O Homem e o Trabalho nas Diferentes
Configurações Geográficas
O trabalho é a forma como o homem transforma a natureza, a fim de adaptá-la às suas
necessidades. Por um lado, a natureza oferece ao homem “produtos naturais”. Por outro, com
aqueles, e por meio do trabalho, o homem produz os “produtos humanos”.
O trabalho é a apropriação consciente e direcionada a uma finalidade, por meio de um projeto, da
natureza. A consciência, no homem, determina a extrapolação da reação meramente instintiva. Por
meio da consciência, o homem age sobre a natureza com intencionalidade.
Por ser consciente, o homem, ao produzir, organiza e reorganiza o próprio trabalho, atribuindo-lhe
sentido histórico. Os mecanismos de trabalho podem, a essa altura, ser retransmitidos e
reproduzidos pelos outros seres da espécie humana, configurando, assim, uma organização social do
trabalho.
Ao organizar o trabalho, o homem reinventa os modos de ser/estar com os demais homens,
fundando a cultura, a sociedade e as suas instituições. Cada período histórico confeccionou seus
próprios modos de produção do trabalho, alterando, a cada momento, e radicalmente, as relações
entre os homens.
Os séculos XIX e XX representaram momentos determinantes para a mudança dos rumos das
sociedades. O modo de produção em série e o modo de produção em massa, taylorista e fordista,
respectivamente, alteraram substancialmente a forma de vida das pessoas.
Na segunda metade do século XX, o modelo japonês, proposto por Taiichi Ohno, reconfigurou
novamente os modos de produção do trabalho, impondo uma regulação ainda mais fina dos
sistemas produtivos e introduzindo, entre outros aspectos, o espírito da competição do mercado de
trabalho contemporâneo.