdicionais brasileiras, para atuar em operações internacionais de
paz, em operações humanitárias, em qualquer lugar do mundo. Nas vias
fluviais, serão fundamentais para assegurar o controle das margens
durante as operações ribeirinhas. O Corpo de Fuzileiros Navais
consolidar-se á como a força de caráter expedicionário por excelência.
5.A força naval de superfície contará tanto com navios de grande porte, capazes
de operar e de permanecer por longo tempo em alto mar, como de navios de
porte menor, dedicados a patrulhar o litoral e os principais rios navegáveis
brasileiros. Requisito para a manutenção de tal esquadra será a capacidade da
Força Aérea de trabalhar em conjunto com a Aviação Naval para garantir
superioridade aérea local em caso de conflito armado. Entre os navios de alto
mar, a Marinha dedicará especial atenção ao projeto e à fabricação de navios de
propósitos múltiplos que possam, também, servir como navios aeródromos.
Serão preferidos aos navios aeródromos convencionais e de dedicação
exclusiva.
Anotações:
A Marinha contará, também, com embarcações de combate, de transporte e de patrulha, oceânicas, litorâneas e
fluviais. Serão concebidas e fabricadas de acordo com a mesma preocupação de versatilidade funcional que orientará
a construção das belonaves de alto mar. A Marinha adensará sua presença nas vias navegáveis das duas grandes
bacias fluviais, a do Amazonas e a do ParaguaiParaná,
empregando tanto naviospatrulha
como naviostransporte,
ambos guarnecidos por helicópteros, adaptados ao regime das águas.
A presença da Marinha nas bacias fluviais será facilitada pela dedicação do País à inauguração de um
paradigma multimodal de transporte. Esse paradigma contemplará a construção das hidrovias do ParanáTietê,
do
Madeira, do TocantinsAraguaia
e do TapajósTeles
Pires. As barragens serão, quando possível, providas de eclusas,
de modo a assegurar franca navegabilidade às hidrovias.
6.O monitoramento da
superfície do mar a partir do
espaço deverá integrar o
repertório de práticas e
capacitações operacionais da
Marinha. A partir dele as
forças navais, submarinas e
de superfície terão
fortalecidas suas capacidades
de atuar em rede com as
forças terrestre e aérea.
7.A constituição de uma força e de uma estratégia navais que
integrem os componentes submarino, de superfície e aéreo,
permitirá realçar a flexibilidade com que se resguarda o
objetivo prioritário da estratégia de segurança marítima: a
dissuasão com a negação do uso do mar ao inimigo que se
aproxime, por meio do mar, do Brasil. Em amplo espectro de
circunstâncias de combate, sobretudo quando a força inimiga
for muito mais poderosa, a força de superfície será concebida e
operada como reserva tática ou estratégica. Preferencialmente
e sempre que a situação tática permitir, a força de superfície
será engajada no conflito depois do emprego inicial da força
submarina, que atuará de maneira coordenada com os veículos
espaciais (para efeito de monitoramento) e com meios aéreos
(para efeito de fogo focado).
Anotações:
Esse desdobramento do combate em etapas sucessivas, sob a responsabilidade de contingentes distintos,
permitirá, na guerra naval, a agilização da alternância entre a concentração e a desconcentração de forças e o
aprofundamento da flexibilidade a serviço da surpresa.
8.Um dos elos entre a etapa preliminar do embate, sob a
responsabilidade da força submarina e de suas contrapartes
espacial e aérea, e a etapa subseqüente, conduzida com o pleno
engajamento da força naval de superfície, será a Aviação Naval,
embarcada em navios. A Marinha trabalhará com a indústria
nacional de material de defesa para desenvolver um avião
versátil, de defesa e ataque, que maximize o potencial aéreo
defensivo e ofensivo da Força Naval.
9.A Marinha iniciará os estudos e preparativos para
estabelecer, em lugar próprio, o mais próximo
possível da foz do rio Amazonas, uma base naval de
uso múltiplo, comparável, na abrangência e na
densidade de seus meios, à Base Naval do Rio de
Janeiro.
10.A Marinha acelerará o trabalho de instalação de
suas bases de submarinos, convencionais e de
propulsão nuclear.