ARTHUR MONTEIRO
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APRESENTA QUESTÕES SOBRE O ROMANTISMO

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ARTHUR MONTEIRO
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LITERATURA - ROMANTISMO

Questão 1 de 11

1

1. (ENEM) Leia o soneto abaixo:

“Já da morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser mortal desgosto!

Do leito embalde no macio encosto
Tento o sono reter!… já esmorece
O corpo exausto que o repouso esquece…
Eis o estado em que a mágoa me tem posto!

O adeus, o teu adeus, minha saudade,
Fazem que insano do viver me prive
E tenha os olhos meus na escuridade.

Dá-me a esperança com que o ser mantive!
Volve ao amante os olhos por piedade,
Olhos por quem viveu quem já não vive!”

(AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000)

O núcleo temático do soneto citado é típico da segunda geração romântica, porém configura um lirismo que o projeta para além desse momento específico. O fundamento desse lirismo é:

Selecione uma das seguintes:

  • a) a angústia alimentada pela constatação da irreversibilidade da morte.

  • b) a melancolia que frustra a possibilidade de reação diante da perda.

  • c) o descontrole das emoções provocado pela auto piedade.

  • d) o desejo de morrer como alívio para a desilusão amorosa.

  • e) o gosto pela escuridão como solução para o sofrimento.

Explicação

Questão 2 de 11

1

2. Leia o poema abaixo:

MOCIDADE E MORTE
“Oh! eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh’alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n’amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma…
Nos seus beijos de fogo há tanta vida…
– Árabe errante, vou dormir à tarde
À sombra fresca da palmeira erguida.”

No trecho acima, de Castro Alves, reúnem-se vários dos temas e aspectos mais característicos de sua poesia. São eles:

Selecione uma das seguintes:

  • a) identificação com a natureza, condoreirismo, erotismo.

  • b) aspiração de amor e morte, sensualismo, exotismo.

  • c) sensualismo, aspiração de absoluto, nacionalismo, orientalismo.

  • d) personificação da natureza, hipérboles, sensualismo velado, exotismo.

  • e) aspiração de amor e morte, condoreirismo, hipérboles.

Explicação

Questão 3 de 11

1

No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o Romantismo.
“Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”

(ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.)

A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa:

Selecione uma das seguintes:

  • a) “… o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas …”

  • b) “… era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça …”

  • c) “Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, …”

  • d) “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos … “

  • e) “… o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”

Explicação

Questão 4 de 11

1

Leia o poema de Almeida Garrett.

Quando eu sonhava, era assim
Que nos meus sonhos a via;
E era assim que me fugia,
Apenas eu despertava,
Essa imagem fugidia
Que nunca pude alcançar.
Agora que estou desperto,
Agora a vejo fixar...
Para quê? — Quando era vaga,
Uma ideia, um pensamento,
Um raio de estrela incerto
No imenso firmamento,
Uma quimera, um vão sonho,
Eu sonhava — mas vivia:
Prazer não sabia o que era,
Mas dor, não na conhecia...
...........................................

(Folhas caídas, 2013.)

Uma temática comum à poesia romântica que pode ser percebida no poema é:

Selecione uma das seguintes:

  • a) a crítica à alienação da literatura tradicional.

  • b) o desejo de fuga da realidade imediata.

  • c) a submissão da mulher aos anseios do homem.

  • d) a idealização do homem que vive no campo.

  • e) a busca de uma identidade nacional autêntica.

Explicação

Questão 5 de 11

1

Se eu morresse amanhã!
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã;
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda a natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito,
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã…
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
(Lira dos vinte anos, 2000.)

O poema apresenta características que permitem situá-lo

Selecione uma das seguintes:

  • a) na segunda fase do Romantismo, pela presença de sentimentos extremos e do culto à morte.

  • b) no Parnasianismo, devido à defesa e utilização de formas clássicas com ambição à perfeição.

  • c) no Modernismo, devido ao rompimento com os modelos formais tradicionais da poesia clássica e romântica.

  • d) na primeira fase do Romantismo, preocupada com a definição da sociedade brasileira a partir dos traços físicos e emocionais de seus indivíduos.

  • e) no Classicismo, interessado no equilíbrio formal, associado à temperança dos sentimentos e das ações.

Explicação

Questão 6 de 11

1

Leia o fragmento da obra “Senhora”, de José de Alencar.

Quando Seixas achava-se ainda sob o império desta nova contrariedade, apareceu na sala a Aurélia Camargo, que chegara naquele instante. Sua entrada foi como sempre um deslumbramento; todos os olhos voltaram-se para ela; pela numerosa e brilhante sociedade ali reunida passou o frêmito das fortes sensações. Parecia que o baile se ajoelhava para recebê-la com o fervor da adoração. Seixas afastou-se. Essa mulher humilhava-o. Desde a noite de sua chegada que sofrera a desagradável impressão. Refugiava-se na indiferença, esforçava-se por combater com o desdém a funesta influência, mas não o conseguia. A presença de Aurélia, sua esplêndida beleza, era uma obsessão que o oprimia. Quando, como agora, a tirava da vista fugindo-lhe, não podia arrancá-la da lembrança, nem escapar à admiração que ela causava e que o perseguia nos elogios proferidos a cada passo em torno de si. No Cassino, Seixas tivera um reduto onde abrigar-se dessa cruel fascinação.

Acesso em: 17.09.2015. Adaptado.

É correto afirmar que essa obra pertence ao

Selecione uma das seguintes:

  • Romantismo, pois ela critica os valores burgueses, exalta a natureza e a vida simples do campo, denunciando a corrupção e a hipocrisia na sociedade fluminense do século XX.

  • Romantismo, pois ela enaltece a fragilidade da mulher e exprime de forma contida os sentimentos das personagens, situando-as no contexto da sociedade paulista do século XX.

  • Romantismo, pois ela exalta a figura feminina, expõe, de maneira exacerbada, os sentimentos das personagens, tendo como pano de fundo os costumes da sociedade fluminense do século XIX.

  • Modernismo, pois ela idealiza a mulher e a juventude e trata da infelicidade dos amores não correspondidos, inserindo as personagens na sociedade fluminense do século XX.

  • Modernismo, pois ela se opõe ao exagero na expressão dos sentimentos e ao papel de submissão destinado às mulheres, retratando o cotidiano da sociedade paulista do século XX.

Explicação

Questão 7 de 11

1

Outro traço importante da poesia de Álvares de Azevedo é o gosto pelo prosaísmo e o humor, que formam a vertente para nós mais moderna do Romantismo. A sua obra é a mais variada e complexa no quadro da nossa poesia romântica; mas a imagem tradicional de poeta sofredor e desesperado atrapalhou a reconhecer a importância de sua veia humorística.

(Antonio Candido. “Prefácio”. In: Álvares de Azevedo. Melhores poemas, 2003. Adaptado.)

A veia humorística ressaltada pelo crítico Antonio Candido na poesia de Álvares de Azevedo está bem exemplificada em:

Selecione uma das seguintes:

  • Cavaleiro das armas escuras,

    Onde vais pelas trevas impuras
    Com a espada sanguenta na mão?
    Por que brilham teus olhos ardentes
    E gemidos nos lábios frementes
    Vertem fogo do teu coração?

  • Ontem tinha chovido... Que desgraça!
    Eu ia a trote inglês ardendo em chama,
    Mas lá vai senão quando uma carroça
    Minhas roupas tafuis encheu de lama...

  • Pálida, à luz da lâmpada sombria,
    Sobre o leito de flores reclinada,
    Como a lua por noite embalsamada,
    Entre as nuvens do amor ela dormia!

  • Se eu morresse amanhã, viria ao menos
    Fechar meus olhos minha triste irmã;
    Minha mãe de saudades morreria
    Se eu morresse amanhã!

  • Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
    Que o espírito enlaça à dor vivente,
    Não derramem por mim nem uma lágrima
    Em pálpebra demente.

Explicação

Questão 8 de 11

1

Já conheço os passos dessa estrada,
Sei que não vai dar em nada,
Seus segredos sei de cor.
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Vou ficar, tanto pior.
O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto,
Evito tanto,
E que, no entanto, volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes velhos fatos,
Que num álbum de retratos
Eu teimo em colecionar
Lá vou eu de novo como um tolo
Procurar o desconsolo
Que eu cansei de conhecer.
Novos dias tristes, noites claras,
Versos, cartas, minha cara,
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isto é pecado,
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado
Ee você sabe a razão.
Vou colecionar mais um soneto,
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração.

(HOLANDA, Chico Buarque; JOBIM, Antônio Carlos. Retrato em branco e preto. Disponível em: < http://www. vagalume.com.br/elis-regina/retrato-em-preto-e-branco.html > Acesso em: 03/03/2015.

Na canção de Chico Buarque de Holanda e Antônio Carlos Jobim, pode-se apontar que a atitude pessimista do eu lírico diante do sentimento amoroso o caracteriza dentro do

Selecione uma das seguintes:

  • Modernismo.

  • eoclassicismo.

  • Romantismo.

  • Barroco.

  • Impressionismo.

Explicação

Questão 9 de 11

1

Leia o soneto Fanatismo, da poeta portuguesa Florbela Espanca.

Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver.
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No mist'rioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!...
"Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

(Sonetos, 1997.)

A temática desse poema pode ser relacionada ao

Selecione uma das seguintes:

  • Modernismo, pois se notam experimentações linguísticas que objetivam dar uma linguagem rebuscada e hermética ao texto.

  • Classicismo, uma vez que a presença de seres da mitologia clássica é evidente na descrição que o eu lírico faz de si mesmo.

  • Barroco, visto que o eu lírico condena o fanatismo atrelado a crenças e a misticismos considerados irracionais.

  • Romantismo, visto que o eu lírico despreza a contenção dos sentimentos e expressa suas emoções de forma exacerbada.

  • Arcadismo, pois o eu lírico e o ser amado inserem-se em um ambiente campestre em que os elementos da natureza são descritos detalhadamente.

Explicação

Questão 10 de 11

1

Considere-se o seguinte trecho de “I-Juca-Pirama”, poema de Gonçalves Dias (1823-1864):

“No meio das tabas de amenos verdores, / Cercadas de troncos — cobertos de flores, / Alteiam-se os tetos
d’altiva nação; / São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, / Temíveis na guerra, que em densas coortes /
Assombram das matas a imensa extensão.”

(DIAS, Gonçalves. Poesia e Prosa Completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998. p. 379).

Trata-se de um poema:

Selecione uma das seguintes:

  • indianista, pela construção de uma imagem heroica do indígena brasileiro.

  • modernista, pela apropriação de termos regionais como “taba” e “tronco”.

  • nacionalista, pela tematização da luta dos índios contra os portugueses.

  • árcade, pela referência à natureza brasileira (“das matas a imensa extensão”).

  • simbolista, pelo caráter sugestivo das imagens (“amenos verdores” e “densas coortes”).

Explicação

Questão 11 de 11

1

Um romance, um poema, um conto podem, de alguma forma, vir ao encontro das inquietações humanas, representando, de maneira simbólica, medos, desejos, sonhos, preocupações, alegrias, que são parte da experiência vivida. Dentro dessa perspectiva, a literatura assume funções, tais como: divertir, construir identidades, propiciar conhecimento.
Leia os versos abaixo e assinale a alternativa que sugere uma reflexão sobre a valorização da identidade nacional brasileira.

I “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo/Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,/Que, para ouvi-las, muita vez desperto [...] (Olavo Bilac)
II Minha terra tem palmeiras,/Onde canta o Sabiá;/As aves, que aqui gorjeiam,/Não gorjeiam como lá. (Gonçalves Dias)
III Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro,/fui honrado pastor na tua aldeia;/vestia finas lãs e tinha sempre/a minha choça do preciso cheia. (Tomás Antônio Gonzaga)

Dos trechos acima, expressa(m) nacionalidade

Selecione uma das seguintes:

  • apenas II.

  • apenas I e II.

  • apenas I e III.

  • apenas II e III.

  • I, II e III.

Explicação