Criado por Marcela Davantel
mais de 3 anos atrás
|
||
Gênio Indomável é um filme que narra a história de Will Hunting, um homem que consegue resolver um problema matemático nunca resolvido e que no decorrer do filme mostra suas habilidades, tanto com a matemática, quanto com a química, até mesmo com conhecimento das ciências humanas. Will é um gênio como o nome do filme sugere, mas que tem problemas de comportamento, acumula diversas passagens pela polícia durante a vida, tem um histórico de agressividade. O filme conta que Will passou por lares adotivos sua vida toda e que sofria agressões quando era adotado. A personagem foi rejeitada e agredida por toda a vida, logo Will reproduz toda a violência que sofre, além de ter sérios problemas com confiança. De acordo com Mondin o apego e confiança é intenso no primeiro ano de vida e como Bowlby ressalta que a raiz da personalidade de um indivíduo está nos primeiros relacionamentos de sua vida, ora, a personagem de Gênio Indomável não teve apego algum e as relações de agressão e abandono fundamentaram sua personalidade. Vemos com o auxílio do filme e dos textos lidos que os laços criados na infância e principalmente com os pais vão fundamentar toda a vida de um indivíduo, o afeto é parte importante da construção de uma pessoa, se ela não o tem, então acarretara muitos danos mentais e comportamentais. Baseando-nos em Freud podemos analisar a partir de suas fases psicossexuais que Will passou por problemas em quase todas elas, ele desenvolve autonomia, mas em contraposição desenvolve a desconfiança, também a culpa por tudo que aconteceu consigo. Para além, o gênio não reconhece a si mesmo, não conseguiu construir uma identidade, ele não sabe quem é e o que quer ser. O abandono e as agressões sofridas por um longo período causaram diversos maus a personagem, que só foram sendo resolvidas com terapia. Ou seja, a responsabilidade afetiva, o afeto, o cuidado com a criança, se não for bem desempenhado acarretara problemas psicológicos que podem perdurar durante a vida.
O filme precisamos falar sobre Kevin, traz uma narrativa onde de primeiro momento mostra como o machismo e sua construção patriarcal está inserida até hoje nas famílias, principalmente nos casamentos e no fato de a mulher ser obrigada a constituir família para provar seu valor. Eva nunca quis ser mãe, e por tal motivo passa a ter uma relação complicada com seu filho Kevin, que em alguma vertentes se caracteriza como um sociopata, onde consegue entender os pontos fracos daquela família, os estimula e por fim acaba comentando uma atrocidade. Trazendo para a psicologia, podemos ressaltar o ponto, do cuidado materno, e a relação entre pais e filhos, trazendo como reflexão a responsabilidade efetiva. Nesse ponto chamamos a atenção como a didática do amor, pode mudar uma dinâmica de vida. Trazendo em questão que se Eva fosse preparada emocionalmente para trazer uma vida ao mundo, não teria tratado aquela vida com frustração, lhe oferecendo afeto e atenção, onde faria a construção daquela história se tornar outra. Eva, por mais que se esforçava, tinha na sua frente um filho que conhecia suas limitações e com isso manipulava toda a dinâmica de sua família, seja causando danos físicos a irmã, se fazendo de “vítima” com o pai, e despertando o pior sentimento na mãe: desprezo. A criação de Kevin foi perturbada, refletindo principalmente na escola, onde isolado e sem interesses, quando se frustou, atacou os amigos, o pai e a irmã. Apesar de tudo que fez, Eva ainda continuo tentando se fazer de mãe, sendo presente na vida do filho, mesmo preso. Uma frase que me tocou muito, é que quando Eva visita Kevin na cadeia, depois de tudo que fez e parecer não se arrepende ela lhe pergunta: - você está feliz? E ele lhe responde com amargor em cada palavra: - algum dia eu fui feliz? Responsabilidade afetiva são essas duas vertentes: Entender suas limitações, sendo sincero quanto seus sentimentos. Na outra, quando você faz isso, acaba poupando sofrimento desnecessário. No caso do filme, nessa experiência cruel que foi de criar essa criança, fruto de algo que não era desejo. De um casamento sem cumplicidade. Tendo que assim assumir um papel imposto por um sociedade. Responsabilidade afetiva, atinge você, quem tem cerca e principalmente quem te ama. Ser responsável com seus sentimentos, faz com que você seja responsável com a vida. Seja sua ou de terceiros.
Referências: MONDIN, Elza Maria Canhetti. Interações afetivas na família e na pré-escola. Estudos de Psicologia (Natal). 2005, v. 10, n. 1. pp. 131-138. GRANATO, Tania Mara; AIELLO-VAISBERG, Tânia Maria José. Narrativas interativas sobre o cuidado materno e seus sentidos afetivo-emocionais. Psicol. clin., Rio de Janeiro, v. 25, n. 1, p. 17-35, jun. 2013.
Quer criar suas próprias Notas gratuitas com a GoConqr? Saiba mais.