A Cidade e as Serras

Descrição

Mestrado VESTIBULAR (RESUMO DE LIVROS) Notas sobre A Cidade e as Serras, criado por Alessandra S. em 22-10-2013.
Alessandra S.
Notas por Alessandra S., atualizado more than 1 year ago
Alessandra S.
Criado por Alessandra S. aproximadamente 11 anos atrás
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Resumo de Recurso

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O clássico autor português Eça de Queirós lançou em 1901, um ano depois de seu falecimento, esta obra então inconclusa, carente de sua tradicional revisão, mas que se converteria em um de seus mais significativos trabalhos, por abrigar as maiores conquistas de seu amadurecimento literário.Esta etapa de sua carreira literária traduz um congraçamento mais estreito com sua terra natal, Portugal, acidamente desfavorecido em suas publicações iniciais. Nesta obra o narrador José Fernandes, também personagem do enredo, discorre sobre a trajetória de seu amigo Jacinto.A história de "A Cidade e as Serras" transcorre no século XIX, quando Paris, a cidade-luz, era vista como a capital europeia e Portugal como uma nação subdesenvolvida e em pleno declínio. Nesta época o positivismo de Auguste Comte é celebrado, e a metafísica é desbancada. Jacinto é a personificação dos ideais cultivados neste período, pois ele glorifica a vida urbana e civilizada, e despreza a existência rural.José Fernandes, independente do que pensa o companheiro, vai para Guiães, residência dos tios, localizada nas serras. Por conta desta decisão, ambos permanecem distanciados durante sete anos. Ao voltar para Paris, hospeda-se na casa de Jacinto, mas, contrariando a tese do amigo, que crê estar a felicidade vinculada à presença da civilização, depara-se com um ser desalentado e aborrecido, entre inúmeras obras literárias, um relógio sofisticado, um elevador, e outros representantes do progresso.Mergulhado no tédio, Jacinto segue cansado cada evento de sua vida, desde a destruição do jazigo familiar, a edificação de outro recanto para os mortos, até as festas incessantes empreendidas em honra do Grão Duque. Um dia ele resolve partir para Tormes, situada nas serras, em companhia de José Fernandes e de Grilo, para testemunhar o ritual de inauguração do novo monumento funerário.Para que ele não se despojasse de suas modernidades, a casa que o abrigaria foi provida de todos os objetos civilizatórios. Quando os amigos chegam em seu destino, descobrem que nada foi preparado e nem mesmo sua vinda fora prevista. Para piorar, sua bagagem havia se extraviado. Sem outra saída, eles se acomodam como podem em sua pousada.O narrador volta para Guiães, herdade contígua a Tormes, e envia ao amigo os trajes que lhe permitiriam voltar para a cidade, mas não obtém retorno de Jacinto. Preocupado, retorna para sua casa nas Serras e encontra o companheiro ocupado em modificar sua residência, livre do tédio. Totalmente modificado, ele se fixa definitivamente na nova morada, com conforto, mas sem os símbolos da civilização moderna.Jacinto se dedica a melhorar a vida de seus serviçais, a providenciar o necessário para que o povo desta localidade viva com um maior bem-estar, ou seja, uma biblioteca, farmácia e creche, convertendo-se no ídolo da população. Logo ele conhece Joana, prima do amigo, e com ela se casa. Sua única passada por Paris só reafirma sua decisão de permanecer nas Serras.Fontes:http://guiadoestudante.abril.com.br/estude/literatura/materia_410536.shtml

 José Maria Eça de Queirós nasceu em 25 de novembro de 1845, em Póvoa de Varzim. Quando pequeno, Eça foi entregue aos cuidados de uma modesta família. Aos 10 anos internaram-no no colégio da Lapa, no Porto. Entre 1858 e 1861 Eça fez uma série de exames de instrução que o habilitaram a freqüentar a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se formou humana e literalmente no seio da filosofia positivista e materialista da época.Em 1866, Eça enviou ao Teatro D. Maria I a tradução da peça de José Bouchardy, Philido. Nesse mesmo ano saiu, na Gazeta de Portugal, o seu primeiro escrito conhecido, intitulado Notas Marginais. Formado em Direito (1866), partiu para Lisboa, instalando-se na casa paterna. Pendendo sempre para as letras, publicou, até fins de 1866, uma dezena de folhetins. Depois, começou a formar-se o grupo do Cenáculo, centro de convívio intelectual, em Lisboa.Eça de Queirós partiu para o Oriente a fim de assistir à inauguração do Canal de Suez. Dessa viagem resultou o livro O Egito, relato de suas experiências como repórter. O conselho de Lisboa. O conselho de Leiria nomeou-o administrador. Com a intenção de seguir carreira diplomática, entrou em concurso para cônsul de primeira classe, sido classificado em primeiro lugarEm 1872, partiu para Havana, no ano seguinte, conheceu os Estados Unidos em missão oficial. Transferiu-se para a Inglaterra, onde começou a elaborar os seus primeiros grandes romances naturalistas: O Crime do Padre Amaro, e O Primo Basílio.Conheceu D. Emília Resende e casou-se. Instalou-se definitivamente em Paris e passou a viver como burguês, dedicando-se ao lar, à família e a seus escritos.          Eça de Queirós falece aos 16 de agosto de 1900, em sua casa. 

Narrado por José Fernandes, o romance conta  as atribulações de Jacinto de Tormes, fidalgo português nascido em Paris. Milionário e culto, Jacinto cerca-se de luxo e de inúmeros amigos influentes e superficiais. Mas nada o livra do tédio. Indo a Portugal para reformar o cemitério de seus antepassados na propriedade rural de Tormes, Jacinto se vê, para seu desespero, desligado da civilização que tanto preza. Com o tempo, acaba se apaixonando pelo campo, torna-se alegre, casa-se com Joaninha e decide ficar em Tormes.                  Elementos estruturais da narrativa  Foco narrativo: Escrito em primeira pessoa, A Cidade e as Serras, como a maioria dos romances de Eça de Queirós, há um narrador-personagem, José Fernandes, o qual não se confunde com o protagonista da obra, Jacinto de Tormes. Este narrador coloca-se como menos importante do que o protagonista, como podemos perceber, por exemplo, no início da obra.Nos primeiros parágrafos do livro, o narrador, em vez de apresentar-se ao leitor, coloca-se em segundo plano para toda a descendência dos Tormes, até aparecer a figura de Jacinto. Além disso, dá-lhe tratamento diferenciado, parecendo idealizar Jacinto, na medida em que o chama de “Príncipe da Grã-Ventura”, conforme apelido estudantil do protagonista.          Exemplo: “O meu amigo Jacinto nasceu num palácio, com cento e nove contas de renda em terras de semeadura, de vinhedo, de cortiça e de olival”.  Espaço:  O espaço que predomina, é o espaço fechado. Grande parte da história acontece em um palacete nos Campos Elíseos, 202 em Paris. Uma casa bastante luxuosa, espaçosa, cheia de objetos, de modernidade, com uma biblioteca enorme e um elevador que ligava os dois andares do palacete.Quando Jacinto e José Fernandes partiram para Tormes, em Portugal, foram de trem de Paris (França) para Medina  (Espanha), e de Medina para Tormes (Portugal). Onde podemos encontrar o espaço aberto.Há também o espaço aberto, que são as Serras de Tormes, no Baixo Douro. Era uma paisagem muito bonita, onde os males eram esquecidos. Um lugar simples, mas acolhedor. Pelos vales desciam muitos arvoredos, de um verde intenso, copados e redondos, rodeados de pássaros.          Nas Serras também encontramos o espaço fechado, o sítio de Jacinto, onde ele ficou em Tormes.         Tempo:  A ação ocorreu no fim do século XIX, na transição para o século XX. E o tempo é cronológico.No outono de 1851, Cintinho, pai de Jacinto, descobre-se doente. Jacinto, o protagonista, surge para a vida intelectual de 1866 a 1875. José Fernandes vai a Guiães, a pedido de seu tio, em fevereiro de 1880 e retorna após sete anos. Quando retorna, vê seu amigo num momento de imenso tédio e desencanto pela civilização. Jacinto decide viajar à Tormes. A viagem durou mais ou menos quatro meses. Depois, Jacinto apaixona-se pelo campo, casa-se com Joaninha, resolve morar lá definitivamente e nunca mais volta à Paris. 

 a-)  Principais:   Jacinto de Tormes é o filho de uma família de fidalgos portugueses, mas nascido e criado em Paris.Um homem extremamente forte e rico, tinha 23 anos, era um rapaz notável, muito inteligente. Trajava-se com esmero, de roupa fina e flor no peito. Era narigudo, com cabelos crespos e bigodes bem tratados, é chamado de “Príncipe da Grã-Ventura”Vive cercado de artefatos da civilização e de tudo o que a ciência produz de mais moderno. Entretanto, o excesso de ócio e conforto cria-lhe tédio, a ponto de fazê-lo perder o apetite, a sede lendária, a robustez física e a disposição intelectual da juventude. Levado pelas circunstâncias a conhecer as suas propriedades nas serras portuguesas, apaixona-se pelo campo, lá introduzindo algumas inovações. Descobre um mundo “pobre” em Portugal, o qual ele ajuda muito. Casa-se com Joaninha e tem dois filhos. José Fernandes de Noronha, amigo de Jacinto, é natural de Guiães, no Douro (perto de Tormes). Era um fidalgo rústico e abestalhado. Ele idealiza Jacinto, colocando-o acima até de seus próprios sentimentos, de sua capacidade de sentir ou de pensar. Assim, tanto desilusões amorosas quanto preocupações sociais são tratadas com menos importância. José Fernandes teve um importante papel na evolução e mudanças ocorridas com Jacinto Ao longo do romance, ele procura provar o engano que as crenças civilizacionais do seu amigo, Jacinto de Tormes, podem conduzir, embora o admire exageradamente.   b-)  Secundários:   D. Galeão, avô de Jacinto, também Jacinto, gordo e rico, era um fanático miguelista. Quando D. Miguel deixou o poder, Jacinto Galeão exilou-se voluntariamente em Paris, lá morrendo de indigestão. D. Angelina Tafes, casada com Jacinto Gaeão, sendo avô do protagonista.Após a morte do marido, não regressou a Portugal e, em Paris, criou seu filho, o frágil e adoentado Cintinho que se casou com a filha de um desembargador, nascendo dessa união nosso protagonista. Silvério, procurador de Jacinto. Grilo e Anatole: criados de confiança de Jacinto. Pimenta: chefe da estação de Tormes, velho amigo gordo de Jacinto. Melchiar: O caseiro dos Campos de Tormes, homem digno, simples, acostumado à vida pacata do campo. Tia Vicência: Senhora criada em Tormes, com grande talento para cozinhar, de face redonda e corada. João Torrado: um velho morador, misterioso, de uma cova no alto da serra. Efraem: banqueiro, judeu e representante da burguesia. Joaninha: casou-se com Jacinto, filha de Adrião, jovem, robusta, lindamente risonha. Foi mãe de dois filhos, Teresinha e Jacintinho. Madame d´Oriol: jovem, prostituta de luxo. Criança: um menino magro, amarelo com dois grandes olhos pretos. Manuel Rico: velho, dono de uma venda em Tormes. D. Teotônio, Ricardo Veloso, Dr. Alímpio e sua mulher, Milo Rabelo, Beatriz Veloso, Adelaide Rojão com suas sobrinhas, Sra. D. Luísa: senhores e senhoras que participaram de uma festa na casa da Tia Vicência.  Clímax: O clímax acontece quando José Fernandes volta a Paris e vê como lá as pessoas são mesquinhas, só dão valor às coisas materiais e vivem em um mundo de amarguradas ilusões e falsas delícias. Desfecho: O desfecho acontece quando José Fernandes retorna a Portugal após ter ido à Paris.  Lá ele reencontra Jacinto, Joaninha e os filhos do casal: Teresinha e Jacintinho. Todos estão risonhos e muito felizes com aquela vida campesina simples. Jacinto resolve ficar definitivamente em Tormes e nunca mais volta a Paris, após concluir que a vida no campo é mais verdadeira, intensa e compensadora. Graças a sua ajuda aos pobres de Portugal, Jacinto conta a José Fernandes que a serra prospera cada vez  mais.    

 a-) Características:  Na segunda metade do século XIX  A Europa caracteriza-se  pela consolidação do poder da burguesia, com suas bases ideológicas (o liberalismo político) e materiais (o liberalismo econômico) estabilizadas. Esse processo se traduz na implementação acelerada do sistema capitalista, cujo  avanço industrial esboçou a mecanização do mundo e da vida que caracteriza a sociedade moderna. O século XIX é caracterizado pela “Geração Materialista”, que é originada do grande desenvolvimento científico e filosófico, de cunho fortemente racionalista, em parte provocado pela utilização da ciência como suporte do crescimento econômico industrial. Ocorre a Segunda Revolução Industrial. E com ela destacam-se o crescente uso da eletricidade, como fonte de luz, calor e energia; e a maior eficiência das comunicações, que importantes descobertas garantem: máquinas a vapor sofisticam o sistema de locomoção; novas técnicas de impressão agilizam a circulação de livros e jornais, utilização do aço e do petróleo, descobertas na química, física e medicina.Por outro lado, esse processo intensifica contradições e tensões político-sociais, pois marginaliza a maior parte da população, principalmente o proletariado urbano, que não tem acesso aos benefícios do progresso e que luta contra a opressão da ideologia burguesa dominante.  b-)  Forma de governo:  Especificamente na França, onde ocorre a maior parte da história, Luís Napoleão Bonaparte, sobrinho de Napoleão, é eleito presidente à sombra do prestígio do tio, e, a exemplo deste, após vários anos de conflito e transições de poder, dá um golpe de estado em 1852 e torna-se imperador, sob o título de Napoleão III. O regime imperial liberaliza-se lentamente e acelera a Segunda Revolução Industrial na França. A Comuna de Paris (1871), após estabelecer um governo proletário na capital francesa, é violentamente reprimida por tropas conservadoras nacionais e estrangeiras. No fim do século XIX, a França, assim como as demais potências industrializadas, busca novos mercados e se lança à partilha da África e da Ásia.Ocorre nesta época o Imperialismo: uma política de expansão e domínio territorial, cultural e econômico de uma nação sobre outra. Uma nova missão civilizadora, com os intuitos de se apoderar do território de uma nação, impor-lhes uma nova cultura, vender-lhes os produtos produzidos nas indústrias e ter uma nova fonte de matéria-prima.Já Portugal, onde Jacinto decide morar definitivamente, viveu, em meados do século XIX, períodos de enorme perturbação política e social. No final do século XIX, as ambições coloniais portuguesas chocam com as inglesas, o que está na origem do Ultimato de 1890. A cedência às exigências britânicas e os crescentes problemas econômicos lançam a monarquia num descrédito crescente, e D. Carlos e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe são assassinados em 1 de Fevereiro de 1908. Em 1910 é instaurada a República.   c-) Uso e costumes:   Devido à Segunda Revolução Industrial houve uma modernização geral e as pessoas utilizavam ferramentas e máquinas mais sofisticadas para exercer suas funções no dia-a-dia. Entre outros fatores de modernização,destacam-se o crescente uso da eletricidade, como fonte de luz, calor e energia; e a maior eficiência das comunicações. Como mostra em “A Cidade e as Serras” o elevador, a eletricidade (utilizada até para aquecer a água dos lavatórios), o telégrafo, a máquina de escrever, de calcular e vários outros “instrumentozinhos” como disse José Fernandes. Há uma mecanização no mundo, uma modernização do sistema de locomoção (máquina a vapor), etc. Havia um pólo cultural na época, por isso as pessoas se portavam formalmente. E a busca por novos conhecimentos se tornava cada vez mais intensa. Como mostra Jacinto, um homem extremamente culto e inteligente que lia muitos livros, já que novas técnicas de impressão agilizam a circulação de livros e jornais.   

  a-) Características:  A linguagem é formal. Há o uso de expressões simples e sem convencionalismos. Utiliza palavras  e expressões da época (1900) como “que maçada” e “que seca” que significam “que chateação”. É uma linguagem de crítica à sociedade da época, principalmente à civilização e às pessoas que moram nas cidades, que levam uma vida de ilusões. Eça critica Paris (cidade) e elogia muito a vida campesina e as belezas naturais de sua terra (Portugal). Sua linguagem vai assumindo um registro cada vez mais pessoal , terminando por ser marcadamente impressionista , muito distante da objetividade exigida ao romance realista-naturalista típico.A linguagem do livro “A Cidade e as Serras” também é caracterizada pelo uso de figuras de linguagem, pelo discurso direto e indireto.  b-)  Uso de figuras de linguagem:  Foram utilizadas figuras de linguagem como: a metáfora, a catacrese, a comparação, a antonomásia e a antítese.Exemplos:Metáfora: “Sabei, senhora, que esta vida é um rio (...)”Catacrese: “Dos pés da mesa, cordões tímidos (...)”Antonomásia: “(...) onde a nobre carne de Eva se vende (...)”Antítese: “Hobbes, embaixo, era pesado, de couro negro; Platão, em cima, resplandecia, numa pelica pura e alva.” c-)  Tipos de discurso:   Foram utilizados dois tipos de discurso: o discurso direto e o discurso indireto.Exemplos: Discurso direto:“Uma das senhoras murmurou:-          Mas, não é a Gilberte!...E um dos homens:-          Parece um cornetim...-          Agora são palmas...-          Não, é o Paulin” Discurso indireto:“E como eu considerava assombrado, ele, bebendo goles de Chateau-Iquem, declarou que hoje a única emoção verdadeiramente fina, seria aniquilar a civilização.”  

  a-) Principal: tem valor ainda para o nosso tempo? O tema principal é a oposição da tecnologia e do desenvolvimento das cidades com a pureza e simplicidade encontrada no campo.Esse tema tem valor ainda para o nosso tempo porque muitas pessoas pensam que ser feliz é viver no conforto e com muita tecnologia, esquecendo que ser feliz é viver com as pessoas que nos fazem felizes, o resto é conseqüência. Hoje as pessoas lutam e se esforçam tanto para ter dinheiro e para não faltar nada para sua família, que muitas vezes não dão tempo para elas mesmas e para as pessoas que estão ao seu redor. As pessoas se esquecem dos valores morais, do amor e do carinho. Se esquecem de que a vida não é feita somente de coisas materiais, existem coisas muito mais importantes do que o luxo.  b-)  Secundários:   Os temas secundários são: a evolução tecnológica e o desenvolvimento ocorridos no fim do século XIX (Segunda Revolução Industrial), os prós e os contras dos centros urbanos e do campo, as desvantagens da tecnologia e do conforto, a diferença social, a miséria desconhecida pelos mais ricos, a simplicidade das pessoas do campo, a afetação das pessoas da cidade, a infância, a relação familiar, a crítica sobre as pessoas da cidade e suas vidas supérfluas.   

  Em que medida a obra retrata as características do movimento literário a que pertence? A escola literária a que pertence “A Cidade e as Serras” é o Realismo e o Naturalismo em Portugal.As características do Realismo e Naturalismo que estão presentes nessa obra são: o objetivismo (vê o mundo como ele é), descritivismo (dá veracidade à obra), casamento arranjado, ironia (em relação ao comportamento humano), observação e análise (fatos presentes) e contemporaneidade (exatidão para localizar o tempo e o espaço). Podemos encontrar também a veracidade e abundância de pormenores, com o retrato fidelíssimo da natureza; neutralidade de coração perante o bem e o mal, o feio e o bonito, vício e virtude; análise corajosa de vícios e podridão da sociedade; uso de expressões simples e sem convencionalismos. Contra e a tendência escapista , o escritor encara a realidade de frente, tematizando-as das relações humanas em seus aspectos corriqueiros , desprezando as grandes paixões. Pratica uma análise da realidade fundada em uma visão objetiva da sociedade e do ser humano , quase sempre de forte teor críticoUma importante característica desta obra é a saída da cidade para o campo. Essa característica é do movimento literário Arcadismo.“A Cidade e as Serras” pertence à Terceira fase de Eça de Queirós: Realista. Onde ele cria o romance de costumes, com a análise objetiva e crítica da sociedade. Há um saudosismo dos bons; superando o esteticismo cientificista, aparecerá uma espécie de repúdio ao que é artificial. Como podemos observar o modo negativo como ele retrata a cidade e as revoluções tecnológica. Esta é a chamada fase madura do autor, a crítica aguda vai dar lugar ao nacionalismo, à preocupação moral e um certo otimismo quanto ao que se espera de Portugal. Tendo em vista a ajuda que Jacinto deu aos pobres em Portugal e como eles acreditavam que Jacinto seria D. Sebastião que voltou para salvar a população. Eça se torna menos agressivo com a sociedade portuguesa, idealizando o passado português.  

Fonte: http://escolavirtualecia.blogspot.ie/2010/08/resumo-do-livro-cidade-e-as-serras-de.html

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