Panleucopenia Felina

Descrição

Residência Médica medicina felina Mapa Mental sobre Panleucopenia Felina, criado por Nanci Pereira em 22-01-2017.
Nanci Pereira
Mapa Mental por Nanci Pereira, atualizado more than 1 year ago
Nanci Pereira
Criado por Nanci Pereira quase 8 anos atrás
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Resumo de Recurso

Panleucopenia Felina
  1. Agente etiologico
    1. Parvoviírus felino (PVF)
      1. Vírus da panleucopenia felina (FPV)
      2. Similaridade genética com o parvovírus canino tipo 2 (CPV-2)
        1. Variantes antigênicas capazes de infectar gatos CPV-2a, CPV-2b e CPV-2c
        2. Vírus não envelopado
          1. Resistente até 1 ano em temperatura ambiente e materiais orgânicos ou fômites sólidos
            1. Inativado apenas com hipoclorito de sódio a 6%, formaldeído a 4% e glutaraldeído a 1% em 10 min. à temperatura ambiente.
        3. epidemiologia
          1. As cepas de CPV-2 capazes de infectar cães e gatos também propiciam proteção cruzada aos felinos.
            1. O vírus é eliminado por todas as secreções corpóreas durante a fase aguda da infecção, mas a principal via de transmissão é a fecal-oral
              1. Após a fase de recuperação, os gatos podem eliminar o vírus por até 6 semanas.
              2. A transmissão indireta como ocorrer por meio de fômites, Alguns insetos (pulgas e mosquitos hematófagos) nas estações mais quentes do ano.
                1. A transmissão transplacentária também é possível, com a infecção dos fetos ou dos neonatos.
                  1. Tendência a sazonalidade, com maior número de casos no final do verão e início do outono, coincidindo com o aumento de filhotes na fase de declínio de anticorpos maternos.
                    1. Acomete predominantemente gatos jovens de 2 a 4 meses, porém gatos de qualquer idade, mas nestes a infecção é branda ou assintomática .
                      1. A taxa de mortalidade por infecção pelo FPV é alta: estima-se que em quadros agudos varie de 25 a 90%, enquanto nos casos hiperagudos pode ser de até 100%.
                      2. Patogenia
                        1. A replicação ocorre apenas no núcleo das células em divisão, durante a fase S da mitose celular.
                          1. Após a infecção oral ou intranasal, o vírus inicialmente se replica em mucosa e tecido linfoide da orofaringe.
                            1. A viremia se dá entre o segundo e sétimo dias, e as alterações patológicas são inicialmente observadas nos tecidos de maior proliferação celular, como intestino, medula óssea e linfonodos.
                              1. No intestino delgado, as células epiteliais que compõem as criptas de Lieberkuhn são os pontos alvos da replicação viral. A porção proximal do jejuno e terminal do íleo são as que apresentam lesão mais extensas.
                                1. As lesões são exacerbadas pela presença da microbiota residente , contribuindo para o aumento da taxa de proliferação dos enterócitos e multiplicação viral.
                                2. A linfocitólise, depleção das linhagens de células megacariocíticas, mielóides e eritróides da medula óssea e o aumento do consumo dos leucócitos circulantes, resultam em panleucopenia em diferentes graus.
                                  1. A imunossupressão predispõe às infecções bacterianas secundárias agravando o quadro clínico. A síndrome panleucopenia-símile atribuída unicamente ao vírus da leucemia felina (FeLV) pode ser provocada por coinfecção entre o FeLV e o FPV.
                                    1. O vírus também pode se replicar no miocárdio, à semelhança do que ocorre em parvovirose canina, resultando em miocardite ou cardiomiopatia hipertrófica, dilatada ou restritiva.
                                      1. O viírus ultrapassa a barreira hematencefálica durante a infecção uterina ou perinatal do feto, comprometendo significativamente o desenvolvimento do cerebelo. O cerebelo é menos suscetível ao FPV quando o filhote atinge 9 semanas de idade, em virtude da redução considerável da proliferação dessas células.
                                        1. Gatos infectados nos períodos pré-natal tardio e neonatal, distúrbios neurológicos e oftálmicos
                                        2. Manifestações clinica
                                          1. Patologia clínica
                                            1. contagem total de leucócitos na fase mais grave da infecção está entre 50 e 3.000 células/μℓ.
                                              1. A panleucopenia não é uma alteração laboratorial patognomônica da doença e pode não existir em todos os casos.
                                                1. A neutropenia resulta da migração dos neutrófilos para o intestino; em seguida, ocorre pela supressão da medula óssea. Nos gatos que se recuperam, a granulocitopoese é reiniciada na medula óssea e, perifericamente, verifica-se neutrofilia com desvio à esquerda.
                                                  1. A neutropenia é um achado mais frequente do que a linfopenia.
                                                    1. Trombocitopenia resultante da destruição dos megacariócitos também pode ser vista concomitantemente com a leucopenia
                                                      1. Alguns gatos com panleucopenia desenvolvem CID e, nestes, a trombocitopenia observada decorre da coagulopatia. A baixa contagem de plaquetas também pode refletir a gravidade do processo e um estágio mais avançado da doença devido à intensa destruição viral megacariocítica.
                                                        1. Anemia é a alteração menos frequente, graças ao curso agudo da doença em associação ao longo tempo de vida das hemácias, a menos que haja intensa hematoquezia. Quadros persistentes de anemia arregenerativa e leucopenia são mais sugestivos de infecção ou coinfecção pelo vírus da leucemia felina.
                                                          1. Há hipoalbuminemia pela diminuição da ingestão de proteína e pelas perdas do trato gastrintestinal em razão das lesões da mucosa. A baixa concentração sérica de albumina (< 3 g/dℓ) também foi relacionada com prognóstico negativo, por sua ligação à diminuição da pressão osmótica coloidal, que reduz a perfusão no nível dos capilares, possivelmente causando CID, falência de órgãos e morte.
                                                            1. Outro parâmetro bioquímico indicativo de mau prognóstico é a baixa concentração sérica do potássio (< 4 mmol/ℓ). A hipopotassemia pode ser explicada por anorexia, vômitos, perda intestinal, fluidoterapia ou por possível síndrome de realimentação e talvez reflita mais a gravidade da enterite.
                                                              1. Aumentos de ALT e AST ou no nível das bilirrubinas refletem o comprometimento hepático, ainda que raramente ocorra icterícia.
                                                                1. Azotemia pré-renal pode ser observada, com frequência, nos casos em que existir desidratação grave
                                                    2. A gravidade da doença e o prognóstico normalmente estão relacionados com a intensidade da leucopenia.
                                                  2. gatos com a forma hiperaguda, o óbito ocorre no intervalo de 12 h, como se o gato estivesse envenenado, sem ou com poucos sinais premonitórios. Esses gatos também podem ser encontrados no estágio terminal de choque séptico, com desidratação intensa, hipotermia e coma.
                                                    1. A forma aguda é a mais comum
                                                      1. Febre (40°C ou mais), letargia, anorexia., desidratação, êmese, após diarréia com fezes fétidas, pastosas a aquosas e hemorrágicas.
                                                        1. O vômito tem aspecto de bile e não está relacionado com o momento da alimentação
                                                      2. À palpação abdominal, as alças intestinais mostram-se espessadas e o gato pode exibir desconforto ao ser manipulado.
                                                        1. Observa-se linfadenomegalia mesentérica, porém os linfonodos periféricos não estão aumentados.
                                                        2. A diarreia não é uma manifestação em todos os gatos
                                                          1. Na infecção intrauterina ou perinatal pode haver acometimento do SNC, sendo observados ataxia, incoordenação motora, tremores e estado mental normal típico de doença cerebelar
                                                            1. Também podem ser observadas atrofia do nervo óptico e retinopatia
                                                          2. Tratamento
                                                            1. Objetivos do tratamento são: (1) restaurar e manter o equilíbrio hídrico, acidobásico e eletrolítico, (2) minimizar as perdas contínuas de líquidos, propiciar a recuperação do epitélio intestinal e (3) evitar infecções secundárias.
                                                            2. Diagnóstico
                                                              1. ELISA para detecção do parvovírus nas fezes
                                                                1. O FPV é detectado apenas no período de 24 a 48 h após a infecção
                                                                  1. gatos vacinados recentemente com vacinas vivas podem apresentar resultados positivos
                                                                  2. Diagnósticos diferencias: Septicemia bacteriana aguda (Salmonella spp., Clostridium piliforme); Intoxicação; Infecção pelo vírus da leucemia felina (FeLV); Corpos estranhos gastrintestinais (especialmente os perfurantes); Toxoplasmose aguda; Abscessos ou granulomas mesentéricos.
                                                                  3. Prevenção
                                                                    1. os fômites como gaiolas contaminadas, caixas de areia, vasilhames de comida e água, sapatos e roupas podem desempenhar um papel importante na transmissão.
                                                                      1. O hipoclorito de sódio (água sanitária, na diluição 1:30) pode ser usado em superfícies lisas como caixas de areia, enquanto o gás formaldeído pode ser utilizado para desinfecção de ambientes.
                                                                      2. A imunização passiva também pode ser empregada para evitar a panleucopenia. Antissoros homólogos de gatos com altos títulos de anticorpos neutralizantes podem produzir proteção imune de acordo com a dose administrada. Normalmente, a dose recomendada é de 2 a 4 mℓ/kg por via subcutânea ou intraperitoneal (mais fácil em filhotes). A administração do antissoro só é indicada para animais não vacinados que foram expostos à infecção ou para gatos privados de colostro
                                                                        1. vacina contra o FPV

                                                                        Semelhante

                                                                        Sistema Respiratório
                                                                        bedamorim
                                                                        Tecido Epitelial
                                                                        bedamorim
                                                                        Fisiologia do Sistema Renal
                                                                        Paula Ceccon
                                                                        Sistema Nervoso
                                                                        Simone Machado Pereira
                                                                        Panleucopenia
                                                                        Nanci Pereira
                                                                        Tecido Conjuntivo
                                                                        bedamorim
                                                                        Sistema Respiratório
                                                                        Jéssica Aline Alves
                                                                        Bioquímico Sanguíneo
                                                                        Gleise Erika
                                                                        REPRODUTOR FEMININO
                                                                        Jéssica Aline Alves
                                                                        Medicina Interna de Cães e Gatos [I]
                                                                        LAMV-UFV