Criado por Maurício T Jr
mais de 7 anos atrás
|
||
SA6-V1- A GUERRA CIVIL ESPANHOLA (3º) Guerra civil- conflito armado entre grupos organizados dentro de um mesmo Estado. A Guerra Civil Espanhola movimentou diversas facções ideológicas e institucionais presentes na Espanha, na década de 1930, envolvendo padres, anarquistas, civis, socialistas, republicanos, nacionalistas e diversos outros grupos. Terminou com a vitória da direita, nacionalista, e os efeitos desse processo foram duradouros, tendo do General Francisco Franco permanecido no poder até sua morte em 1975. Até hoje há defensores e críticos que discutem seu legado político e social, bem como suas relações com o fascismo e com a Igreja Católica. Historicamente, a Igreja dividiu-se em relação ao movimento. Embora, recentemente, os Papas João Paulo II e Bento XVI tenham beatificado centenas de membros do clero mortos pelos republicanos nas disputas políticas da época da Guerra Civil, Franco e seus auxiliares militares e civis fizeram sempre questão de permanecer próximos da Igreja Católica, de onde receberam forte apoio durante e após o conflito. Os horrores praticados pelos nacionalistas na Guerra Civil envolveram e inspiraram muitos artistas, como o poeta Federico García Lorca – que acabou fuzilado pelos franquistas – e os pintores Pablo Picasso e Salvador Dalí, além do escritor estadunidense Ernest Hemingway. Antecedentes Desde o início do século XX, a Espanha vivia mergulhada em sucessivas crises políticas e sociais. O governo monárquico era incapaz de resolver as dificuldades geradas pelo atraso econômico. A estratégia era reprimir duramente os movimentos populares, como os sindicatos e os partidos de esquerda. Em 1923, o general Primo de Rivera havia instalado uma ditadura de tipo fascista (preservando a monarquia). Essa ditadura caiu sob a pressão popular em 1930. No ano seguinte, em meio a profundas agitações sociais e políticas, um movimento revolucionário popular derrubou a monarquia espanhola. O resultado foi a proclamação da República. Depois da proclamação da República, os conflitos entre as forças de direita e esquerda acirraram-se. O programa de reformas políticas e sociais iniciado pelo governo republicano previa, entre outros pontos, a anistia e a reforma agrária. A reforma amedrontou as elites conservadoras, que eram compostas por grandes proprietários, alta burguesia e membros do exército e do clero (Durante a Guerra Civil Espanhola diversos padres foram executados pelas tropas esquerdistas, pois a Igreja estava ligada aos franquistas. A Igreja representava os setores mais conservadores e burgueses da Espanha durante a década de 1930). As elites se uniram num partido de extrema direita. A organização foi denominada Falange e tinha como objetivo impedir as reformas que considerava comunistas. O general Francisco Franco, em 1936, sob o pretexto do avanço das forças comunistas, conduziu a derrubada da República espanhola, dando início à Guerra Civil, apoiado pela maioria da Igreja Católica, dos setores da classe média e do exército. Entre os fatores de insatisfação dos setores conservadores, aglutinados no grupo da Falange e liderados por Franco, estava a vitória da coligação da Frente Popular e dos movimentos de esquerda nas eleições de 1936. O avanço de partidos de esquerda incentivou a ascensão de grupos de direita como os franquistas, reunidos em torno da Falange. O clima político e social na Espanha na primeira metade da década de 1930 era tenso e recheado de conflitos entre esquerdistas e nacionalistas. Mas a guerra teve inicio quando em 18 de julho de 1936, o general Francisco Franco comandou o exército espanhol num golpe de estado contra o governo democrático e legal da Segunda República Espanhola. Porém, o golpe não foi bem sucedido e a Espanha ficou dividida entre falangistas e republicanos. A guerra civil provocou milhares de mortos e muita destruição. Perseguições e execuções eram frequentes e patrocinadas por ambos os lados. Guerra Civil Espanhola A Guerra Civil Espanhola foi um conflito armado ocorrido na Espanha entre os anos de 1936 e 1939. Para entender a Guerra Civil Espanhola é importante conhecermos as forças políticas que atuavam e disputavam o poder na Espanha momentos antes do conflito e quais eram seus objetivos. - Falangistas- De tendência fascista e comandados pelo general Francisco Franco, tinham como objetivo eliminar o crescente movimento comunista na Espanha. Tiveram o apoio dos setores tradicionais e conservadores da sociedade espanhola (Igreja, Exército e grandes proprietários rurais). Contam também com a ajuda militar da Alemanha nazista e da Itália fascista. Tinham por objetivo a implantação de um governo autoritário. A Itália, a Alemanha e a Igreja católica apoiaram Franco na derrubada da resistência republicana, abrindo caminho para a expansão dos regimes totalitários na Europa e instalando, na Espanha, uma ditadura que duraria até 1975. - Frente Popular- De tendência esquerdista, contavam com o apoio dos sindicatos, partidos políticos de esquerda e defensores da democracia. Queriam combater o nazifascismo, que estava crescendo na Espanha e outros países da Europa. Defendiam o Governo Republicano e tiveram o apoio externo da União Soviética. Intervenção estrangeira- Os falangistas conseguiram apoio militar dos regimes fascistas da Alemanha e Itália, que estavam interessados em implantar um regime fascista na Espanha e combater o crescimento do movimento socialista no país. Já os republicanos contaram com o envio de armas e equipamentos bélicos da União Soviética. Bombardeio a Guernica- Um dos episódios mais cruéis da guerra civil foi o bombardeio a cidade de Guernica, patrocinado por aviões de guerra da Alemanha e Itália. O bombardeio ocorreu em 26 de abril de 1937 e matou cerca de 125 civis espanhóis. O painel intitulado Guernica, pintado por Pablo Picasso, mostra a crueldade do ataque aéreo sobre os civis da cidade espanhola. O bombardeio da cidade de Guernica pelos aviões nazistas pode ser considerado uma demonstração de força da aviação alemã, às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Os nacionalistas franquistas foram apoiados pelos alemães e pelos italianos nos conflitos contra os republicanos durante a Guerra Civil Espanhola. Há características totalitárias no franquismo, como o nacionalismo, o apoio da direita burguesa e o anticomunismo. Em seu famoso painel Guernica, Picasso registrou a trágica destruição dessa cidade basca por bombardeio da aviação alemã contra os republicanos, em apoio ao general Franco. Os alemães organizaram o bombardeio de Guernica, mataram milhares de civis, e o quadro de Pablo Picasso acabou tornando-se um símbolo do massacre. Uma das representações mais famosas dos horrores da Guerra Civil Espanhola pode ser vista na obra do artista plástico Pablo Picasso, que retratou em Guernica toda sua indignação perante o bombardeio alemão à cidade espanhola. Como terminou- Após quase três anos de conflito bélico a Guerra Civil Espanhola, considerada uma das mais violentas e cruéis da história, terminou com a vitória dos falangistas que conseguiram derrubar o Governo Republicano do poder. Francisco Franco assumiu o poder em abril de 1939, implantando um regime ditatorial de direita na Espanha. Saldo da Guerra Civil Espanhola: Cerca de 400 mil mortos; Destruição de prédios, igrejas e casas em várias cidades; Destruição no campo com prejuízos para agricultura e pecuária; Diminuição de cerca de 30% da renda dos espanhóis; Forte crise econômica na Espanha, que perdurou por vários anos. O contexto vivido no Brasil durante o período da Guerra Civil Espanhola (1936-1939) foi a Era Vargas (1930-1945). A Era Vargas foi marcada por ondas de perseguição política, censura, prisões e torturas. A Guerra Civil Espanhola revela uma intensa disputa ideológica na Espanha entre a direita nazifascista e a esquerda socialista e comunista. No Brasil, durante o governo de Getúlio Vargas, ocorreram disputas semelhantes entre a Ação Integralista Brasileira (movimento de influência fascista) e a Aliança Nacional Libertadora (movimento de influência socialista).
Quer criar suas próprias Notas gratuitas com a GoConqr? Saiba mais.